Último Capítulo de “Cúmplices de um Resgate” (12 de julho de 2002)

“Somos los Cómplices al Rescate… corregido y aumentado”

QUE EMOÇÃO estar aqui para falar, mais uma vez, sobre o fim de “Cúmplices de um Resgate”. Para mim, “Cúmplices” sempre vai ter um apelo nostálgico especial porque é uma novela que fez parte da minha infância, e como eu sempre gostei muito de histórias de gêmeos, sempre a considerei como minha novela infantil favorita. A assisti nas suas duas exibições no SBT, em 2002 e em 2006, revi partes dela em 2015, para comentar no Parada Temporal, e assisti à versão brasileira protagonizada por Larissa Manoela, em 2015 (uma ótima versão, por sinal). Agora, foi a hora de retornar, já adulto, para a versão original mexicana, e foi como uma viagem no tempo de volta para uma época da minha vida, e me despeço agora com o coração quentinho e lágrimas nos olhos.

O último capítulo começa dias depois do casamento de Ofelio e Marina, quando a banda Cúmplices de um Resgate cresceu consideravelmente – e todos estão se preparando para o grande show de encerramento em Veracruz. Eu comentei em outras ocasiões, mas reforço aqui: acho um exagero que a banda tenha, agora, 12 INTEGRANTES, sendo que podia facilmente ter sido formadas pelo menos duas bandas separadas, e estaria tudo bem. Muito desse último capítulo é uma mistura de ficção e realidade, porque vemos, em parte, os personagens de “Cúmplices” sendo recebidos em Veracruz, mas também sabemos que aquela é a recepção real dos atores da novela, e é algo que funciona, e que tem a ver com o que seria feito poucos anos depois, com “Rebelde”, por exemplo.

Antes de saírem para a turnê, enquanto arrumam as malas e se preparam, Mariana e Silvana protagonizam um momento bonito e importante para as irmãs. Depois de um atraso em sua “mudança”, Silvana realmente vem demonstrado estar abrindo mão de seu egoísmo e de sua vaidade, e então ela diz à Mariana que, quando voltarem, ela gostaria que ela se mudasse novamente para o quarto delas, porque sente muito sua falta… “Mariana, eu te amo muito. Não sabe como eu sou feliz de te ter como irmã”. Eu fiquei emocionado, e como Silvana nunca foi uma pessoa realmente má (como outros personagens que ganharam “regeneração” nessa reta final), eu acreditei em cada palavra dela e fiquei feliz, porque era o que Mariana sempre quisera ouvir.

Agora, falta o retorno de Rosa… Mariana está chorando de saudade da mãe.

Como muitos arcos foram sendo fechados ao longo dos capítulos que antecederam o último, poucas conclusões ficaram para esse momento, mas vemos o retorno de Sebastián com um pedido de casamento para Helena, por exemplo, e o retorno de Raúl, que eu julguei ter sido assassinado por Regina, alguns capítulos antes. Falando em Regina, também a vemos “interpretar” o papel de louca no hospital psiquiátrico aonde foi internada, e usar a sua “personalidade” de Tânia para convencer uma enfermeira a “lhe dar mais liberdade”, e então ela escapa… nas boas notícias, vemos Marina contar para Ofelio que ela está grávida – E ESTÁ GRÁVIDA DE GÊMEOS! Falta, é claro, que os casais principais da novela se acertem e comecem/voltem a namorar.

Joaquim e Mariana estão em um bom momento… apesar de terem se desentendido quando ele deixou a banda e se uniu à Silvana e os Bandidos, eles se acertaram quando ele fez uma declaração linda para ela no palco e pediu desculpas, e depois ela ainda entendeu que ele fizera isso só para ajudar a tirar o Vicente da cadeia. O que fica faltando, mesmo, é o pedido de namoro oficial, que acontece durante o desfile da banda/do elenco em um carro por Veracruz, quando Joaquim segura as mãos de Mariana, a pede em namoro e ela aceita. Uma pena que isso seja relegado a segundo plano porque a novela escolheu dar mais palco para o romance de Silvana e Martín, tentando recriar o sucesso de “O Diário de Daniela”, e Joaquim e Mariana não têm nenhum momento no show final, por exemplo.

Martín ainda precisa acertar as coisas com Silvana – “Terminei com Silvana por idiota e agora não sei como reconquistá-la”. Depois da mudança súbita, Omar procura Martín para pedir desculpas por ter feito com que ele terminasse com Silvana, enquanto Priscila conta para Silvana o motivo de Martín ter terminado com ela. Depois, Omar diz na frente de todos que Silvana ama Martín e que ele está arrependido de tudo o que fez, e que finalmente entendeu que o que importa de verdade é o amor da família e dos amigos… então, Martín se prepara para falar com Silvana e pedir desculpas, também, por não ter confiado nela o suficiente para dizer a verdade, mas o real momento de reconciliação deles fica para o palco, em uma recriação do fim de “O Diário de Daniela”.

A reta final do capítulo é um EMOCIONANTE SHOW dos Cúmplices de um Resgate com os seus 12 integrantes. Um show de verdade, em um estádio imenso e lotado, e eu sorrio e canto e choro com eles… “Alcanzar la Libertad” é uma música excelente, e eu adoro que ela seja cantada na íntegra durante o capítulo, e então o show é interrompido para uma série de “pequenas conclusões”, como declarações e surpresas. Temos o André se declarando para Júlia, por exemplo, porque essa história ficou para ser resolvida só agora no último capítulo, e o Vicente trazendo uma surpresa para Mariana e Silvana: A VOLTA DE ROSA E ALBERTO. Eles passaram meses ausentes em lua-de-mel, o que racionalmente não faz sentido, mas sabemos que os problemas foram de bastidores…

A novela que foi estendida além do contrato original dos atores e nem todos continuaram.

Por isso, graças ao contexto, eu consigo achar a cena emocionante – o abraço de Rosa (que reaparece completamente diferente do que era o visual mesmo da personagem) nas filhas é lindo. Por fim, vemos Martín chamando Silvana para a frente do palco e dizendo que quer aproveitar que a família dela está presente e, diante dos Cúmplices de um Resgate e de todo o mundo, ele quer dizer que a ama muito, pedir que ela o perdoe e volte com ele… e, é claro, ela aceita. A próxima música é a nova versão de “Cómplices al Rescate”, que está sendo usada na abertura há uns 20 capítulos: aquela que começa em uma versão pop remixada e termina em uma versão grupera, característica das músicas de Mariana… E EU AMO MUITO ESSA VERSÃO DA MÚSICA.

Por isso, emoção a mil…

Como a banda sempre foi uma parte importante da novela, e ainda mais nessa reta final, é um belo final para “Cúmplices de um Resgate”. Podemos ver aquele elenco reunido no palco para encerrar um grande êxito com a música mais icônica da novela, a de abertura. Acho emocionante o Manteiguinha entrando com uma plaquinha que diz “FIN”, o que sempre me arrepia e me faz chorar… dali em diante, temos um elaborado curtain call, com direito a todo o elenco reunido, cantando e dançando, o que sempre me faz chorar, porque é como quando um espetáculo chega ao fim no teatro, e saber que terminou é algo que dá um aperto no coração… mas também ficamos felizes pela experiência que tivemos. “Cúmplices” é uma grande novela, e sempre vou amá-la.

 

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