Justiça 2 – Carolina Teixeira: Parte 4

A história de Kellen.

Antes de mais nada, eu preciso dizer: LEANDRA LEAL, VOCÊ É UM ESPETÁCULO! O quarto capítulo de Carolina (o 14º de “Justiça 2”) é o melhor capítulo da personagem até o momento, na minha opinião, e em grande parte por causa da Kellen, que estava maravilhosa, entregando absolutamente tudo da emoção, em uma das cenas mais dolorosas e poderosas de “Justiça 2”, à comédia, em tantos outros momentos. Mas a história de Carolina também chega a alguns pontos importantes, especialmente quando ela consegue enfrentar e se defender sozinha do tio pela primeira vez e, é claro, aquela sequência final que complementa a trama apresentada no capítulo anterior, sob o ponto de vista do Balthazar, que tem tudo a ver com a internação de Silvana…

Para poder pagar as contas da mãe no hospital, Carolina aceitou o dinheiro oferecido por Nestor para que ela fizesse programa – e é uma das piores experiências de sua vida. Carolina está distante e atordoada no dia seguinte, e é nesse momento que Kellen se aproxima dela para conversar, porque ela entende pelo que ela está passando… eu gosto muito da personagem de Kellen, e de como ela é complexa, humana e imperfeita. Ela não é uma personagem escrita para ser uma regra moral, e foi ela quem incentivou Carolina a aceitar fazer programa, porque ela precisava do dinheiro para pagar a conta do hospital da mãe, e essa é a maneira como a Kellen podia “ajudar”. Ainda assim, ela demonstra tanta humanidade quando se senta para conversar com Carolina.

A cena é fortíssima, e eu volto a elogiar a atuação perfeita de Leandra Leal. Toda a força da cena está exclusivamente no texto de Manuela Dias e na atuação de Leandra Leal. Sem firulas, sem jogos de câmera, todo o foco está no rosto, na postura e nas palavras de Kellen. Detalhes como a mão tremendo, o olho enchendo de lágrimas, tudo torna o que ela está sentindo tão palpável que não tem como não sentir por ela. Kellen fala sobre a primeira vez que fez programa, do motivo que a fez tomar essa decisão, ao que ela sentiu naquela noite e durante todo o dia seguinte… o mesmo que Carolina está sentindo naquele momento, e de que ela vai se lembrar para toda a vida. Ela fala sobre chorar, e como chorar ajuda, e sobre a personagem que ela criou…

Sobre como, eventualmente, ela “virou a Kellen”.

Agora, ela passa meses sem lembrar que seu nome é “Arlete”.

Essa cena tem reverberações mais tarde, quando Carolina se prepara para sair com um novo cliente e, dessa vez, ela usa o nome de “Shirley” – talvez ela também precise de uma “personagem” para conseguir fazer isso. E, infelizmente, nós sabemos que o tal “cliente” é o Jayme com um nome falso, e eu fiquei profundamente apreensivo durante toda a cena, e percebi, só quando ela acabou, que eu estava prendendo a respiração… foi um alívio muito grande ver a Carolina ter forças para enfrentar o tio, para acertá-lo com a porta e para sair daquele hotel… ou talvez a “Shirley” tenha mais força e mais coragem do que a Carolina, e por isso ela conseguiu. De todo modo, é ali que Carolina percebe que não vai poder fazer isso com outras pessoas.

Ela vai continuar apenas com Nestor.

Naturalmente, as coisas ainda tendem a piorar muito. Luara está furiosa porque “Carolina roubou o seu melhor cliente”, e quando Kellen chama a atenção de Luara por ela “achar que manda em alguma coisa”, Luara fica com ainda mais raiva de Carolina, o que a faz procurar por Jayme no pet shop… o que ela quer, na verdade, eu ainda não sei. Além da incerteza do que Luara fará, Carolina se depara com uma surpresa quando Nestor a chama para passar a noite na sua casa e insiste para que ela fique e tome café-da-manhã com ele, oferecendo mil reais para ela fazer isso: a chegada da filha de Nestor e Silvana, que voltou para a cidade quando descobriu que a mãe está internada. Não sei qual vai ser o papel dela, mas realmente fiquei pensando nela no capítulo anterior…

Vamos ver para onde isso vai!

 

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