Ela e os Caras (Sydney White, 2007)

“Freshman year is no fairy tale”

Ah, eu sempre AMEI esse filme. Protagonizado por Amanda Bynes como Sydney White, Sara Paxton como Rachel Witchburn e Matt Long como Tyler Prince, é um dos meus filmes de faculdade FAVORITOS. Sydney White é uma garota que cresceu criado pelo pai, encanador, no meio de um monte de homens – por isso, ela não é a garotinha mimada e cor-de-rosa convencional que as garotas da Kappa esperam. Pelo contrário, ela entende as referências de Lenny sobre “Doctor Who”, cita “Os Vingadores” para animar os garotos a fazerem o que tem que ser feito, e diz que Rachel Witchburn “não deve nem saber quem é o Gandalf”, o que é risível. O filme tem um bom clima, ótimas referências, uma boa mensagem e os personagens são carismáticos… além de que Tyler Prince é o Príncipe Encantado perfeito mesmo, em todos os sentidos!

Sydney White é uma brincadeira com Branca de Neve, a começar pelo título ou pelo sobrenome de Tyler, por exemplo, mas ainda conta com Rachel Witchburn conversando com o computador e a pesquisa de quem é a “mais gata da escola”, dizendo-se a mais bela de todas. Os elementos estão todos lá, inclusive os 7 anões na forma dos 7 rapazes que moram na Vortex, a Casa dos Nerds, e eles têm as características dos anões (George é o Dunga, por exemplo, e Lenny é o Atchim, mas temos todos os equivalentes – Guarkin é o Zangado, Spanky deve ser o Feliz, Jeremy é o Dengoso, Embelakbo Akapaktumbe é o Soneca e Terrence é o Mestre!) e têm até uma cena carregando as placas no ombro, em fila, que é como se estivessem voltando agora da mina… mas o filme brinca com esses elementos para contar uma outra história, e Sydney White está descobrindo toda uma nova realidade quando vai para a faculdade.

Ela acreditou que ficaria na Kappa – e não porque isso era algo que ela ansiava muito por ela mesma, mas porque a mãe pertencera a Kappa… mas a iniciação é uma tremenda covardia, e Rachel quer se livrar dela de todo modo, principalmente porque viu que Tyler está todo interessado nela… então Sydney é obrigada a dispensar o Lenny depois de arrastá-lo para um “encontro relâmpago” à meia-noite, o que é maldade, por exemplo, e acaba humilhada no Grande Baile pela Rainha Má. Mas eu devo dizer que Sydney estava LINDA naquele vestido preto, e foi incrível vê-la dançar com Tyler, porque os dois têm química, e quando Rachel termina a cerimônia de boas-vindas às novas Irmãs Kappas, e dispensa Sydney por “comportamento inadequado”, ela agradece. Diz que não queria mesmo estar ali, tira o vestido e sai sozinha para a chuva.

Foi o melhor que podia tê-la acontecido.

Porque ali a sua experiência de faculdade começa, e as amizades que ela faria para a vida toda, como a mãe dissera que aconteceria. Porque ela acaba sentada na chuva, chorando na frente da Vortex, e Lenny vai falar com ela, mesmo depois da humilhação. E como ela precisa de um lugar para ficar, eles a acolhem. A casa está caindo aos pedaços, mas tudo é muito divertido. E eu ADORO OS MENINOS! O George, Dunga, deve ser o mais fofinho de todos, mas eu gosto muito do Lenny também! E as cenas ali são maravilhosas, como os meninos observando o sutiã de Sydney pendurado em uma admiração profunda com a trilha de 2001: Uma Odisséia no Espaço. E quando Lenny vai vê-la em seu quarto e eles começam a conversar sobre quadrinhos (ela tem uma mala cheia deles!), ela percebe que talvez ela pertença mais ali, no fim das contas.

E tudo é muito fofinho… porque Sydney White é mesmo como a Branca de Neve com os anões, e começa a transformar a vida deles, levando-os à academia, por exemplo, que é uma das sequências MAIS DIVERTIDAS de todo o filme! Porque Rachel, presidente do conselho estudantil, planeja derrubar a Vortex para construir qualquer coisa luxuriosa para os Gregos, e isso os deixaria sem ter onde morar! Então, Sydney organiza as eleições para que Terrence possa concorrer por eles e mudar os rumos do orçamento da faculdade! Tudo é um máximo, porque todos trabalham juntos, criando frases e logos, por exemplo, terminando no FREEDOM TO THE 7TH POWER, que forma um logo bem bacana! Eles não acham que têm chances de realmente ganhar, mas ela acredita que sim. ELES SÓ PRECISAM FAZER A DIFERENÇA. 80% dos alunos não são gregos!

No meio disso tudo, ainda temos o bonito romance surgindo entre Sydney e Tyler. Porque Tyler é o ex-namorado de Rachel, e deixa de apoiar essa destruição louca da Vortex quando começa a sair com Sydney e conhece os garotos. Os encontros são um máximo. Adoro quando ele canta para ela na biblioteca (aquilo quase me faz chorar! QUE LINDO!), ou quando a leva para servir comida aos sem-teto… também amo os garotos protetores espionando quando ela volta, com direito a interrupção do beijo e tudo! O segundo encontro é ainda melhor, porque Tyler acaba ficando por ali mesmo e jogando videogame com os garotos. Tanto Sydney quanto Tyler são diferentes. Por isso eles se conectam tão bem e são tão fofos juntos… sem contar que Matt Long é MESMO um sonho, então a gente se apaixona por ele instantaneamente.

Quando eles descobrem que Terrence não pode concorrer à presidência por já ter se formado, e Rachel usa as palavras de Tyler contra eles, ameaçando demolir a Vortex em 24h, as coisas parecem não ter muita esperança. Mas é ISSO o que eu gosto tanto em “Ela e os Caras”. A mensagem de luta pela “liberdade do sétimo poder” é muito bacana, falando desses outsiders todos, ou dorks, e mostrando-nos que eles, ou melhor, NÓS temos o poder, e não precisamos ficar aceitando de cabeça baixa as imposições que vem de cima, de pessoas que nem nos representam. Sydney White não queria ser uma Kappa, mas ela É uma Vortex, e ela ajudou os garotos a terem força e mudar o que fosse preciso… assim, ELA mesma concorre à presidência, ganha popularidade, sobe ao #1 do Ranking das Mais Gatas consegue a atenção da faculdade.

Porque ela e os garotos se infiltram. Enquanto Rachel Witchburn só pensa no elitismo, Sydney e os garotos promovem a diversidade e igualdade. Eles dançam com os alunos de intercâmbio, vão assistir a recitais de poesia da comunidade LGBT, ensaiam com a banda… GANHAM FORÇA. Os últimos elementos da Branca de Neve usados estão quando Rachel, na noite anterior ao debate e eleição, procura um hacker que, com o vírus “The Poison APPLE”, apaga todo o HD de Sydney, obrigando-a a virar a noite reescrevendo um trabalho e preparando-se novamente para o debate… e com isso, ela acaba adormecendo pouco antes do momento de ir debater Rachel e, como sabemos, só há uma maneira de acordá-la: o beijo do Príncipe Encantado. Tyler Prince até tenta acordá-la chamando-a, mas ela não responde. Eu também ia preferir um beijo dele, nesse caso.

Enfim.

Então o debate É UM SUCESSO. Porque Rachel é babaca dizendo que “nada precisa ser mudado”, quando o professor pergunta o que ela faria diferente, e então, antes da fala de Sydney, seus apoiadores chegam. Uma garota gótica que lidera um grupo de leitores do blog de Gurkin, a banda e todo mundo que ela apoiou nos últimos tempos… e um dos momentos mais emocionantes do filme é quando Sydney admite ser uma dork (que é traduzido na legenda como “idiota”), e todo mundo começa a fazê-lo também. Tyler é fofo. Spanky é vergonhoso. Jeremy é EMOCIONANTE. E Dinky é uma gracinha! Por fim, Sydney ganha as eleições, claro, fica com o Príncipe Encantado, sortuda, e Rachel é expulsa das Kappas! Os Sete Dorks ganham até uma casinha nova, e é linda! Ah, e o George agora sabe dar nós… e Terrence é rico.

As coisas realmente mudaram…

…“and they lived dorkly ever after!”

 

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