My Stand-In – Episode 7: Hug

Desde o começo!

É, sim, um dos melhores BLs sendo exibidos atualmente! Sem uma tentativa de vender a ideia de que “todos os personagens são perfeitinhos”, “My Stand-In” segue entregando uma história densa, cheia de possíveis controvérsias que não deixam que você assista à série e termine um episódio indiferente… sempre há muita emoção envolvida, seja ela qual for. “Hug”, o sétimo episódio de “My Stand-In”, é mais um episódio excelente e traz um dos momentos mais aguardados da série, possivelmente: quando Ming descobre que as costas pelas quais ele se apaixonou quando viu o primeiro filme de Tong nunca foram de Tong, na verdade… sempre foram de Joe. É como se essa fosse a concretização do sofrimento que Ming vem enfrentando nos últimos dois anos.

Joe fez um acordo com Ming, para o bem de sua mãe: em troca de dinheiro para pagar as dívidas feitas durante a sua internação, de uma casa boa para que a mãe possa morar e uma enfermeira que possa cuidar dela, Joe “lhe vende um ano de sua vida”. Uma atitude perigosa, é verdade, mas Joe sabe o que está escolhendo dessa vez, e ele acha que isso significa que ele estará mais no controle da situação… afinal de contas, ele não sabia que “era apenas um substituto do Tong”, da primeira vez – o problema, é claro, é que Joe tem sentimentos por Ming, mesmo que racionalmente ele queira não tê-los, e isso torna tudo muito mais complicado. Curiosamente, o que ele não sabe é que Ming o “contratou” não como um substituto de Tong… mas como um substituto do “outro” Joe.

Mas essa é uma descoberta para outro momento.

Exatamente como acontecia quando ele se envolveu com ele antes do acidente, Joe percebe que existe uma fixação de Ming por sempre fazer sexo com ele virado de costas – o que eu preciso ser ousado e dizer agora que não faz sentido em 100% dos casos: quer dizer, eu entendo a fixação de Ming pelas costas de Joe e como isso tem uma importância narrativa gigantesca, mas vocês já prestaram atenção nos peitos do Joe? Quer dizer, como é que alguém olha para aqueles peitos e não sente nenhuma vontade de fazer sexo olhando para aqueles peitos, pelo menos uma vez? Desabafos à parte, o Ming acaba detendo a si mesmo eventualmente, o que talvez mostre algum avanço do personagem, mas ele não deixa que o Joe vá embora… ele pede que ele passe a noite com ele.

Então, ele o abraça pelas costas e adormece.

Se há pequenos avanços mostrados por Ming, e o próprio Joe fica confuso quando o Ming manda ele “fazer as suas malas”, por exemplo, e ele descobre o relógio que ele lhe dera de presente antes do acidente, também existem momentos em que o Ming parece ser o mesmo de sempre – e a sua possessividade é algo preocupante, e ele não gosta de saber que o Joe está gravando um vídeo musical com o Sol, por exemplo, e o “proíbe” de continuar trabalhando com ele, mandando ele se lembrar de “quem está lhe dando tudo agora”. Mas parece que nenhum Joe tem um gosto lá muito bom para homens, para dizer a verdade, e quando o Tharn, um ex-namorado do Joe cujo corpo o nosso Joe agora está habitando, reaparece, eu meio que quero que o Ming o mantenha distante.

Enquanto isso, o Tong percebe que Tharn conhece Joe e manda “ele não deixar o Joe se aproximar do Ming”, e eu já disse isso outras vezes e repito: eu tenho mais raiva do Tong do que eu tenho do Ming, de verdade. E o Tharn é o tipo de pessoa com poucos escrúpulos que a gente detesta… infelizmente, o Ming tampouco sabe como lidar com situações de ciúmes, então quando ele entra no quarto de Joe e encontra o Tharn em cima dele, ele o leva para o próprio quarto à força, como se ele fosse sua propriedade – na verdade, dizendo isso com todas as palavras e da maneira mais nojenta possível. É um dos momentos mais desesperadores de “My Stand-In” e, felizmente, algo acontece antes de o Ming ter a chance de fazer algo ainda pior com o Joe.

Quando o Joe sai, transtornado e machucado, o Tong entra no quarto de Ming tirando satisfações, e aqui temos um paralelo muito interessante e poderoso, no qual vemos o Ming finalmente enfrentar um Tong que quer controlá-lo – Tong fala sobre como “ele mudou”, e Ming não deixa o Tong falar sobre como “ele precisa superar o Joe”. Ming não superou o Joe nesses dois anos desde a sua possível morte… ele finalmente percebeu que ele o amava, e isso o está libertando de Tong, ainda que lentamente. Infelizmente, no entanto, o Joe chorando no seu próprio quarto depois de expulsar o Tharn de lá mostra o quanto Ming ainda não sabe agir… quer dizer, ele está fazendo com esse “outro” Joe o que fizera com o “seu” Joe, o usando como substituto.

Já o grande momento do episódio fica para a sequência final… o projeto de Tong do qual Joe aceitou participar é uma sequência do seu primeiro filme, e Tong quer recriar a cena que o tornou famoso – a cena pela qual ele levou crédito, mas que foi feita, na verdade, por Joe, e que foi a cena que fez com que o Ming “se apaixonasse” por ele. Tudo é preparado para a recriação da cena, o Joe está novamente no figurino que o deixa mais lindo, e pronto para gravar a luta de espadas que ele já gravara uma vez, há muitos anos, em outro corpo… e Ming entende que nunca foi o Tong em dois momentos: primeiro conversando com um cara da produção, que dá a entender que Tong nunca gravou essa cena; depois, quando ele vê o Joe gravando a cena no lugar de Tong…

Ali, é como se ele visse seu Joe.

E QUE CENA PODEROSA! Eu gosto de como tudo é muito intenso em “My Stand-In”, e de como as cenas são inteligentes em transmitir emoções. Há muita intensidade e muita tensão sendo construída enquanto Joe está gravando a cena e todos os paralelos são traçados… e, conforme a ficha de Ming cai, vemos uma faceta dele que desconhecíamos até então, porque ele fazia de tudo para escondê-la atrás de muralhas que ele mesmo construiu: ver o Ming chorando daquela maneira foi impactante. Curiosamente, já tivemos uma cena do Ming chorando, quando Tong ia pedir sua irmã em casamento, mas essa é ainda mais forte, porque há mais do que dor naquelas lágrimas… há reconhecimento, há entendimento e há culpa. E então ele abraça o Joe e pede que “ele volte para ele”.

Sério, QUE CENA! Que episódio! Essa série está mesmo incrível!

  

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