Dark Matter (Matéria Escura) 1x08 – Jupiter

Vou deixar registrado aqui: essa série é ARTE!

QUE EPISÓDIO MARAVILHOSO! Baseado no livro de Blake Crouch, que também é o responsável pela adaptação da obra, “Dark Matter” é uma daquelas ficções científicas de tirar o fôlego, e que realmente aproveitam o que o gênero tem a oferecer. Já comentei mais vezes do que posso contar, mas eu vou dizer mais uma vez: eu amo ficção científica, e eu acredito que as obras do gênero precisam ser inovadoras, corajosas e, acima de tudo, provocantes para conseguir explorar as características da ficção científica. “Dark Matter” explora o multiverso e a maneira como diferentes decisões criam diferentes realidades de uma forma inteligente, curiosa e imersiva, e agora nos conduz a um clímax que tem tudo para ser eletrizante – mal posso esperar pelo próximo episódio!

No fim do episódio anterior, nos deparamos com algo que era óbvio, mas que talvez não tivéssemos parado para pensar até então: existem mais do que apenas 2 Jasons vagando por aí. Existe o chamado “Jason2”, que é o Jason que sequestrou o primeiro Jason para roubar a sua vida; o “Jason1”, no entanto, deixou de ser apenas um há muito tempo… e temos um diálogo interessantíssimo do “nosso” Jason com outro, e acho muito bom como a série consegue trazer explicações sem ser excessivamente didática ou sem perder o ritmo para fazer explicações. Basicamente, cada decisão tomada pelo “Jason1” dentro da Caixa criou outros Jasons, e cada um desses outros Jasons criou uma infinidade de outros e outros Jasons a cada decisão que foi tomada…

Agora, quantos Jasons existem nessa Chicago? Quantos morreram em outros mundos, quantos ficaram sem ampolas antes de conseguirem chegar até aqui e quantos estão ali, tentando recuperar a própria vida? A situação se torna caótica e desesperadora nesse episódio… quando outro Jason fala sobre como chama o Jason que o sequestrou para roubar a sua vida de “Jason2”, ele diz algo muito pertinente: isso quer dizer que todos os outros se veem como “Jason1”, e todos querem a mesma coisa… o que é um impasse. Ao mesmo tempo em que todos têm Jason2 como “inimigos”, eles também estão em busca de recuperar a sua própria vida, depois de terem vivido experiências diferentes no último mês… experiências que os tornaram cada um uma pessoa diferente.

Jason2 já começa o episódio matando uma das várias variantes de Jason que conseguiram retornar para casa, mas ele sabe que essa não é a única, e é observado de perto por um outro Jason enquanto apresenta para Charlie o campus da faculdade na qual ele se formara, e isso rende uma das cenas mais angustiantes do episódio, na qual Charlie não entende o que está acontecendo, por que o pai “está agindo de forma estranha”, e Jason2 o dispensa o mais rápido que pode para tentar se livrar do Jason que o persegue – exatamente como fizera com o primeiro Jason que apareceu. Agora que ele sabe que diferentes Jasons chegaram, ele pretende tirar Daniela e Charlie da cidade o mais rápido possível… mas Daniela finalmente sabe um pouco do que está acontecendo.

Daniela está há muito tempo notando as diferenças em Jason, sem entender o motivo delas… agora, ela conseguiu entrar no depósito misterioso, e é chamada na delegacia para tirar da cadeia um Jason que foi preso por insistir em fumar um charuto dentro de um restaurante, só porque ele queria a oportunidade de conversar a sós com Daniela – um Jason1, um Jason de quem gostamos, que demonstra dor e sinceridade no olhar, quando fala com Daniela, quando explica quem é e como tem um impostor no seu lugar, e que prova a ela que está dizendo a verdade fazendo um último pedido: que ela ligue para ele. Com o Jason1 à sua frente e o Jason2 ao telefone, sendo testado e provando que não é o Jason com quem ela compartilhou a sua vida, Daniela começa a entender…

E QUE GRANDE CENA ESSA!

Toda a ação que toma conta do episódio nos últimos minutos mostra a grandiosidade de “Dark Matter”, a meu ver, porque tudo funciona à perfeição! É difícil saber o que está na mente de Daniela naquele momento, mas ela encontrou, na delegacia, um Jason muito mais parecido com o Jason que ela conhece, e cuja diferença é gritante com o Jason que ela encontra em casa, arrumando as malas apressadamente e gritando com ela mandando ela fazer o mesmo porque “eles precisam ir embora dali agora”. Então, ela resolve dar um voto de confiança ao Jason da delegacia e, para isso, precisa encontrar uma maneira de se livrar do Jason2, mesmo que temporariamente, e avisar Charlie do que está acontecendo para que eles possam escapar juntos…

E o fazem.

Foi muito bom assistir à Daniela dando um jeito de mandar uma mensagem a Charlie e se mantendo fria enquanto atraía o Jason2 para o porão e o jogava escada abaixo, antes de trancar a porta e fugir com Charlie – então, ela recebe a ajuda de um Jason1, mas não o Jason1 que ela conhecera na delegacia (EU ESTOU AMANDO TODA ESSA “CONFUSÃO”!), e nós sabíamos, no momento em que aquele carro parou na frente deles, que não era o Jason que Daniela ou nós esperávamos que fosse… e Daniela percebe isso quando Jason começa a falar sobre a última vez que o viu e sobre como esse outro Jason que está com ela é um impostor que construiu uma Caixa, tem acesso a múltiplas realidades e roubou a sua vida, assim como o outro Jason1 já dissera a ela.

Então, ela pede que o Jason pare o carro, a tensão cresce, nos deixando apreensivos e presos à tela, e todo o caos é brilhantemente representado visualmente no momento em que o carro sofre um acidente com outro carro, dirigido por outro Jason, colidindo com eles, e Daniela aproveita a oportunidade para fugir com Charlie, sem ter tempo de explicar para o filho o que está acontecendo, enquanto Charlie tenta processar a informação dos múltiplos Jasons ao seu redor… então, ela vai até o lugar marcado com o Jason1 da delegacia, aquele a quem dera a “palavra secreta” para provar que era ele mesmo, e Jason abraça o filho emocionado, depois de tanto tempo. Mas esse é apenas o começo do caos. Essa realidade está CHEIA de variantes de Jasons.

O Finale PROMETE!

 

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