[Season Finale] Doctor Who (2024) 1x08 – Empire of Death
“And now,
Ruby Sunday… goodbye”
Chegamos a
um momento importante: o primeiro Season
Finale de Ncuti Gatwa como o 15º Doctor. E eu termino o episódio dividido. Acho
que “Empire of Death” foi um
episódio legal… mas não mais que isso. Não me sinto arrebatado, não acho que
tenha sido algo memorável do qual nos lembraremos dentro de alguns anos como “um
grande Finale”, e eu tenho questões com aquele diálogo final entre o Doctor e
Ruby Sunday, que são impressões pessoais sobre como o Russell T. Davies parece
dar pouca importância ao que aconteceu em “Doctor
Who” depois de sua saída. Gosto da energia do episódio, gosto da vivacidade
e da determinação do Doctor de Ncuti trazendo
de volta a vida ao universo todo, e gosto muito das referências feitas à
série clássica…
Mas falta
algo.
Talvez tenha
a ver com grandes teorias que construímos ao longo da temporada? Talvez. Mas sinceramente
não acho que seja tão simples de se explicar – porque eu sou daquelas pessoas
que criticam os que criam teorias e expectativas e depois se frustram quando
elas não são atendidas, e minhas críticas não tem nada a ver com questões como “a
Susan não apareceu” ou “a mãe de Ruby não era ninguém que já conhecíamos”…
esses são dois pontos que eu aceito bem. Penso muito mais em como não há
explicação para o fato de a Ruby “fazer nevar”, por exemplo (“lembrança forte” não
explica isso aí, não, tá?), ou por que Maestro se “surpreendeu” com o “poder” de
Ruby. Enfim… termino o episódio com a sensação de que gostei mais de “The Legend of Ruby Sunday” do que de “Empire of Death”.
Mas falemos
sobre o episódio… toda a revelação de Sutekh no fim do episódio anterior é
ELETRIZANTE, e é essa revelação que dá o tom da primeira parte desse episódio,
com o Deus da Morte trazendo morte e destruição para todos os lugares – e é aqui que talvez eu faça a minha
primeira crítica: eu acho que transformar
em pó personagens como Kate Stewart, Rose Noble e a mãe de Ruby de uma só vez
diminui significativamente o impacto da
cena… afinal de contas, era evidente
que as coisas não ficariam daquela maneira. A morte de UM personagem importante
teria dado a sensação de que ela podia ser definitiva e teria gerado luto. A de
tantos apenas nos deu a sensação de que, de uma maneira ou de outra, o Doctor
ia conseguir reverter isso.
Com a TARDIS
verdadeira tomada por Sutekh, como seu Templo,
o Doctor tem uma chance de escapar com Ruby e com Mel em uma “Memória da TARDIS”,
solidificada pela Janela do Tempo, e esse é um dos meus momentos favoritos no
episódio… gostei daquela TARDIS abarrotadinha de elementos nostálgicos e “pedaços”
de outras TARDISes, e achei lindo ver Mel Bush se emocionando ao ver o casaco
do 6º Doctor, porque eu acho que aquilo vai muito além do episódio… é uma
emoção real, porque aquele figurino representa muito para a atriz, que entrou
em “Doctor Who” na época em que ele
era usado pelo protagonista… seu primeiro Doctor, sua família. Também achei
emocionante e triste ver a Mel morrendo abraçada ao casaco do 7º Doctor.
A sequência
na Memória da TARDIS também traz um diálogo repleto de informações, possíveis
respostas, menções a “73 Yards”, que
é um dos meus episódios favoritos na temporada, e acenos à série clássica… a
tela trazida da Janela do Tempo mostra cenas de Susan, a neta do Doctor e
primeira companion, justificando a artimanha de Sutekh de criar “ecos” de
Susan aonde quer que a TARDIS pousasse, e cenas de “Pyramids of Mars”, o episódio de 1975 em que o 4º Doctor enfrenta
Sutekh pela primeira vez. E aí temos algo que dividiu opiniões e causou
rebuliço entre os fãs de “Doctor Who”:
aparentemente, Sutekh está “agarrado” à TARDIS desde então… e eu acho que
Russell T. Davies exagerou nessa decisão… podia ter sido explicado o Sutekh se
agarrando à TARDIS em outras ocasiões…
Em “Wild Blue Yonder”, por exemplo.
O fato de
Sutekh estar agarrado à TARDIS por tanto tempo, no entanto, é o que intensifica
o seu poder… ele esteve com o Doctor durante todo esse tempo, e o Doctor, em
suas viagens, “espalhou” a morte por todo o universo, e a areia de Sutekh agora
consome tudo o que é vivo na existência, inclusive Melanie Bush. As únicas
vidas restantes no universo são o Doctor e Ruby Sunday, e por um motivo apenas:
Sutekh é curioso e gosta de uma fofoca… ele também
quer saber quem é a mãe de Ruby, e essa é a única pessoa em toda a criação que
ele “não conseguiu ver”. Por isso, quando o Doctor, Ruby e Mel vão para
2046 em busca do DNA da mãe de Ruby Sunday, e o Doctor percebe que é tarde
demais para Mel, eles pensam em um plano… uma maneira de derrotar Sutekh.
De volta à
UNIT em 2024, então, Ruby tem em mãos a chave para a destruição do Deus da
Morte, e a possível revelação do nome
de sua mãe é o que permite que ela se aproxime de Sutekh o suficiente para que
ela prenda uma corda em seu pescoço, como uma coleira, e então o Doctor
recupera a TARDIS original e sai viajando pelo vortex, por todo o tempo e
espaço, levando “a morte à morte”. Com a morte da morte, a vida retorna por
todo o lado, a todos aqueles que foram consumidos pela força de Sutekh desde a
sua aparição no fim de “The Legend of
Ruby Sunday”. E, então, o Doctor faz o que ele sempre tenta não fazer, mas
que sabe que é a única maneira de manter o mundo salvo dessa vez: ele mata Sutekh. E, agora, ele parece
ter sido destruído.
Até o 57º
Doctor enfrentá-lo novamente em 2060.
Até cheguei
a pensar que a resposta de “quem é a mãe de Ruby Sunday” não viria nesse
episódio, mas a UNIT finalmente consegue um nome: Louise Miller. Eu esperava mais dessa história só porque a Ruby
parecia ter “poderes” quase inexplicáveis fazendo nevar e quase sendo páreo
para Maestro e essas coisas, mas eu gosto
da ideia de “a mãe de Ruby Sunday ser apenas uma pessoa normal”. Uma adolescente
de 15 anos que engravidou, tinha um padrasto problemático, e não pôde ficar com
o bebê. O reencontro de Ruby e Louise é rápido, mas emocionante. O que eu não
gostei foi aquela explicação fajuta
para “para onde a mulher estava apontando”: aparentemente,
para a placa com o nome da rua, escolhendo qual era o nome de sua filha…
Mas, quer
dizer, NÃO TINHA NINGUÉM ALI PARA VER!!!
Como pode ter sido ELA a nomear a Ruby?! Resposta: não foi.
De todo
modo, Ruby agora está ocupada… ela tem uma mãe biológica que ela quer conhecer,
quem sabe o pai também, que nunca soube que Louise estava grávida, e eu gosto
de como a sua mãe e a sua avó estão envolvidas nessa história toda também. O Doctor,
por sua vez, terá que viajar sozinho – pelo menos por um tempo. Ruby corre para
a TARDIS para dizer que tem “algumas coisas a resolver”, mas “logo pode vir
viajar com ele”, mas percebe que o que ela tem para fazer é algo que vai
demorar mais do que apenas alguns minutos… eu acho que aquela conversa toda da
Ruby e do Doctor seria mais impactante
se fosse uma despedida definitiva de uma companion,
mas parece que Ruby Sunday seguirá sendo companion
na segunda temporada…
Nesse caso,
acho que o impacto é bem diminuído, sabe?
Ainda assim,
eu preciso comentar sobre problemas que
eu tenho com esse diálogo… eu acho que ele é “emocionado” demais para uma
relação que nós não vimos o suficiente. Ruby não é uma má companion – mas ela também não é extraordinária e não figura entre
as melhores companions de “Doctor Who”,
pelo menos não ainda. Algo me incomoda na maneira como o Doctor lhe diz que “ela
o mudou para sempre”, e como parece agir como se ela tivesse feito algo que
nenhuma outra companion jamais fez,
quando nós temos pessoas como a própria Mel Bush na história de “Doctor Who”. Pessoas como Donna Noble,
que é a FAMÍLIA do 14º Doctor, ou Clara Oswald e toda a história de como ela e
o Doctor fariam qualquer coisa
(mesmo!) um pelo outro.
Tanto que a
relação deles se tornou um perigo para o
universo.
Não consigo
deixar de lado a sensação de que, de alguma maneira, Russell T. Davies menospreza o que não foi ele que
escreveu para “Doctor Who”, e isso é
algo que me incomoda, mesmo reconhecendo tudo o que ele fez pela série e o fato
de ele ter entregado uma temporada bastante competente. Eu gostaria que ele não
agisse como se “ninguém nunca deu a volta na TARDIS desde Rose Tyler”, algo que
ele chega a dizer em entrevistas, quando isso aconteceu, mais de uma vez, em
episódios que foram escritos por Steven Moffat… a Clara da era vitoriana fez
isso. Mas eu sou e sempre serei um grande defensor de Clara Oswald… Ruby pode
ser ótima, e ela é, mas ela ainda tem que fazer muito mais para causar o impacto que Clara causou no Doctor, para
chegar à intensidade da relação
deles.
Quer dizer,
perder a Clara resultou em BILHÕES DE ANOS DE SOFRIMENTO ao Doctor, né?
Inclusive,
“Heaven Sent” MELHOR episódio de
qualquer era de “Doctor Who”.
Ah, e não
posso encerrar essa review antes de
comentar brevemente a respeito da Sra. Flood, que segue sendo um delicioso mistério a ser explorado
futuramente… em suas aparições mais recentes, a Sra. Flood estava usando exatamente o mesmo figurino de Clara Oswald em
“Face the Raven”. Agora, quando
encerra o episódio no terraço, ela está usando o figurino de Romana em “The Ribos Operation”. Quer dizer, uma
vez poderia ter sido uma coincidência… duas? Tem alguma coisa aí. Já deixei de
lado suspeitas de que a Sra. Flood seja a verdadeira Susan, no entanto… acho
que há algo que parece ameaçador
demais nela, como se ela fosse uma vilã. De todo modo, perceba que a Sra. Flood
nunca dividiu uma cena com o Doctor, ele nunca chegou a vê-la…
Isso pode
significar que é alguém que ele já
conhece?
Encerramos a
primeira temporada de uma nova era de “Doctor
Who”. Foi bom? Foi. Foi excelente? Não. Mas eu acho que estamos no caminho
certo… gostei bastante de acompanhar esses episódios, estou animado para o
Especial de Natal desse ano (até porque é do Moffat!), e acho que a série está
encontrando uma maneira interessante de se manter fresca e acessível para todos
que estão entrando nesse universo agora, sem deixar de lado o fato de que “Doctor Who” tem 60 anos de história e
uma bagagem imensa, com acenos que divertem e emocionam fãs de longa data. Ansioso
para ver mais do 15º Doctor, até porque Ncuti Gatwa está maravilhoso no papel,
e curioso para todas as novidades que estão por vir… como uma nova companion.
E aí?
Opiniões para o episódio/a temporada?
“Oh, what
happens to that mysterious traveler in time and space known as the Doctor? I’m
sorry to say his story ends in absolute terror. Night-night!”
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