Sítio do Picapau Amarelo (2007) – As Invenções do Visconde: Parte 2
O Psicocaptador Sabugosa.
O Visconde
de Sabugosa definitivamente não se dá bem com jacas… afinal de contas, é uma
fruta muito grande e muito pesada para um simples sabugo de milho. Os “ataques
de jacas” já renderam algumas boas histórias no “Sítio do Picapau Amarelo”, seja na versão entre 2001 e 2007, como
em “Memórias de Emília”, ou na versão
entre 1977 e 1986, como em “A Morte do
Visconde”, uma das minhas histórias favoritas. Essa proximidade com os
livros originais é algo que a temporada de 2007 do “Sítio do Picapau Amarelo” tenta retomar e, por isso, estamos de
volta à história das invenções do Visconde, com o egoísmo da Emília sendo
responsável por uma frustração muito grande para o sábio sabugo, que tenta
mantê-la afastada de toda e qualquer nova invenção.
Dessa vez,
no entanto, a jaca é parte de um ataque
deliberado de mais um disfarce do falso Barão de Tremembé, que se passa por
um cientista russo chamado Bóris Borislovsky, para tentar roubar o Periscópio
do Invisível… e consegue. Enquanto o Barão e Minerva fogem com uma das invenções
do Visconde, Emília e Narizinho são as primeiras a dar pela falta do cientista,
e embora a bonequinha esteja preocupada, ela finge que não se importa, mas diz
que precisam encontrar o Visconde e saber se está tudo bem com ele “porque o
Pedrinho gosta muito dele”. Eventualmente, o Pedrinho e o Tio Barnabé encontram
o Visconde estatelado depois de ter sido atacado por uma jaca, e quando eles o
levam de volta ao Sítio, Emília diz uma de suas frases mais célebres:
“Dona Benta, eu sou uma boneca com cabeça,
perna, braço, nariz… e Visconde!”
Variações
dessa frase foram ditas antes por Reny de Oliveira e Isabelle Drummond.
Emília é
quem “resolve” o problema, resolvendo mandar um borboletograma para o Dr.
Caramujo lá no Reino das Águas Claras: só
ele pode salvar o Viscondão. E eles de fato precisarão da sua ajuda: embora
ele não morra, como na dramática e maravilhosa história de 1978, ele acorda sem
memória… o que quer dizer, também, que ele está vulnerável a ataques. Ah sim,
porque o “Professor Bóris Borislovsky” não demora para retornar ao Sítio do
Picapau Amarelo, depois de ele e Minerva terem quebrado o Periscópio do Invisível por não saber como usá-lo… o
Barão se aproveita de sua amnésia para se passar por um colega seu, e leva o
Visconde para o laboratório, dizendo que essa invenção é uma encomenda para o
serviço secreto do seu país, e ele precisa consertá-la…
Mesmo sem
muitas memórias, o Visconde continua o mesmo gênio cientista de sempre, e ele
acaba nem consertando mesmo o Periscópio do Invisível… ao invés disso, ele
aprimora a invenção e a transforma no Psicocaptador Sabugosa, um instrumento
capaz de ler o pensamento das pessoas…
e funciona, porque o Visconde descobre que o “Bóris” teme que ele descubra que
não é um cientista nem trabalha para o governo e que tudo é uma farsa. Antes
que o Visconde possa fazer algo, no entanto, o Barão o coloca para dormir e
rouba o seu aparelho… o que está prestes a começar uma guerra, por incrível que pareça. Quando Minerva lê o pensamento
de uma abelha (!) com o Psicocaptador e descobre que ela ia picar o Barão, ele
a mata e isso causa uma revolta nas
abelhas…
E um enxame chega ao Arraial.
“Foi declarada a guerra das abelhas contra a
humanidade!”
Enquanto
isso, o Visconde é diagnosticado pelo Dr. Caramujo: ele está com Espirradite
Memorial de Causa Jacal… isso quer dizer que todas as memórias científicas estão ali, mas as memórias
pessoais e afetivas não estão, então ele terá que operá-lo, para colocar as
memórias de volta dentro dele… e como farão isso? Através de objetos que tenham
significado para o Visconde e sua história! Eu adoro como isso é usado para
trazer à tona algumas histórias clássicas do “Sítio do Picapau Amarelo”, do primeiro livro com os personagens: “Reinações de Narizinho”. Eles trazem o
Vidro Azul, que foi usado no noivado da Emília; Emília traz o pelo do gato
trambiqueiro que se passou pelo Gato de Botas e roubava pintinhos; e Dona Benta
traz o livro atrás do qual ele caiu e virou um sábio.
Como eu sou
um fã do “Sítio do Picapau Amarelo” e
eu cresci lendo aos livros, EU ACHEI SIMPLESMENTE GENIAL! É tudo muito rápido,
é verdade, mas foi uma delícia acompanhar rápidos flashbacks de histórias que são parte de “Reinações de Narizinho” e que não serão adaptadas na íntegra
agora, mas que são reconhecidas como parte importante e definidora da
personalidade do Visconde de Sabugosa. São três elementos, o Vidro Azul, o pelo
do gato trambiqueiro e o livro de Dona Benta, que o Dr. Caramujo coloca de
volta dentro do Visconde e que ele acredita ser o suficiente para trazê-lo de
volta… e, de fato, quando o Visconde desperta, ele é de novo o sabugo de milho
que conhecemos: tanto o cientista quanto o grande amigo do pessoal!
A Cuca, por
sua vez, não consegue recuperar o seu livro de feitiços conforme planejara. Se
passar por sobrinha da Tia Nastácia não foi o suficiente, mesmo que a Cuca
chegue ao seu livro duas vezes. Na
segunda vez, quando ela está indo embora do galinheiro com ele, Tia Nastácia,
Emília e Narizinho a estão esperando do lado de fora, e ela fica debilitada por
causa de uma combinação de alecrim, arruda e alho, algo que o Tio Barnabé
ensinou à Tia Nastácia para manter assombrações longe… não estando em pleno uso
dos seus poderes, a Cuca acaba derrubando o livro antes de fugir do Sítio do
Picapau Amarelo, mas ela vai embora prometendo voltar… e ela está mais furiosa
que nunca. E a chegada de um bando de
cangaceiros pode ser a solução para os seus problemas.
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