Alma Gêmea – Os surtos de Cristina

“Eu vou arrancar a Luna da tua vida, Rafael. A Luna e a Serena!”

Toda a trama que levou à morte de Guto acabou sendo bastante útil para a Cristina… além de ele não ter tido a oportunidade de contar tudo o que sabia, o fato de ele a ter empurrado da escada antes de fugir da casa de Rafael lhe entregou a oportunidade de mentir para o Rafael que ela perdeu o bebê que estava esperando. Com Cristina no hospital, Eduardo descobre que ela nunca esteve grávida, mas Eduardo não é um bom amigo (felizmente, eu nunca gostei dele), então ele acaba não contando a verdade para o Rafael, que cai na conversinha toda de Cristina, que está, agora, se fazendo de vítima – se Cristina tiver sorte, ela consegue até convencer o Rafael a “lhe dar outro filho”. Na verdade, é exatamente o que ela espera conseguir de Rafael agora…

Os surtos de Cristina agora são “justificados” pela suposta perda do bebê, e Débora está adorando usar isso contra o Rafael, jogando na sua cara que “ela perdeu o bebê por sua causa”, por exemplo, e temos uma cena maravilhosa na qual o Felipe se mete na conversa para dizer que elas estão usando esse filho para comover o pai dele… nesses momentos, eu amo o Felipe! Sério! Ele diz que ele está assistindo a esse espetáculo desde que a Cristina saiu do hospital… ou melhor, desde antes, porque o pai só se casou com ela porque ela estava grávida. E é claro que o Felipe tem toda a razão… Cristina e Débora estão aproveitando a história de que ela perdeu o bebê, e o pior é que, sem saber que tudo não passava de uma mentira, Rafael está caindo nisso tudo.

Em um momento fortíssimo, Débora duvida do compadecimento de Felipe, mesmo quando ele diz que ele também ficou triste, porque esse bebê seria seu irmão (!), e ela o acusa de estar secretamente feliz, porque “vai herdar sozinho o dinheiro do pai agora”. Felipe fica furioso e precisa se conter para meramente dizer que “essas palavras mostram quem ela é de verdade”. Eu gosto de ver as máscaras das vilãs caindo gradualmente… Cristina, no entanto, está mais sã que a mãe nesse momento, então ela sabe o que fazer para “controlar” a situação, e finge que está contra a Débora: ela abraça Felipe e o chama de “meu menino”, da maneira mais dissimulada possível… é claramente uma cena forjada e nada natural, mas afeta o Rafael e o Felipe.

Infelizmente.

Desesperada por qualquer ação, por viver, por fazer sexo, Cristina acaba se juntando a Iván, que já sabe de toda a história das joias e, portanto, se tornou um cúmplice… quando Débora os encontra, no entanto, ela faz de tudo para separá-los, e leva Cristina praticamente arrastada e visivelmente destruída para dentro de casa, e no caminho acusa Rafael de “ela estar assim por sua culpa”. E Cristina vai ficando cada vez mais descontrolada conforme o seu casamento infeliz e a rejeição constante de Rafael se estendem… seus surtos se tornam muito mais contínuas, e ela é encontrada atacando e gritando com o espelho do ateliê, por exemplo, em uma cena de puro descontrole no qual várias pessoas precisam contê-la – em paralelo, Serena passa mal como se “alguém estivesse querendo atacá-la”.

Depois, Cristina parte para os vestidos de Luna e faz o que ela diz que “já devia ter feito há muito tempo”. Dessa vez, nem Rafael nem ninguém chega a tempo de impedi-la, e ela rasga e corta os vestidos do ateliê, os transformando em trapos e se regozijando de satisfação, em uma mistura de prazer, fúria e loucura. Ensandecida, ela entrega os trapos para Rafael dizendo que vai arrancar a Luna e a Serena da vida dele, esperando uma reação dele, qualquer que seja, porque a distância e a indiferença a estão consumindo… ele fica em silêncio por um pequeno momento, enquanto ela continua seu surto, e então ele responde se virando e lhe dando um tapa na cara, que depois ele diz que foi para “trazê-la de volta à razão porque ela estava muito descontrolada” ou algo assim.

Essa cena talvez jamais fosse filmada hoje em dia… mas infelizmente causa uma sensação catártica, sim. Mas o tapa de Rafael não surte qualquer efeito prático. Ela está em choque, mas segue descontrolada, enlouquecida e parece disposta a atacá-lo com a tesoura que perigosamente segura na mão, e ele faz de tudo para segurá-la e obrigá-la a soltar aquela tesoura… e, então, os outros moradores da casa começam a chegar para ajudar na confusão, com a Zulmira horrorizada com os vestidos rasgados no chão, por exemplo. Felipe, mais sábio do que qualquer adulto, diz ao pai que ele está com raiva de Cristina e com razão, mas que foi essa lembrança de sua mãe que o impediu de se entregar inteiramente ao amor que sente por Serena…

A própria Serena sabia que não poderia ser feliz enquanto o Rafael continuasse procurando a Luna nela – Rafael chega a dizer, com todas as letras, que par ele a Luna e a Serena “são a mesma pessoa”, mas Felipe o responde dizendo que não são… Rafael ainda tem que entender que elas são a mesma alma, sim, mas não a mesma pessoa. E ele vai precisar superar essa memória constante de Luna (e isso não quer dizer esquecê-la, apenas entender que é uma memória que vai sempre fazer parte dele, mas não precisa estar ali na forma de um vestido, um piano, um ateliê). Enquanto isso, Cristina parece “desistir”. Ela percebe que conquistar o Rafael será impossível… então, agora ela tem outro plano: ela vai roubar tudo o que é dele, deixá-lo sem nada, a começar pelo roseiral…

Ela quer destruí-lo até que não sobre uma pétala sequer.

Uma nova fase para Cristina.

 

Para mais postagens de “Alma Gêmea”, clique aqui.
Para outras novelas, visite “Teledramaturgia Brasileira” em nossa página.

 

Comentários