Vale o Piloto? – Dark Matter (Matéria Escura) 1x01 – Are you happy in your life?
Possibilidades.
MAIS UM
GRANDE MOMENTO PARA OS FÃS DE FICÇÃO CIENTÍFICA! Baseado no livro de Blake
Crouch, a nova série de ficção científica da Apple TV+, “Dark Matter”, fez sua estreia no último dia 08 de maio, com dois
episódios, e somos convidados a entrar em uma nova exploração das
possibilidades oferecidas pelo gênero. Com um primeiro episódio eletrizante e
envolvente, a série consegue apresentar as bases de sua premissa e encaminhar a
história de Jason Dessen, em mais de uma versão de seu personagem, em mais de
um “universo” diferente… e a ideia é fácil de entender: acredita-se, na teoria
do multiverso, que nossas escolhas e decisões “dividem” o universo em realidades
nas quais diferentes decisões foram tomadas; e se pudéssemos acessar essas outras realidades?
Será que em
algum momento estaríamos realmente “tranquilos” com as decisões que tomamos?
Jason
Dessen, interpretado por Joel Edgerton, é um físico que vive em Chicago com a
esposa e com o filho, e que talvez não esteja plenamente realizado profissionalmente – afinal de contas,
apesar de sua inteligência e de seu talento, ele está fadado a uma sala de aula
com alunos mal-educados que não têm o menor interesse no que ele está falando,
enquanto um de seus amigos está ganhando o
prêmio mais importante possível para a sua área… e “poderia ser ele”. A
atuação de Joel Edgerton nos permite ver um Jason “cansado”, de alguma maneira.
Quase sem vida, eu não acho que Jason seja realmente infeliz, porque ele ama a esposa e o filho, mas ele é a
representação daquela fase em nossas vidas na qual nos perguntamos se não poderíamos estar em outro lugar…
E se…?
Para
celebrar a conquista de Ryan, o seu amigo que acabou de receber o prêmio, Jason
Dessen acaba em um bar cheio de pessoas que admiram Ryan profundamente, e ele
recebe uma proposta de emprego inesperada, para uma empresa que Ryan pretende
abrir em São Francisco – o que quer dizer que ele teria que mudar a sua vida completamente, já que a
vida dele, de Daniela e de Charlie estão estabelecidas ali em Chicago. A sua
vida muda muito antes de ele precisar escolher se aceita a proposta de emprego
de Ryan ou não, no entanto. Quando ele está voltando para casa do bar que fica
próximo de sua casa, ele acaba sendo parado no meio da rua por um homem
misterioso mascarado que, conhecendo a premissa da série, intuímos rapidamente
se tratar de outra versão dele mesmo.
O segundo
Jason, no entanto, não se revela para o primeiro Jason, e os dois compartilham
toda uma sequência angustiante na
qual Jason Dessen se pergunta o que está
acontecendo de fato – e o segundo Jason apenas diz que “ele não acreditaria
se ele contasse”. O episódio funciona MUITO BEM introduzindo o que quer que
venhamos a acompanhar no restante da temporada, porque é uma temática
promissora, com um início de tirar o fôlego. Jason2 pega as roupas do primeiro
Jason, entrega outras para que ele as vista, e faz algumas perguntas que
parecem importantes para ele, sobre o que foi a conversa entre ele e Ryan, por
exemplo… e, então, ele pede que Jason pense em tudo o que ele sempre quis,
porque ele está prestes a conseguir isso
tudo.
E, então,
tudo começa a ficar claro. O Jason2 assume o lugar do Jason Dessen nessa
realidade, mandando a sua contraparte para o seu próprio mundo, que de repente
não o satisfaz mais… eu gosto da premissa de termos duas versões do mesmo personagem, uma sendo o protagonista e a
outra o “vilão” da história – é um caso inusitadíssimo de usurpação. Diferente
do Jason1, o Jason2 parece não ter feito a escolha de se casar com Daniela e
construir com ela uma família… ele se dedicou à sua carreira, se tornou famoso,
ganhou um monte de prêmios, mas isso não lhe trouxe a felicidade que ele
esperava, ele não quer mais nada disso: ele quer a vida que o Jason1 teve, ao
lado da esposa, e ele está disposto a “roubá-la” agora, o que causa certa
angústia no espectador na cena final…
Em paralelo,
Jason1 desperta em uma realidade nova que ele não compreende – e essas são,
talvez, as melhores cenas desse primeiro episódio. Ele acorda em um
laboratório, onde lhe fazem uma série de exames, e quando ele é finalmente
liberado da quarentena, parece que há uma
série de pessoas que estão ávidos por saber “o que aconteceu”. Ao que tudo
indica, “ele” está fora há mais de 14 meses, e “é o primeiro a voltar”.
Naturalmente, Jason Dessen não reconhece a mulher que o recebe, não entende a
sua própria relação com Leighton, alguém que ele não via há muito tempo, e não
conhece nenhum dos rostos que o observam com atenção e admiração do outro lado
do vidro de um cubículo sufocante no qual ele é colocado para “contar tudo”.
E, então,
ele escapa. Contra toda aquela “loucura”, tentando voltar para casa, Jason
escapa – e não encontra Daniela ou Charlie na casa que ele compartilha com a
família. A casa, totalmente diferente de como ele se lembra, não traz o alívio
que ele buscava, apenas a desconcertante presença de Amanda, a mulher que
parece conhecê-lo e que insiste que “mora ali com ele”, e o quarto que deveria
ser o do seu filho convertido em uma espécie de escritório que traz uma série de novidades sobre essa sua
“outra vida”: prêmios, pesquisas, a capa de uma revista com a sua foto
transformada em quadro na parede… agora, conforme Jason1 entende que está em outra versão de sua vida, ele
também precisa descobrir como voltar para a sua própria e salvar a família de
seu usurpador, o Jason2.
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DEMAIS!
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