[Season Finale] Desejos S.A. 1x06 – O Ídolo

Fanatismo.

DEIXOU UM GOSTINHO DE “QUERO MAIS”. “O Ídolo” encerra a primeira temporada de “Desejos S.A.” preenchendo quase todas as lacunas de como os diferentes desejos apresentados foram atendidos – talvez não tenha ficado claro como o pai da Giovanna perdeu o emprego? A não ser que isso esteja relacionado com a contrapartida de Suzette, o que não me parece ser o caso… de todo modo, com mais um episódio de premissa interessante e bem desenvolvida, terminamos a primeira temporada de “Desejos S.A.” com a certeza de que foi uma excelente série antológica de suspense, e sabendo, também, que existe mais coisas a serem exploradas nesse universo, caso a série retorne para uma segunda temporada, como eu espero que aconteça.

Ainda restam tantas perguntas.

Suzette Oliveira, a protagonista de “O Ídolo” interpretada por Patrícia Gasppar, é uma mulher fanática – e é curiosíssima desde a sua concepção. Afinal de contas, ela é uma daquelas mulheres religiosas extremistas, que condenam o uso de maquiagem, roupas curtas ou a idolatria a “falsos ídolos”, mas ironicamente ela tem um verdadeiro santuário dedicado a Yaco Silva, o cantor que é o seu ídolo, em casa. Portanto, o fanatismo religioso de Suzette se choca com o seu fanatismo irracional por um cantor, construindo uma personagem peculiar e imprevisível. E eu gosto de como “Desejos S.A.” consegue brincar com exageros, construindo uma espécie de humor que beira o perverso, mas que tem tudo a ver com a premissa e condução da série.

Uma das cenas mais bizarras desse episódio para mim é ouvir a maneira como Suzette reza a Deus por Yaco Silva, e ela faz de tudo para se aproximar dele, inclusive “sequestrar” uma senhora em uma cadeira de rodas para entrar em um prédio no qual ele está dando uma entrevista – mas ela só consegue estar perto dele de verdade quando ela faz um pedido à Desejos S.A. E a maneira como ela chega à empresa é um pouco diferente da maneira como acontece com os demais, como se ela não tivesse sido atraída por eles, mas os tivesse perseguido… porque ela é avisada pelo personagem de Silvero Pereira antes mesmo de fazer o pedido, e então ela pega um monte de panfletos que ele deixa cair da cadeira de rodas quando ela o manda embora depois de ser jogada no lixo.

Diferente dos demais, então, Suzette Oliveira tem uma série de panfletos da Desejos S.A., muitos deles cujos telefones já pararam de funcionar, até que ela finalmente consegue ser atendida e fazer o seu pedido, o que nos conecta ao terceiro episódio, quando Flávia a ajudou a ser escolhida para estar com Yaco Silva, em troca de ela conseguir a senha do celular do marido. E toda a cena de Suzette com Yaco Silva é completamente diferente do que eu tinha imaginado. Parte de mim acreditou que ela ia se arrepender ardentemente de ter desejado conhecer Yaco Silva, que de alguma maneira toda a imagem que ela tinha de sua “perfeição” iria se quebrar, mas no fim eu acho que ela conseguiu o que ela queria… quem saiu assustado de verdade foi o Yaco.

A cena é bizarra, é verdade… vemos Suzette engatinhando sobre a mesa e jogando coisas no chão para poder tentar seduzir o Yaco, a vemos mostrar uma tatuagem que ela tem (!) e pedir se pode ficar com um quadro, e ele está tão desesperado para se livrar dela que ele vai fazendo tudo o que ela pede – inclusive quando ela pede alguma coisa que tenha o seu cheiro íntimo, que ela possa levar para casa com ela… então, ele sai correndo daquele quarto apenas de cueca. Sinto que, de alguma maneira, Suzette foi quem menos perdeu, nisso tudo? Ela realizou o seu sonho, saiu com presentes, vai continuar com o seu emprego… sua contrapartida, no entanto, envolve um assassinato (!), e eu sinto que poderíamos rever a personagem se houver uma segunda temporada.

Quer dizer, ela acabou de matar um cara! E isso é o último que saberemos dela?!

O último episódio funciona muito bem como história isolada na proposta antológica da série, mas também ainda deixa algumas perguntas sem respostas… além da contrapartida de Suzette, não tivemos nenhuma explicação de fato a respeito do personagem de Silvero Pereira, que apareceu em todos os episódios tentando avisar às pessoas que “o pedido era uma armadilha”, e eu fico bastante curioso para entender quem está por trás da Desejos S.A. e por que – afinal de contas, qual é o lucro que a empresa está tendo, no fim das contas? Financeiro é que não é. Quem, então, está tão empenhado em manipular as pessoas dessa forma? E o panfleto da Desejos S.A. simplesmente DESAPARECENDO do poste no final do episódio quer dizer alguma coisa?

É sobrenatural, no fim das contas?

Dúvidas que eu adoraria ver respondidas! De qualquer modo, uma grande série!

 

Para mais postagens de “Desejos S.A.”, clique aqui.