4 Minutes – Episódio 3
11:02
Eletrizante,
frenético e cheio de informações – novas perguntas, material para teorias! –, o
terceiro episódio de “4 Minutes” é,
sem dúvida, o meu episódio favorito na série até agora, e estou gostando muito
da possibilidade de, a cada semana, poder repetir isso… “4 Minutes” está em um crescente de qualidade inquestionável, e a
cada episódio eu estou mais investido
nessa história. Dessa vez, pudemos acompanhar um pouquinho mais de Great e Tyme
conforme eles se aproximam e compartilham momentos importantes – reais de fato
ou projeções do que poderia ter sido?
–, e também damos passos importantes conforme Great vai tentando entender o que
está acontecendo com ele e por que ele adquiriu essa “habilidade” de enxergar 4
minutos no futuro.
A teoria de
que Great está em coma me parece fazer muito sentido… ao mesmo tempo, será que
a série vai se limitar a algo que já a audiência já conseguiu deduzir tão
depressa? Estou sempre com um pé atrás, esperando surpresas, especialmente
quando alguma coisa começa a parecer “óbvia”. De todo modo, muita coisa se
encaixa, é verdade. E eu sinto que os
relógios e a maneira como Great vivencia o tempo são elementos muito fortes
que embasam essa teoria. Inicialmente, víamos muitos relógios parados às 11:00.
Esse terceiro episódio chamou a atenção escancaradamente para o fato de que
Great vê qualquer relógio marcar
11:01 quando ele está sozinho, mas eles “voltam a funcionar normalmente” quando
ele está com qualquer outra pessoa.
Sinto que há
uma grande possibilidade de a hora marcando quando Great está sozinho ser a hora real, o que poderia querer dizer
que Great sofreu uma parada cardíaca às 11:00 e ele tem até as 11:04 para
retornar à vida, e esses quatro minutos
(!) estão sendo usados para revisitar alguns pontos – sempre na premissa de que
o tempo passa diferente em situações
como um possível coma para Great. Antes do fim do episódio, Great vê o relógio
mudar de 11:01 para 11:02 quando ele está sozinho, o que quer dizer que esse tempo está avançando… e se tudo não
passa de o Great em coma, talvez ele esteja recordando
momentos em que, por um motivo ou por outro, ele gostaria de ter agido de forma diferente. Primeiro ele vê como as
coisas foram, e então o tempo volta…
E, na
“reprise” dos 4 minutos, ele muda a história.
Não sei se
essas teorias estão certas, não sei o desfecho dessa série (e amo não saber!),
mas talvez estejamos vendo uma história projetada
que não é verdadeiramente real. Talvez o Great tenha deixado o Tle matar o Dome
e tenha dispensado o convite para jantar do Tyme, e o que vemos quando ele
salva a vida de Dome ou quando ele mesmo convida o médico para sair depois de
passar no hospital seja apenas o que ele
gostaria de ter feito. Isso afeta a realidade? Não sei, e acho que nem vale
a pena me prolongar mais nisso. De todo modo, vemos Great sair para jantar com
Tyme e os dois compartilham alguns momentos tão
bonitos juntos, que são de uma leveza indizível… adorei toda a sequência
dos dois gastando fichas para pegar ursinhos de pelúcia em uma máquina.
Quando Great
leva Tyme para casa mais tarde naquela noite, os dois quase se beijam pela
primeira vez… eles estão conversando, o clima entre eles já é bastante
palpável, e Great coloca a mão sobre a de Tyme, como se quisesse verificar sua
reação e ter a certeza de que não está
entendendo as coisas errado, e eles teriam se beijado se a avó de Tyme não
tivesse aparecido para levar o lixo para fora e acabado com o clima. Eles se
despedem, então, com o Great presenteando o Tyme com um dos ursinhos de pelúcia
da noite divertida que eles compartilharam, e Tyme entra em casa sem olhar para
trás, o que talvez não fosse exatamente o que Great esperava… mas em algum
momento eles estarão juntos e transando, não? Não é disso que Great “se
lembra”?
Outro fator
que ajuda na teoria de que isso tudo já
aconteceu e Great está lá no futuro…
Em coma.
É só quando
o relógio muda de 11:01 para 11:02 que Great começa a colocar no papel tudo o
que está acontecendo… ele se lembra das horas que vê quando está sozinho, e do
que aconteceu desde que isso tudo começou: como ele vira a mulher que
atropelaria, como ele vira Tle bater em Dome até matá-lo, como ele vira ele e
Tyme fazendo sexo. Ele ainda não consegue tirar
sentido daquilo tudo, mas é importante começar a estruturar. E, então,
ganhamos uma das cenas mais interessantes,
que é um gancho perfeito para o
próximo episódio, quando Great e Tyme se encontram em uma situação completamente diferente… vemos um Tyme
mascarado caçar Korn para perguntar a respeito de Nan (!), e quando Great o
persegue, ele tira a máscara e revela quem é.
AQUELE
MOMENTO É DE TIRAR O FÔLEGO!
E eu amo a
complexidade que isso está tomando.
Em paralelo,
também acompanhamos um pouco de Ton Kla, e eu começo a pensar na possibilidade
de a série estar querendo nos conduzir a
conclusões equivocadas… talvez não esteja tudo acontecendo em um mesmo
momento, ou em uma mesma linha do tempo. O episódio deixou bastante claro que
Dome está vivo depois de Great salvar a sua vida dos golpes de Tle… mas está
mesmo? Quer dizer, o irmão de Ton Kla continua morto, e Win se depara com um
novo corpo no início do episódio, e ainda existe muito mistério sobre quem é o irmão de Ton Kla, e isso não é
aleatório. Por que “4 Minutes” faz
tanta questão de esconder a identidade desse corpo? Já começo a acreditar que
aquela pessoa morta pode ser, sim, o próprio Dome, e essa vai ser a revelação
das diferentes linhas do tempo.
De todo
modo, Win é retirado do caso e ele faz questão de ir à casa de Ton Kla para
contar para ele, e para dizer que mesmo que tentem acobertar o culpado, ele
pretende descobrir quem é o assassino. A sequência de Win e Ton Kla é de tirar o fôlego, e eu preciso me
dividir em dois ao comentá-la: em parte, eu sinto por Ton Kla e por ele ter
transformado o sexo em um refúgio para não precisar pensar nos seus problemas e
no que o machuca; por outro lado, eu preciso reagir à beleza estética daquela
cena, que é impactante. É, sem dúvida, uma das cenas de sexo mais quentes que eu já assisti no mundo
BL, e eu adoro o senso de realidade através das posições, dos movimentos, das
expressões, do suor tomando conta dos corpos, dos gemidos, do Ton Kla chegando
ao ápice e sujando o próprio peito…
Sem dúvida:
arte.
Destaque
para o fato de o Ton Kla ter gozado antes,
o que não parecia acontecer com Korn, o que talvez queira dizer que houve mais
prazer e entrega ali? Mas também é importante notar a maneira como Ton Kla
afasta o Win no momento em que ele mesmo
goza, o que deixa o Win desconcertado por alguns segundos, e me parece
passar a mensagem de que não há, de fato, nenhum envolvimento ainda – e não há
mesmo. Naquele momento, Ton Kla usou Win para conseguir sexo, acreditando e/ou
esperando que aquilo fosse fazer com que ele se sentisse melhor. Uma relação,
de verdade, ainda precisaria ser construída, e talvez o seja, já que Ton Kla
pediu que “Win venha fazer companhia a ele mais vezes”. Talvez ele construa o
que nunca teve com Korn…
Não de
verdade.
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