Glee 1x01 – Pilot

“Being part of something special makes you special, right?”

Fazia TANTO TEMPO que eu queria retornar a “Glee”, e agora finalmente estou aqui: 15 anos depois da estreia da série que mudou a vida de tanta gente, eu me emocionei e chorei com essa estreia como se a estivesse assistindo pela primeira vez. Eu vivi toda a época de “Glee” durante a sua exibição no fim da minha adolescência e início da fase adulta, em uma época em que eu estava me descobrindo e me aceitando como um homem gay, e a série foi muito importante para mim, assim como tenho certeza de que foi para muitas outras pessoas, nesse sentido – era um espaço no qual, de alguma maneira, nos sentíamos vistos, acolhidos e representados. A emoção de reassistir a esse Piloto foi arrebatadora, e tenho certeza de que tenho uma jornada bonita e emocionante à frente…

Exibido originalmente em 19 de maio de 2009, o Piloto de “Glee” nos apresenta a Will Schuester, um professor de espanhol que resolve assumir o glee club do McKinley High quando o antigo professor é demitido, e esse parece ser algo em que ele está pensando há algum tempo – porque ele mesmo fora parte do glee club daquela escola e ganhou as Nacionais em 1993, “a melhor época de sua vida”. Agora, com todos os obstáculos possíveis, Will assume o glee club, que ele nomeia “New Directions”, mesmo que ele tenha que pagar para que ele continue funcionando e corre o risco de ser fechado se ele não ganhar as Regionais em alguns meses… e se ele realmente quer que o New Directions tenha alguma chance, eles ainda terão que trabalhar muito…

As audições nos apresentam brevemente aos “membros originais” do New Directions, que acompanharemos ao longo do restante do episódio. Temos Mercedes Jones cantando “Respect” e arrasando; temos Kurt Hummel extremamente confiante e com uma voz arrebatadora em “Mister Cellophane”; temos Tina Cohen-Chang em “I Kissed a Girl”; e, é claro, temos Rachel Berry em “On My Own”. E eu adoro o fato de a Rachel não ser uma protagonista convencional: convencida, dissimulada, talvez arrogante e capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o que quer (como um solo), ela vai dar trabalho… mas o Will reconhece que “ela é a melhor do grupo”, depois de um ensaio desastroso com “Sit Down, You’re Rockin’ the Boat”, do qual ela sai frustrada.

Mas o Mr. Schue sabe que ele precisa de mais gente se ele quiser fazer com que o New Directions funcione de verdade… e ele precisa de uma voz masculina poderosa, que é o que o leva até o time de futebol americano e ao momento em que, já sem esperanças, ele escuta o Finn cantar “I Can’t Fight This Feeling” no chuveiro, e ele se lembra do porquê está fazendo isso: ele quer mostrar para esses jovens talentos que às vezes nem eles mesmos sabem que têm. E eu preciso dizer que, por mais errado que Will esteja em fazer o que faz para que o Finn se junte aos New Directions contra a sua vontade, eu não posso deixar de rir de toda a chantagem dele por causa da maconha e a ironia que é o cartaz ao fundo falando sobre como “a prioridade é proteger as crianças”.

Eu adoro esse humor quebrado e não politicamente correto de “Glee”.

Não tem como!

Com Finn no grupo, aparentemente as coisas melhoram um pouco… ou é o que todos esperam com um ensaio “menos ruim” de “You’re the One that I Want”, mas quando eles fazem uma viagem num sábado para assistir a uma apresentação do Vocal Adrenaline, um importante concorrente que eles possivelmente enfrentarão nas Regionais (!), eles percebem que eles ainda têm um caminho muito, muito longo para percorrer. “Rehab” é um grande número que foi talvez o que fez com que eu me apaixonasse por “Glee” quando assisti pela primeira vez há uns 15 anos… e ainda hoje eu solto uma gargalhada sincera toda vez que a apresentação acaba e a Tina comenta que “eles estão ferrados” e a câmera mostra as expressões de cada membro do New Directions.

HUMOR PURO!

Mas Will Schuester ainda precisa lidar com o fato de que a esposa não quer que ele assuma mais responsabilidades na escola… na verdade, ela nem quer que ele continue na escola, ela quer que ele aceite um emprego de contador que vai pagar melhor, mesmo que a paixão da vida de Will seja ensinar. Will vai fazendo sacrifícios para que ele possa continuar na escola, fazendo o que gosta e no que acredita, até que ela anuncia que ela está esperando um filho – então, Will percebe que ele vai “ter” que deixar a escola e trabalhar como contador. A cena em que ele conta isso para os adolescentes é de partir o coração (me arrancou lágrimas novamente), e a sua tristeza expressa em “Leaving on a Jet Plane” é palpável, como uma despedida do espaço que ele tanto ama…

O Piloto funciona muito bem para apresentar três personagens principalmente: Will Schuester, Rachel Berry e Finn Hudson. Finn tem uma evolução rápida que o distancia dos outros idiotas do time de futebol, e ele se importa com o Artie para tirá-lo de dentro do banheiro químico no qual o prenderam, por exemplo, e tem coragem o suficiente para dizer que ele não vai abrir mão de algo que fez com que ele se sentisse feliz pela primeira vez em muito tempo – então, ele vai dividir o seu tempo entre o time de futebol e o glee club, porque nenhum dos dois pode vencer sem ele (escapou uma soberbinha ali? Sim, escapou, mas ok). Então, Finn volta para o glee club e “coloca ordem” em um ensaio que é feito todo pelos próprios alunos, e que rende a icônica cena de “Glee”

“Don’t Stop Believin’”.

Eu AMO a apresentação de “Don’t Stop Believin’” não apenas porque ela se tornou tão clássica e tão simbólica para a série, mas porque ela é perfeita mesmo: ela é realista e comedida, sem ser necessariamente um grande salto absurdo e impossível do que eles estavam fazendo antes, mas é organizado e, principalmente, apaixonado, mostrando que o New Directions tem talento e tem vontade de fazer com que o clube funcione! E é isso, mais a conversa que Will acabou de ter com Emma pouco antes de chegar ao auditório, que faz com que ele mude de ideia: ele não pode deixá-los. A apresentação, com os seis de vermelho sobre o palco, é linda, e os olhos de Will cheios de lágrimas sempre me emocionam. Não tem uma vez que eu assista a essa cena que eu não chore… LINDA DEMAIS.

Belíssimo início para a série!

Estou de volta a “Glee”.

 

Mais postagens da revisita a “Glee” EM BREVE!

 

Comentários