Sítio do Picapau Amarelo (2007) – As Invenções do Visconde: Parte 1
O Periscópio do Visconde.
Iniciando
uma nova aventura com a turminha de 2007 do “Sítio
do Picapau Amarelo”. Seguindo a ideia de buscar inspirações nos livros
originais, sinto que “As Invenções do
Visconde” tem um pezinho em livros como “O
Poço do Visconde”, “Serões de Dona
Benta”, “Viagem ao Céu” (embora
esse livro será amplamente explorado futuramente na temporada) e, é claro, “Reinações de Narizinho”. Eu preciso
dizer que eu gosto muito desse clima
de novidade que acompanha o começo de uma nova história… “As Invenções do Visconde” é uma continuação direta de “O Saci Contra-Ataca” (trará a Cuca
“invadindo” o Sítio em busca do livro de feitiços roubado pelas crianças na
outra história, por exemplo), mas ainda assim traz algumas coisas novas…
Como o novo
delegado que chega ao Arraial dos Tucanos. Interpretado por Paulo Gustavo (!),
o Delegado Lupicínio chega à região ao mesmo tempo que um lobisomem que está
chamando a atenção do Tio Barnabé… e quando o Tio Barnabé aparece na festa de
apresentação do novo delegado oferecendo uma bala de prata de presente,
Lupicínio fica incomodado, sentindo que “o lobisomem o está perseguindo”. É claro que o Delegado Lupicínio É o
lobisomem, mas, ao que tudo indica, ele
não sabe disso… depois de uma noite agitada
no capoeirão, por exemplo, ele acorda cansado e fala sobre um “sonho” com o
lobisomem encontrando a mula-sem-cabeça, e percebemos que ele realmente não sabe que não foi sonho
coisa nenhuma… mais cedo ou mais tarde, ele vai descobrir.
O Barão,
agora, tem outra missão: fotografar o
lobisomem.
A melhor
parte, para mim, que acompanha esse climinha gostoso de “história nova” tem a
ver com os serões de Dona Benta e as aulas do Visconde de Sabugosa. É muito
gostoso ver o Visconde apresentando seu telescópio para as crianças e falando
sobre os cometas, em uma sequência que me lembra muito “Viagem ao Céu” – afinal de contas, é depois de ficarem falando
tanto sobre o céu que as crianças decidem “ir ver tudo pessoalmente”. Durante a
deliciosa “aula” do Visconde, ele comenta algo a respeito de quando se pode ver
cometas “a olho nu” (a reação de Emília perguntando “E a olho vestido?” é
sensacional), e Emília diz que garante que, com seus olhinhos de retrós, deve ver
muito mais do que eles, e o próprio Visconde admite que não é impossível…
Afinal de
contas, existem muitas coisas que não
vemos ao nosso redor. É aí que Emília acaba dando uma grande ideia ao Visconde, dizendo que ele deveria
inventar algo para “ver o invisível” (o que, de certa maneira, me parece um
furo de roteiro, tendo em vista que em “O
Saci Contra-Ataca” o Visconde tinha um equipamento com o qual eles podiam
ver o Uirapuru, por exemplo). Visconde acha fantástico,
e começa a trabalhar nisso, enquanto Dona Benta parece assumir os ensinamentos,
contando para os netos sobre a invenção do telescópio, sobre Galileu Galilei e
suas descobertas, sobre como ele descobriu as luas de Júpiter e que a Terra era
que girava em torno do Sol, e como quase foi queimado na fogueira por causa
disso e teve que desmentir tudo no final…
No próximo
serão, Dona Benta parte dos telescópios para os microscópios (o que, por sua
vez, me remete a “A Chave do Tamanho”,
o meu livro favorito do “Sítio do Picapau
Amarelo”), enquanto o Visconde está envolvidíssimo na criação de um
periscópio – que as crianças acabam quebrando enquanto brigam para usá-lo,
deixando o Visconde triste… outro elemento trazido dos livros e que foi
adaptado em 1978 em “A Morte do Visconde”,
uma história EXCELENTE. Depois de as crianças terem destruído a sua invenção,
ainda que sem querer, Visconde decide trabalhar
em sigilo… longe dos olhos das crianças e, principalmente, longe das mãos
da Emília. E, então, Visconde cria algo que o permite ver e conversar com o invisível,
como uma tríade, uma ninfa das árvores…
E Emília,
eventualmente, acaba estragando tudo… afinal de contas, ela acha um absurdo que
o Visconde esteja escondendo coisas dela e fica de butuca, para descobrir tudo,
e quando o vê conversando com algo que ela não pode ver, diz que “quer ver tudo
o que ele estava vendo em seu ‘periquitoscópio’”. Intrometida, descuidada e
egoísta, Emília acaba quebrando mais uma
invenção do Visconde, o que me deixa arrasado (!). Visconde, por sua vez,
decide que é hora de trancar a porta do seu laboratório e proibir a entrada da
bonequinha de pano, o que faz com que a Emília, ultrajada, vá reclamar com a
Dona Benta, exigindo o seu “direito de ir e vir”. Mas o Visconde de Sabugosa
está certo, não está? Não dá para ficar inventando coisas que a Emília quebra
logo em seguida!
Enquanto
isso, a Cuca começa a enfrentar problemas para fazer feitiços e poções sem o
seu livro de feitiços, e resolve ir buscá-lo no Sítio do Picapau Amarelo,
fantasiada de gente – interpretada pela própria Solange Couto. Para entrar no
Sítio, a Cuca decide se passar por uma sobrinha da Tia Nastácia (e precisa
enfeitiçá-la para que ela “se lembre” dela), cujo nome é o infame “Xuca”. Eu
realmente não tenho maturidade para
lidar com a “Xuca” e dou uma alta gargalhada toda vez que o nome é citado
naturalmente no meio de um diálogo, sério. Recebida dentro da casa de Dona
Benta, a Xuca começa a fuçar a biblioteca em busca do seu livro, sem saber que
ele estava no laboratório do Visconde e, agora, está com o Jeca e com o Zé
Cabreiro… que estão “brincando” com os
feitiços.
Isso vai dar
uma confusão!
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