Chiquititas Brasil (1ª Temporada, 1997) – O aniversário de Mili
“Voltarei”
Mili é
carinhosa, atenciosa e criativa… ela adora contar histórias para as outras
meninas e está sempre disposta a ajudar e a demonstrar o seu amor. Por isso,
quando ela começa a agir de uma maneira diferente
dessa, é porque alguma coisa está errada. Em uma noite, ela simplesmente não
parece animada para contar histórias
e, no dia seguinte, ela age com grosseria quando as meninas erram os passos de
uma coreografia que ela inventou e sai bufando, para a surpresa de Chico. E tudo está relacionado ao seu aniversário
de 12 anos, que está prestes a chegar… quando o Chico pergunta o que ela
quer para o cardápio da sua festa, Mili diz que não quer nada especial, e que
“esse ano não vai comemorar o seu aniversário”. Preocupado, o Chico avisa a
Emília.
É muito
forte e muito triste a cena da Mili dizendo à diretora do orfanato que não tem
vontade de comemorar o seu aniversário, porque ela não sabe nada sobre quem são
os seus pais, onde ela nasceu, de onde veio, de onde os pais vieram, nem se o
dia do seu aniversário é esse mesmo – “Como
você acha que eu posso ter vontade de festejar se essa data provavelmente foi
inventada por um juizado de menor?”. Com carinho e cuidado, Emília fala
sobre como embora talvez não saiba sobre o seu passado, Mili tem um grande e
lindo futuro pela frente, e tem um monte de gente que se importa com ela e quer
comemorar essa data ao seu lado… ainda assim, Mili está resistente, e o Chico
pede a ajuda das outras meninas, que pensam em alguns planos para ajudar.
E,
naturalmente, acabam brigando no meio do caminho.
“Deram uma estilingada na pomba da paz!”
Tentando
tirar um pouquinho desse peso, tristeza e dúvidas que tomaram conta dela, Mili
resolve “investigar sobre o seu passado”, e ela convoca a ajuda das amigas para
isso – e começam com a Carmen, inventando uma desculpa qualquer a respeito de
uma revista da escola e “entrevistar a pessoa que elas mais admiram”. Apesar de
ser chamada de “meiga”, o que qualquer um nota que é mentira, Carmen acaba
deixando que o seu ego vença conforme as meninas a elogiam mais e mais, e Mili
é inteligente para não ser muito direta, mas conseguir uma informação
importante: o nome da diretora do
orfanato na época em que ela chegou. Quando tenta entrar em contato com a
tal “Jacinta Carvalho”, no entanto, seu nome não é nenhum da lista telefônica.
E o peso
retorna, mais doloroso que antes… a crise de Mili por “não saber quem é” e
porque “sempre vai ser assim” a consome, e tanto Júnior quanto Carol a ajudam,
com algumas conversas muito bonitas. Gosto muito de ver como a Carol conhece e
se importa com as crianças, mesmo antes de ela se tornar diretora do orfanato!
Carol promete ajudar Mili a encontrar a melhor forma de procurar seus pais (!),
e quando descobre que Mili já conversou com o Júnior sobre isso e ele foi legal
com a garota, Carol resolve ir ela mesma pedir a ajuda do Júnior – afinal de
contas, ele parece se importar, não? Curiosamente, Júnior a recebe apenas de toalha, não faz questão de ir
colocar uma roupa, e o clima entre os dois vai rapidamente começando a mudar.
Mas ainda é
bem cheio de vai-e-vem.
Júnior nem
planejara ficar no Brasil quando retornou… era apenas uma visita, mas o estado
de Gabriela acabou fazendo com que ele ficasse, então ele resolve aceitar a
proposta de emprego oferecida pela nova dona da fábrica em que Carol trabalha –
e é assim que o caminho deles se cruza pela primeira vez. Já no primeiro dia,
Júnior precisa enfrentar a fúria de Carol, que quer uma explicação sobre por que não recontrataram algumas das
funcionárias, como era o combinado, e responde que ele assumiu no dia anterior
e, portanto, ainda não sabe responder à sua dúvida, mas Júnior questiona
Fernanda a esse respeito logo em seguida, e ela também se esquiva da
responsabilidade, mandando ele conversar com a responsável por essa parte: a
Maria Cecília.
No fim,
Maria Cecília diz que “nunca foi prometido nada”.
Infelizmente,
Carol foi inocente ao aceitar um acordo meramente “verbal”.
Toda a
história faz com que Carol fique ainda
mais forte. Ela sabe que elas erraram e que, infelizmente, não há nada que
possam fazer pelas companheiras que perderam o emprego, mas isso serve de lição
para que não sejam enganadas dali para a frente, e Carol é escolhida como
delegada do sindicato – e quando Maria Cecília pretende demiti-la, Júnior se
opõe prontamente, dizendo que eles precisam de uma verdadeira líder como a
Carol lá dentro mesmo. Gosto de como existe uma dinâmica de cão e gato, de
“enemies to lovers”, e de como cada interação dos dois é rica e cheia de
reviravoltas… Júnior aparece no orfanato para visitar o Chico enquanto a Carol
está falando mal justamente dele para o padrinho, por exemplo, o que é uma cena
desconfortável, mas HILÁRIA!
E, depois,
Júnior aparece na casa dela com os
livros que ela esquecera no orfanato e dos quais vai precisar, e embora ele
queira conversar seriamente com ela e chegar a alguns acordos em relação ao
trabalho, ela fica o tempo todo na defensiva, o acusando de “querer que ela
traia as suas companheiras”, sendo que, em defesa do Júnior, essa não era a
intenção dele, nunca foi. Para complicar ainda mais a situação, o carro do
Júnior é roubado enquanto ele está na casa de Carol, e por quem?! PELO BETO,
IRMÃO DA CAROL! Uma verdadeira confusão, e quem diria que o Beto acabaria se
tornando quase um amigo do Júnior e trabalharia para ele não muito tempo
depois? Mas existe um caminho para isso, quando o Beto acaba salvando a vida de Gabi de um
atropelamento, por exemplo.
Mas acho que
o que mais faz com que Carol vá mudando o seu comportamento em relação ao
Júnior é a maneira como lida com a Mili e resolve ajudar… é ele quem leva Carol
e Mili ao endereço de onde Jacinta, a antiga diretora do orfanato, trabalhara
por anos antes de morrer, um endereço que ele mesmo conseguira (!), e quando o
trio invade a casa abandonada e procuram em papéis por qualquer pista sobre o passado
de Mili, Carol acaba soltando um “Ai,
Júnior. Você é maravilhoso!”, provavelmente sem pensar muito no que estava
dizendo. E, ali, eles encontram um documento com o nome de Milena Pereira, de
junho de 1985: sem data de nascimento, sem lugar de procedência, sem o nome dos
pais… mas com um envelope e um broche que
diz “Voltarei”.
Para Mili,
parece uma promessa.
E é o
suficiente por ora.
Com o melhor presente que ela poderia ter
ganhado de aniversário, Mili se enche de esperança, o que pode
eventualmente ser doloroso, mas funciona por ora e é muito bom ver a Mili se
enchendo de alegria e voltando a ser aquela garota companheira que as outras
meninas adoram! Ela até aceita uma festa
de aniversário em sua homenagem, mesmo que ela acabe ficando um pouquinho
atrasada, já que ela não quis a festa no dia certo. A festa é uma cena
rapidíssima e simples, mas repleta de carinho e atenção: Mili recebe uma dança
de presente das suas amigas (elas passaram algum tempo ensaiando a coreografia
de “Sinais” para esse momento!), e um
monte de abraço e desejos de felicidade que são sinceros, e isso é o que
importa!
Para mais
postagens de “Chiquititas Brasil”, clique
aqui.
Também visite nossa página: Cantinho
de Luz
Comentários
Postar um comentário