O Malefício (2023) – Vicky e os de Martino
A aproximação de Jorge.
Já comentei,
em mais de uma ocasião (e o farei sempre que tiver oportunidade), sobre como eu detesto a Nuria. Não existe UMA cena
em que ela seja minimamente suportável.
Puramente interesseira da maneira mais descarada possível, é bastante desconfortável assistir à maneira como
ela fala sobre o dinheiro de Enrique de Martino, sobre como “Beatriz precisa
agarrar essa oportunidade” e sobre como “a sua vida vai mudar”. Ela não está
nem um pouco preocupada com os sentimentos e/ou a felicidade de Beatriz e se
Enrique a garantirá, ou talvez esteja, mas ela acredita que o dinheiro, pura e
simplesmente, trará toda a felicidade que Beatriz pode querer. Ela é
insensível, calculista e baixa… e por que eu estou dizendo isso tudo? Porque a Vicky é parecidíssima, infelizmente…
No entanto,
eu acho que a Vicky pode ter salvação ainda. A Nuria não.
Acontece que
Vicky, talvez por sua juventude (não que isso justifique), também está deslumbrada
com a boa vida que os de Martino têm a oferecer… na verdade, ela sempre foi obcecada por Jorge de
Martino, e quando Beatriz se tornou namorada de Enrique, sua obsessão só
cresceu porque ela viu a possibilidade
de algo se concretizar entre eles. Acho, no entanto, que existe alguma
esperança para Vicky porque ela sentiu
algo verdadeiro quando conheceu Raúl, e ela nunca ficou sabendo que ele era
um de Martino, então ela tem um álibi dessa vez: o que sentiu por Raúl foi real, e não fruto de interesse. Aquela
estranha e sincera conexão que eles sentiram ao seu conhecer no cemitério, ou,
mais, quando conversaram do lado de fora de uma boate e comeram um
cachorro-quente.
Vicky
reencontrou Raúl na igreja do Padre Cayetano, quando acompanhou Nuria, e ela
não consegue deixar de pensar na maneira como ele foi apresentado como “um
missionário chamado Ignácio”. Assim, quando tem a oportunidade, Vicky confronta
Raúl/Ignácio na igreja, dizendo que tem
certeza de que ele é o homem que ela conheceu anteriormente, e ele confessa
que é ele mesmo, mas mantendo a mentira do padre: ele diz que Raúl é seu segundo nome, e que ele é um
seminarista… a conversa é rápida, mas intensa, existe um clima pairando no ar e
uma certa felicidade dele em perceber
que ela pensara nele, mas o Padre
Eduardo acaba interrompendo os dois: não
é prudente falar com ela ou procurá-la, se ele quer se manter escondido.
Afinal de
contas, Raúl está correndo perigo: os Filhos de Bael, poderosíssimos, têm olhos
em todos os lugares, e ele precisa se manter escondido ali na igreja se ele
quiser estar em segurança… na verdade, isso nem é garantia, mas é a melhor
esperança que ele tem. A visita de Vicky e a rápida conversa com ela, no
entanto, ao menos deixa o Raúl visivelmente feliz, com um sorrisinho bobo no rosto,
e eu gosto muito de vê-lo assim: eu gosto
demais do Raúl e gosto de vê-lo bem. Curiosamente, Vicky chega a chorar
porque o “seminarista” é mesmo o Raúl,
porque ela sente que ele foi o único homem que ela conheceu que “a fez se
sentir bem”, e agora ela acredita que ele vai ser padre! Gosto de como, de
certa maneira, os seus sentimentos são conscientes.
Mas a
obsessão por Jorge vai ser alimentada… e
esse é um caminho perigoso.
Seguindo
instruções de Enrique, Jorge começa a se aproximar de Vicky, e não é nada
difícil seduzi-la, tendo em vista que ela
está obcecada por ele há tanto tempo… Jorge manda mensagens para Vicky,
liga para ela, a chama para sair, e até a acompanha até Nova York para que eles
façam uma surpresa para Beatriz, tudo planejado por Enrique – Vicky já está
totalmente rendida. Antes de voltarem para o México, Jorge também leva Vicky “à
melhor balada de Nova York” ou algo assim, e eles passam a noite conversando
sobre a família deles, sobre como a vida dela vai mudar agora que Enrique e Beatriz
vão se casar, e os dois dançam e bebem juntos… quando ele a acompanha de volta
ao hotel, bêbada, eles decidem tornar isso “o primeiro segredo deles”.
Infelizmente,
devo dizer que Vicky está fazendo um
papel patético.
Mas vamos
ver como isso se desenrola. Vamos ver como Raúl se encaixa na história!
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