Zathura: Uma Aventura Espacial (Zathura: A Space Adventure, 2005)
Quando Jumanji vai para o espaço.
Eu me lembro
claramente da época em que Zathura
foi lançado, e da sensação que era… mas eu, particularmente, gostava muito mais
do filme justamente porque ele me fazia pensar em Jumanji, de 1995, do que qualquer outra coisa. Ambos os filmes
foram baseados em obras de Chris Van Allsburg, mas na adaptação
cinematográfica, infelizmente, toda e qualquer referência a Jumanji foi excluída… Zathura é um novo jogo, uma aventura
espacial dessa vez, e é fascinante a seu modo, embora não consiga cativar tanto
quanto o primeiro – acho que a profundidade do roteiro do primeiro, que não
está apenas no jogo, e o envolvimento de mais personagens e dois adultos na
história! Sei lá, alguma coisa, mas eu ainda prefiro Jumanji.
Sorry.
Mas Zathura é bem interessante. O filme
começa nos apresentando dois irmãos, Walter e Danny, e eles não se dão nada
bem. Os dois estão na casa do pai, depois do divórcio dos pais, e nós vemos que
essa é uma trama importante que guia grande parte do filme. Walter parece se
sobressair em tudo, e o complexo de inferioridade de Danny é ainda mais acentuado
porque o irmão o culpa pelo divórcio dos pais – na verdade ele o culpa por
tudo, afinal “a vida era muito boa antes de ele existir”. Desse modo, Walter é
um irmão bastante mala, basicamente. Ele é grosso e estúpido com o pequeno
Danny, ele se recusa a brincar com ele, e é bem malvado o mandando para o porão
(de que ele tem muito medo!) quando o pai sai para trabalhar e eles ficam
sozinhos em casa. Praticamente.
E é nessa
visita ao porão, não ao sótão, que Danny descobre Zathura.
Claro que eu
entendo Danny perfeitamente – mesmo com esses jogos macabros que povoaram minha
infância, eu ainda teria curiosidade o suficiente para começar uma partida em
um tabuleiro encontrado assim. Diferente de Jumanji,
Zathura tem uma proposta mais
moderna: não temos dados, apenas uma chave para girar, um botão e uma carta que
sai com os dizeres de cada jogada. E um tabuleiro muito bonito, com pequenas
naves como avatares. Danny começa a jogada. “Meteor
shower. Take evasive action”. E a sala de estar é tomada por uma chuva de
meteoros, que se restringe apenas àquele lugar. E então a casa é
misteriosamente transportada para o espaço sideral (e eu adoro os cenários,
porque aquela primeira vista de quando eles saem de casa, vêem Saturno e seus
anéis, tudo é tão bonito!) e vocês sabem o que eles precisam fazer para voltar
para a casa:
TERMINAR O
JOGO.
Porque a
proposta é basicamente a mesma de Jumanji,
embora não sejam quatro jogadores e ninguém tenha ficado misteriosamente preso
em uma floresta nem nada assim. Embora haja o astronauta perdido. Enfim. Fica
muito claro a partir das instruções que assim que um deles ganhar o jogo, tudo
será resetado: o que significa que eles vão voltar para o começo como se nada
tivesse acontecido, eles só precisam chegar a Zathura. Simples. Desse modo, a
cada jogada, mais coisas vão acontecendo, enquanto Walter parece estar indo
muito bem, ganhando as melhores coisas como promoções e pedidos a estrelas
cadentes, enquanto Danny consegue todo e qualquer azar que o jogo lhe pode
proporcionar… eles são perseguidos por Zorgons, por exemplo, enquanto Kristen
Stewart passa a maior parte do filme congelada. O que ela soube interpretar
muito bem, por sinal.
Acho que a
grande sacada do filme está no Dax Shepard, que é o Astronauta. Ele aparece
porque Danny tira uma carta, e proporciona novo movimento ao filme – eu gosto
de como ele fala com Walter, o impedindo de desejar que Danny jamais tivesse
nascido (o que ele realmente chega a cogitar fazer), e como ele é importante no
desenvolvimento de ambos os irmãos, como ele ajuda nessa jornada de
auto-conhecimento que deve ser a proposta de Zathura. Mas o grande truque está
na segunda estrela cadente, depois de conhecer toda a história, quando Walter
deseja que o Astronauta tenha seu irmão de volta, e uma nova versão de Danny
aparece, para se juntar à do Danny original, mostrando que, na verdade, o
Astronauta é uma versão do futuro de Walter, uma versão de Walter que teria
desejado não ter Danny, e teria ficado presa para sempre no espaço…
É
emocionante vê-lo tocar o ombro de Walter, voltar a ser criança e desaparecer.
Por fim,
mesmo que tenha tentado trapacear no meio do jogo, Danny ganha – ele consegue
chegar a Zathura. E nada acontece, a não ser que eles começam a ser sugados por
um buraco negro. “It’s a black hole! Zathura is a black hole!”
E até que o jogo volte ao começo, o caos se instala, e finalmente Danny está de
volta à sua vida normal, com Walter pedindo que ele não aperte aquele botão. Eu
realmente adoro ver aquela bicicleta caindo na última cena do filme, mas o
filme não tem a pegada emotiva de Jumanji,
que faz lágrimas se juntarem nos meus olhos toda vez que ele chega ao fim, por
causa do reencontro de Alan com o próprio pai, por causa da animação dele, de
volta em 1995, com Sarah, em ver os filhos de um casal de amigos chegarem: Judy
e Peter. Bem, mas isso eu já falei em outra postagem…
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