Sítio do Picapau Amarelo (2007) – As Invenções do Visconde: Parte 3

“Foi declarada a guerra das abelhas contra a humanidade!”

Depois que o falso Barão de Tremembé matou uma abelha antes que ele a picasse, as abelhas estão furiosas… enquanto um enxame de abelhas invade o Arraial dos Tucanos, os besouros da Emília avisam a bonequinha e o pessoal do Sítio do Picapau Amarelo sobre o que está acontecendo, e eles começam a pensar no que podem fazer para impedir essa iminente guerra. E é Emília quem tem uma ideia: se Dona Benta sempre diz que conversar é a melhor maneira de resolver problemas, então eles precisam falar diretamente com a Abelha Rainha… assim, a bonequinha de pano envia um borboletograma para a colmeia, que aceita receber por lá representantes da Embaixada Humana para discutir a guerra… enquanto isso, o exército de abelhas se retira do Arraial.

Como no mundo das abelhas tudo é comandado pelas abelhas fêmeas, as abelhas têm uma condição: elas só aceitam Embaixadoras do sexo feminino, o que deixa o Pedrinho incomodado, porque ele também queria conhecer a colmeia por dentro e participar das negociações… mas ele está de fora dessa aventura, na qual Emília e Narizinho se jogam sozinhas. Toda essa parte da visita ao Reino das Abelhas também é algo que vem de “Reinações do Narizinho”, o primeiro livro com os personagens do “Sítio do Picapau Amarelo”, e rende uma boa história – até então, eu estou gostando muito desse resgate e reinvenção que a temporada de 2007 faz com a obra original. Tão legal acompanhar Emília e Narizinho conhecendo mais sobre como funciona uma colmeia!

Inclusive, elas descobrem que não existe uma “Abelha Rainha”: isso de “Abelha Rainha” é uma invenção humana; o que existe é uma Abelha Mãe/Mestra, mas que não pode tomar nenhuma decisão sozinha, porque tudo ali é decidido pelo Conselho das Abelhas. Eu gosto de como essa organização das abelhas é trazida à tona, e como a Emília, sempre ambiciosa, faz um comentário sobre como, se morasse ali, ela ia “aproveitar que ninguém manda em ninguém e ia mandar em todo mundo”, mas Narizinho explica que aquela organização é muito melhor do que a nossa, e que se no mundo dos humanos também fosse assim, não haveria mais guerra… e, falando em guerra, a Abelha Mãe diz que vai convocar o Conselho para que elas possam tentar convencê-lo a mudar de ideia sobre a guerra contra a humanidade.

O problema, é claro, é quem tem uma “abelha vilã”: a Abélha. Assim como a Emília sugeriu, ela quer “tomar conta de tudo e mandar em todo mundo”. Foi ela quem convenceu o Conselho a declarar guerra contra a humanidade, e agora que as embaixadoras humanas podem mudar tudo, ela quer aproveitar a presença delas na colmeia para mostrar que não se pode confiar nos humanos e que as abelhas precisam de “uma verdadeira rainha”. Então, Abélha pede que Abelharda roube um objeto das garotas, e Abelharda invade o quarto das meninas enquanto elas estão dormindo e rouba um fio de cabelo da Emília… então, Abélha envenena a geleia real, com a qual as novas abelhas serão alimentadas, e solta o cabelo da Emília ali, para culpá-la pelo crime.

Armação digna de vilã de novela!

“Vamos instalar uma nova ordem na colmeia!”

Abélha é suficientemente dissimulada para acusar Emília e Narizinho dessa sabotagem, e embora Emília saiba que é uma armação e quem está por trás disso, ela precisa encontrar uma maneira de provar que está dizendo a verdade… por isso, quando o Muiraquitã do Caipora encontra uma maneira de soltar as duas e, quem sabe, ajudá-las a escapar, Emília resolve ficar para trás, porque não vai embora enquanto não desmascarar “aquela abelha abelhuda”. Agora, é uma verdadeira guerra perante o Conselho das Abelhas… Abélha está atiçando o Conselho contra a humanidade e, principalmente, contra as embaixadoras humanas, enquanto Emília e Narizinho, levadas para julgamento, têm apenas a própria palavra para provar que estão dizendo a verdade…

O que vai tirá-las dessa?

Enquanto isso, a Cuca faz um trato com Belzebu Bill, o líder de um grupo de cangaceiros que chegou nas redondezas: se ele trouxer para ela o seu livro de feitiços que está no Sítio do Picapau Amarelo, ela não apenas o deixa vivo, como salva seus amigos que foram enfeitiçados pela Iara. Assim, o Sítio de Dona Benta se vê rapidamente invadido por cangaceiros que prendem todo mundo: o Rabicó, o Zé Cabreiro, o Jeca Tatu, o Pedrinho, o Visconde, a Dona Benta e a Tia Nastácia. E embora saiba onde está o livro, Pedrinho não quer entregá-lo, porque é apenas algo que a Cuca vai usar contra eles mesmos se tiver de volta: então, ele usa o próprio livro para encontrar uma maneira de “escondê-lo”, encontrando um feitiço com o qual pode deixá-lo invisível.

Agora, Pedrinho precisa ganhar tempo enquanto pensam no que fazer… ele salva o Rabicó de virar feijoada fazendo os cangaceiros acreditarem que o livro está na casa do Tio Barnabé (sabendo que a casa do Tio Barnabé estará vazia porque é dia de ele sair para pescar), coloca um cangaceiro para dormir usando outro feitiço do livro, e convence os cangaceiros a deixarem ele e o Visconde “presos no laboratório”, com toda uma encenação pedindo para eles fazerem qualquer coisa “menos prendê-los no laboratório”. Foi uma sequência divertida que trouxe resultados porque os cangaceiros deixam a desejar no quesito inteligência. Infelizmente, no entanto, o pó de pirlimpimpim no laboratório acabou, e eles terão que depositar suas esperanças no Teletransportador Sabugosa…

Mas, bem… esse não é um invento 100% testado ainda.

“Que os deuses da ciência me iluminem!”

 

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