4 Minutes – Episódio 1
E se você pudesse fazer diferente, você faria?
Curioso,
provocante, competente… e repleto de potencial. Com uma estreia lindíssima em
vários sentidos, “4 Minutes” chegou para
não passar despercebida: eu termino o episódio com uma sensação mista de que há muita coisa que eu ainda não sei, mas
a certeza de que eu quero descobrir.
Eu gostei dos 57 minutos que passei com esses personagens – que para mim são a
força da estreia, apesar de sua inegável qualidade técnica e cuidado com
detalhes, como na maneira como os relógios são incluídos na narrativa, as
referências constantes ao número “4” e a beleza ousada, poética e envolvente da
sequência de sexo –, e quero muito ver como suas tramas serão desenvolvidas…
especialmente nas relações entre
eles, sejam elas românticas ou não.
O episódio
faz uma excelente apresentação individual de seus protagonistas e personagens
secundários, o que é uma escolha fascinante, a meu ver: conseguimos sentir quem são essas pessoas, mas não
conseguimos prever como elas
interagirão umas com as outras… e, quando já interagem, há muita força bem
adicionada no roteiro também: gostei demais daquela cena em que Great e Korn
conversam sentados na calçada e fico tentado a tirar conclusões, mas quero me
segurar, por ora. Você percebe, por exemplo, que passamos vários minutos com
Korn e Tonkla – e minutos deliciosos, diga-se de passagem –, mas tudo é uma
provocação? A verdade é que sabemos muito
pouco sobre a relação deles, as motivações, os segredos, os possíveis
interesses…
E isso é o
que mais me instiga!
A
apresentação de Great, um dos protagonistas de “4 Minutes”, é curiosamente a mais tímida… há algo de “riquinho
mimado e inconsequente” notável em sua construção, mas há também a sugestão de
um preterimento da família – e não é claro o que gerou o que… o que veio antes.
E é Great quem ganha o “poder sobrenatural de prever o futuro em 4 minutos”, o
que eu acredito que será um mote de desenvolvimento de personagem excelente. Na
cena em que ele atropela aquela mulher no túnel, por exemplo, ele entra
novamente no carro para fugir da cena quando ele experimenta esse “retorno” no
melhor estilo “Premonição” pela
primeira vez (e, inclusive, a maneira como isso foi representado visualmente
foi incrível!), e então ele muda levemente sua atitude…
Quer dizer,
ele ainda a atropela… mas ele liga para a
ambulância dessa vez.
É quase
sutil… mas é essencial.
A
apresentação de Great conversa lindamente com a de Tyme – um “trabalhador
f*dido” que está prestes a se tornar um cirurgião e espera, com isso, ficar
rico o suficiente para dar uma condição de vida melhor à mãe… e toda a relação
de Tyme com a mãe é um dos meus momentos favoritos do episódio, justamente
porque é quase uma quebra de expectativa. Tyme inicialmente parece mais frio quando o conhecemos no
hospital… ele é bastante racional e incisivo, e mantém certa “distância”,
quando não aprende o nome de seus pacientes, por exemplo. Essa aparente “falta
de humanidade” de quem vê o trabalho apenas
como um trabalho é inteiramente quebrada no momento em que ele chega em
casa e interage com a mãe, e é como se conhecêssemos outra pessoa ali…
E eu tenho
certeza de que eu vou me apaixonar por Tyme!
Outro
personagem rico em facetas é Korn – listado como “personagem secundário”, mas
com ares de protagonista nessa estreia. Nós o vemos, aqui, em diferentes momentos. Pudemos vê-lo sendo
pressionado pelo pai para assumir parte dos negócios ilegais da família (e
ainda é uma incógnita para mim o que, de fato, ele pensa a esse respeito), com
o pai demonstrando uma confiança nele que ele não tem em Great; pudemos vê-lo
sendo um bom irmão para o Great, na já mencionada conversa que eles têm
sentados na calçada; e pudemos vê-lo como namorado de Tonkla, alguém que parece
“escondido”. Se o Korn gostaria que ele fosse mais “oficial” e “parte de sua
vida”, mas não pode fazer isso, ou se ele gosta de manter o Tonkla mesmo “à
parte” é algo que eu não posso definir agora.
Parece cômodo demais tirar conclusões agora. Os
segredos podem estar de ambos os lados.
Mas
precisamos falar sobre a cena quente
de Korn e Tonkla… e, antes de mais nada: UAU. É uma cena brilhante, na minha
opinião. Extremamente sensual, a cena é provocante e talvez eu a tenha
assistido mais de uma vez. É de uma beleza, de um cuidado e de uma sensação de
realidade indizível! A entrega, as cores, os enquadramentos, os sons, as falas…
tudo milimetricamente pensado para ser excitante,
e é. Se eu vou ser o chato que encontra algo para criticar, e eu vou, eu diria
que ela poderia ter cortes para dar a
sensação de que o sexo durou mais tempo. Entendo que a ausência deles torna
tudo mais real, mas eu não vou negar
que eu tive a sensação de que ambos
atingiram o orgasmo rápido demais, o que na vida real seria decepcionante,
sabe?
Quer dizer,
eles não duraram… nem 4 minutos.
Mas a cena
foi ARTE, independentemente.
Por fim, o
episódio nos conduz ao primeiro encontro
de Great e Tyme, em outra boa sequência que explora o que Great está
experienciando. Instruído pela família, ele leva flores à mulher que atropelou,
mas não tem coragem de tirar uma foto, depois de ouvi-la falar sobre como ela
queria morrer e pretende dizer isso ela mesma para a polícia, portanto “ele não
precisa se preocupar”. Nos quatro minutos vividos com antecedência, Great fala
com a mulher e esbarra em Tyme na saída do hospital, sem parar para ajudar ou
para pedir desculpas… quando os 4 minutos retornam e ele tem a chance de
refazer seus passos ou os mudar, ele não chega a entrar no quarto, mas observa
Tyme através de uma porta entreaberta, esbarra nele novamente e fica, dessa vez.
Em paralelo,
uma mulher conta a Den sobre sua sensação
quando seu coração parou de bater…
Sobre como
ela “podia ver 4 minutos no futuro”. É DE TIRAR O FÔLEGO E EU QUERO MAIS!
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Sério, fico muito chocado como vc é competente naquilo que se dispõe a escrever. Quero muito mais de 4 Minutes tbm, quero ver até onde nossas teorias vão kkkk
ResponderExcluirFico emocionado com um comentário desse! 🥺😍
ExcluirMuito, muito obrigado! De verdade!!!
Aqui estou eu novamente! 😊
ResponderExcluirE não posso deixar de dizer repetidas vezes, o quão é impecável a sua leitura de uma série e caso de um único capítulo!
Vou aguardar suas futuras resenhas dos demais episódios sobre #4Minutes e de outras obras, afinal de contas se tratam de obras incríveis que ultimamente vem criando burburinhos no X. Acredito que haja muita imaturidade por uns e por outros uma certa resistência em se falar abertamente sobre sexo, e a diferença de uma cena limpa com um olhar de beleza e não simplesmente um "ato". Obrigada por mais uma leitura incrível! Ahhhh sou anônima aqui, mas nem tanto assim🤭
Obrigada por essa leitura e escrita tão incrível 😘
Muito, muito obrigado por esse comentário!!! 😍 Fico muito feliz de saber que você tá gostando das reviews, às vezes eu me cobro tanto ao trazer comentários de séries que estão "gerando burburinho" hahaha Então todo feedback é bem-vindo, fico muito contente lendo isso (e motiva a escrever as próximas! 😊)
ExcluirVoltei pra ler desde o review do ep 1 e você arrasou demais no texto!
ResponderExcluirQue lindo! Muito, muito obrigado! ❤️
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