A reta final de “Cúmplices de um Resgate”: Parte 2

Nos capítulos que antecedem o último capítulo de “Cúmplices de um Resgate” (que fica dedicado ao encerramento de poucas tramas e o show final da banda “corrigida e aumentada”, como eles dizem), várias tramas são encerradas e já começamos a nos despedir desses personagens e dessas histórias mais uma vez. Vemos, por exemplo, o último golpe de Regina (ou Tânia), vemos a reconciliação linda de Joaquim e Mariana durante um show, vemos o Vicente ser solto depois de passar tanto tempo preso injustamente, vemos os novos Cúmplices de um Resgate se juntarem, vemos um casamento importante acontecer, vemos os vilões começarem a pagar pelos crimes que eles cometeram durante a novela, vemos algumas pessoas se “regenerando”…

 

A inocência de Vicente

Queríamos muito ver Vicente solto, depois de ele ter sido preso injustamente acusado de pirataria – mas aqui também as coisas não acontecem da melhor maneira possível. Depois de uma apresentação, André diz algumas coisas a Jaime, sobre como ele era uma péssima pessoa, como ele tinha pena de Roberto e como esperava que ele não sofresse por culpa do pai que tem, e aquilo faz com que Jaime subitamente se arrependa de tudo o que fez. Ele vai à casa de Alícia para devolver o dinheiro da fiança que havia roubado deles, e agora eles vão poder soltar o Vicente. O problema é que a bondade da família os torna burros (!), e eles o impedem de se entregar à polícia, dizendo que “é muito ruim ter um pai na cadeia e não querem isso para Roberto”.

Então, Jaime sai impune.

Ao menos Vicente está livre e é LINDO vê-lo solto!

 

O arrependimento de Omar

Com todo o processo de arrependimento e regeneração, também chegaria o momento de Omar, depois de ele ter sido uma peste ainda pior que a Priscila durante a novela inteira, e ter chegado a tentar matar o Ramón naquele episódio do cavalo e ameaçado o Martín para que ele terminasse com Silvana. Depois da condenação do pai, Omar resolve ouvir a mãe e dizer que “não quer seguir os passos do pai”, e então ela o faz ir até a loja devolver um casaco que ele tinha roubado para uma apresentação… o dono da loja o perdoa, algo bem “mundinho cor-de-rosa”, e aquilo faz com que Omar mude totalmente e abrace a mãe, e queira convidá-la para ir com ele ao próximo show, queira apresentá-la para os amigos… enfim, a mãe diz estar “orgulhosa” de Omar, mas ele não fez mais que o mínimo.

 

A cirurgia de Ramón

Essa é uma parte da qual eu particularmente não gosto, mas que tem muito a ver com a maneira das produções mexicanas de contar história e, também, da época em que a novela foi feita. Ramón é submetido a uma cirurgia, com a ajuda de Silvana, para que ele volte a enxergar, e embora seja um momento bonito, eu temo que a mensagem seja de que “Ramón só pode ser plenamente feliz voltando a enxergar”. É um desserviço, na minha opinião, e a versão brasileira de “Cúmplices de um Resgate” tratou esse tema com muito mais cuidado e consciência, levantando uma discussão linda e realista, que deve ter sido muito importante para pessoas que se reconhecem no Theo, ainda explicando os motivos pelos quais ele não poderia voltar a enxergar…

 

A reconciliação de Mariana e Joaquim

Independente de a entrada de Daniela Luján no papel das gêmeas ter trazido, também, Martín Ricca para recriar o casal de “O Diário de Daniela”, Joaquim e Mariana sempre serão o casal de “Cúmplices de um Resgate”… e ficamos de coração apertado quando os vemos brigar por causa de toda a história de Joaquim (com o André) ter deixado os Cúmplices para cantar com Silvana e os Bandidos. Joaquim tem um bom motivo para isso, mas eu entendo que Mariana esteja se sentindo traída, e como Mariana não quer ouvir o que Joaquim tem a lhe dizer toda vez que ele tenta se aproximar dela, ele precisa fazer um grande gesto – digno de comédias românticas, sabe? E o mais bonito é que ele faz isso com a ajuda de Silvana, durante uma apresentação da banda.

É, também, um grande momento de Silvana, porque ela deixa toda a sua vaidade de lado quando, durante um show que era para ser seu, ela anuncia que “Joaquim tem algo a dizer” e lhe entrega o microfone. Então, Joaquim é absolutamente fofo fazendo uma declaração e um pedido de desculpas para Mariana, ao dizer que a música que vai cantar foi escrita por seu amigo Ramón e é dedicada agora “à garota mais linda e boa que ele conhece” e por quem “está apaixonado” – “Mariana, te quiero mucho. Y te pido perdón”. A “nova” música, no entanto, é apenas “Sabes”, que é uma música que eu AMO, mas que de nova/inédita não tem nada. Enquanto Joaquim começa a cantar, Silvana ainda vai até os bastidores para entregar o microfone a Mariana para que ela possa cantar com o Joaquim.

É UM MOMENTO LINDÍSSIMO E COMPLETO. Silvana abriu mão de seu egoísmo e cedeu o seu lugar, Joaquim foi absolutamente fofo como ele costuma sempre ser, Mariana ficou toda emocionada e sorridente e percebeu que Joaquim a ama sim, mesmo que ela ainda não entenda por que ele deixou os Cúmplices de um Resgate… não faz muito sentido que, a música sendo teoricamente “nova” e uma surpresa para Mariana, ela saiba a letra para cantar com ele naquele momento, mas quer saber? A cena é tão fofa e eu estava tão feliz por aquele momento que eu estou disposto a simplesmente ignorar isso. Depois da apresentação, Joaquim pede desculpas novamente e diz que em breve poderá contar tudo para ela, mas não tem a chance de pedi-la em namoro porque eles são interrompidos.

 

O casamento de Ofelio e Marina / Os novos Cúmplices

Durante o casamento de Ofelio e Marina, que acontece alguns dias depois, uma nova formação dos Cúmplices de um Resgate começa a se oficializar – o que eu acho um grande exagero, porque 12 PESSOAS em uma banda é demais, mas a novela quis que eles fossem todos uma banda só, no fim das contas. Priscila pede desculpas por todo o mal que causou e diz que gostaria de continuar cantando com eles; Silvana faz o mesmo; Joaquim diz que todos sabem que ele e André só saíram para ajudar o Vicente, então pede que os perdoem e os aceitem de volta; Roberto também pede para ser parte do grupo; e, por fim, o Martín (?), que já tinha uma carreira solo consolidada, mas que abre mão disso tudo para “cantar com os Cúmplices”. Ah, vai entender, né?

 

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