My Stand-In – Episode 6: The Most Familiar Stranger
A proposta.
COMO É
GOSTOSO ASSISTIR A UMA SÉRIE EM QUE COISAS ACONTECEM! Podem dizer o que quiser,
mas “My Stand-In” é um espetáculo!
Sabe aquelas novelas que só se destacam porque temos uma vilã icônica que
movimenta a trama o tempo todo? A
Cristina em “Alma Gêmea” ou a Soraya
Montenegro em “Maria do Bairro”, por
exemplo, são elementos essenciais para o sucesso de suas tramas,
independentemente de suas maldades… mentira; na verdade, por causa de suas maldades. Ming não está no patamar dessas
personagens icônicas da teledramaturgia, é claro, e ele não é oficialmente um vilão, até porque nós
sabemos que ele e Joe vão terminar juntos (se você ainda não aceitou isso,
aceite), mas uma coisa é certa: ele não
deixa a história morrer.
Estamos na
segunda fase de “My Stand-In”, e eu
gosto de como a série não fica morna em nenhum momento… como cada episódio é
uma surpresa, um novo acontecimento, e nos deixa curiosos para como as coisas serão exploradas na semana seguinte.
No episódio passado, começamos a acompanhar o Joe depois do acidente que sofreu há 2 anos, e ele tem a “vantagem” (?)
de estar em outro corpo, sem ser imediatamente reconhecido por Wut, Ming ou
Sol, mas ele também está às voltas com pessoas, histórias e traumas de seu
passado, em uma dinâmica nova que gera novas relações e novas possibilidades.
Infelizmente, Joe parece estar em uma espécie de ciclo vicioso, prestes a cair
em uma armadilha similar à que caiu na primeira vez.
Não sei se
retornaremos aos dois anos de ausência de Joe para explorar mais de como eles
foram para Ming, e eu acredito que sim… me parece que “My Stand-In” está dando dicas de como ele lidou (ou não lidou) com
isso, mas saberemos mais conforme o “novo” Joe se aproxima de Ming. No momento,
ele ainda acredita que o único que Ming
ama é o Tong – a série pretende “revelar” as novidades à audiência ao passo
em que as revela, também, ao próprio Joe. Embora não queira criar muitas
esperanças, Joe tampouco consegue tirar da cabeça o fato de que Joe continua
morando na casa que eles dividiram durante algum tempo, e que ele tem guardadas
as canecas com os nomes deles, que Joe derrubara e quebrara no dia em que
descobrira que era só um dublê de Tong.
Falando em
“ser um dublê de Tong”, o episódio também leva Joe para esse caminho infeliz…
afinal de contas, Joe tem uma mãe pela
primeira vez em muito tempo, e ela fez de tudo para mantê-lo vivo nos dois
anos em que ele esteve no hospital – agora, ele sabe que é sua responsabilidade
ajudá-la a pagar as dívidas feitas, bem como um tratamento para um novo
problema de saúde que ela apresenta, talvez em parte por ter se esforçado tanto
durante esse tempo… e, na necessidade de dinheiro, Joe precisa aceitar qualquer
trabalho que lhe oferecerem, inclusive o trabalho como dublê de Tong. Quando
ele aparece para o que se transforma em uma audição, ele chama a atenção de
Tong, que o escolhe, e também chama a atenção de Ming.
É
perversamente irônico que Ming esteja tão obcecado
por Joe – o de antes e o de agora.
De maneiras
diferentes.
Além de tudo
o que está enfrentando com a mãe, Joe também precisa encontrar uma maneira de
entrar novamente na “casa de Ming” para apagar qualquer vestígio que ele pode
ter deixado da última vez em que esteve ali – afinal de contas, Ming e Sol
estão dispostos a descobrir quem entrou na casa, e por quê. Então, Joe reaproveita
uma técnica que já de certo no episódio anterior e embebeda Ming, mas ele não
esperava que Jim, o secretário de Ming, fosse culpá-lo por isso e fazê-lo
ajudar a levar o Ming para o apartamento no qual ele vai passar a noite… e,
aqui, Ming bêbado fala com “Joe” e diz que “sentiu saudade”, em um paralelo
interessantíssimo à cena traumatizante na qual, igualmente bêbado, Ming chamara
Joe de “Tong” em outro momento.
Dessa vez,
ele fala com esse “novo” Joe pensando no “seu” Joe.
Sabemos, por
mais doloroso e/ou doentio que seja, que Joe está prestes a se envolver mais
uma vez… por motivos distintos, mas ele está caindo novamente. A cena com Sol é
uma cena curiosa que poderia ser uma “alternativa” para Joe: mesmo que, até
então, parecesse que Sol “não gostava muito dele”, ali eles conversam, se
entendem, Sol oferece dinheiro emprestado para ele pagar as dívidas e o
tratamento da mãe, mas tudo o que Joe aceita é o emprego para estrelar o seu
próximo clipe… um trabalho para o qual Wut o indicara. É preciso ser realista
ao assistir “My Stand-In” e entender
que Joe, mesmo quando racionalmente tenta se desfazer do que sente, também é
obcecado por Ming. Não é uma relação saudável, é verdade… mas ninguém nunca
disse que era.
Ming,
acostumado a “sempre conseguir o que quer”, cerca Joe, oferece a ele uma carona
para casa, e então faz uma proposta descarada: ele fala sobre como pode lhe
entregar o papel que ele quiser, pode lhe deixar famoso, em troca de ele ficar com ele… e ele não esconde o
motivo: Joe faz com que ele se lembre de alguém de quem ele gosta, e ele quer
que ele seja seu “substituto”. Naturalmente, Joe entende que Ming o quer como
substituto e dublê de Tong, mais uma vez, e o expulsa de sua casa sem imaginar
que Ming o quer como substituto dele mesmo… substituto do “outro” Joe. A cena é
dolorosa, o Joe processando toda a informação sozinho em casa é uma das mais
fortes de “My Stand-In”, mas também é
uma das minhas favoritas.
Então, Joe
toma uma decisão: ele precisa do dinheiro para salvar a vida da mãe, e ele
prometera que cuidaria dela de agora em diante… e, mesmo que ele não vá admitir
isso a ele mesmo, ele não consegue não
estar perto de Ming. Então, antes que Ming tenha a chance de ir embora, ele
vai atrás dele para fazer uma espécie de contraproposta. Ele tem o valor exato
que ele quer, além de uma nova casa para a mãe morar, e em troca oferece um ano de sua vida… eu gosto de como “My Stand-In” é inesperada e é ousada,
fugindo de padrões higienizados e se propondo a entregar uma história com
personagens e situações potencialmente problemáticas. Vai ser uma experiência
nova e cheia de surpresas a partir da próxima semana… sinto que “My Stand-In” entra em uma nova fase.
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