Chiquititas Brasil (1ª Temporada, 1997) – A acusação contra a Pata

Vai ser sempre assim?

A chegada de Pata ao Orfanato Raio de Luz não foi das mais fáceis… afinal de contas, Pata está acostumada a viver nas ruas e nunca se deu bem nos lugares para os quais foi mandada, e ela não aprendeu a confiar nas pessoas. Por isso, mesmo quando Mili e as outras garotas estão dispostas a oferecer-lhe uma amizade verdade, ela a recusa veementemente em uma sequência que é uma das mais marcantes do início de “Chiquititas” – até que as coisas comecem a se acalmar e ela aceite, pela primeira vez, um abraço de Mili. Infelizmente, toda essa “calmaria” acaba durando pouco, porque Pata está prestes a ser acusada de roubo de uma maneira injusta, e essa acusação faz com que ela se sinta idiota por ter pensado que tinha encontrado amigas de verdade.

E é muito triste.

As meninas estão, com a ajuda do Chico, fazendo de tudo para arrecadar um dinheiro com o qual querem comprar umas bicicletas – elas vendem jornais e ajudam a limpar uma espécie de depósito de onde o dono jogaria um monte de coisa fora, e conseguem 208 reais, o que é bastante dinheiro, pensando que a novela é de 1997, uma época em que o salário mínimo era de 120 reais. E desde aí existem desconfianças contra a Pata, especialmente da maldosa da Bia, que nunca perde a oportunidade de atacar a nova companheira… Chico guarda o dinheiro em uma lata na cozinha, na frente de todo mundo, tentando passar a mensagem de que “confia que ali não tem ninguém que pega o que não é seu”, mas logo depois o dinheiro acaba sumindo mesmo.

O mais complicado e triste, no entanto, é que a Tati encontra a Pata na cozinha, mexendo na lata na qual o Chico colocou o dinheiro, e chama todas as meninas para irem lá ver, e então ela é confrontada pelo grupo inteiro, porque fica parecendo que ela estava roubando e elas não parecem dispostas a lhe dar um voto de confiança… mesmo que antes a lata estivesse vazia e agora tenha 30 reais ali. Enquanto Bia quer denunciar a Pata para a Carmem e a maioria das outras meninas querem “deixar que a Mili resolva isso”, Mili vai conversar com a Pata, que a recebe magoada e na defensiva, e as duas acabam brigando… e eu entendo a Pata dizendo que não quer mais saber nada da Mili: ela esperava essa desconfiança da Bia, por exemplo, mas não da Mili.

Mili não se dizia sua amiga?

Eventualmente, o Chico acaba contando para as meninas que “se elas precisarem do dinheiro, é só falar com ele, porque ele ficou com medo de entrar um ladrão no orfanato, tirou o dinheiro da lata e guardou em outro lugar”, e essa é a prova definitiva da inocência de Pata. Além disso, quando perguntado, Chico garante que tirou todo o dinheiro que estava na lata, então os 30 reais que estavam lá eram da própria Pata, que estava doando o pouco dinheiro que ela tinha guardado ao longo de muito tempo para poder ajudar a comprar logo as bicicletas… e ela diz que não explicou isso para elas porque queria ver a reação de cada uma com a acusação, e percebeu que, para elas, “ela não passa de uma menina de rua, uma traidora, uma trombadinha” – e vai ser sempre assim.

É muito triste!

As meninas pedem desculpas, mas Pata acaba se afastando de todo mundo e se fechando no seu mundinho… e nem todas estão dispostas a “conquistá-la” novamente: a Bia, por exemplo, diz que elas já fizeram a parte dela e é ela quem “está se fazendo de rainha”. Mili, por sua vez, busca Pata mais de uma vez para tentar conversar com ela e fazer com que ela a perdoe, mas Pata está brava demais para aceitar as desculpas da Mili, e garante que nunca vai perdoá-la, porque ela é a pior de todas, a fazendo acreditar que ela era mesmo sua amiga, para depois duvidar dela dessa maneira… o problema é que essa raiva justificada da Pata (“Mas magoou, Mili. E eu te odeio”) acaba a fazendo cometer um erro ao votar na Cíntia para diretora do orfanato só para atingir a Mili.

E, nesse quesito, a Pata errou também.

A situação está bem complicada entre a Pata e a Mili no momento. Mili acredita que a Pata tem o direito de votar em quem ela quiser, mas ela também acha que ela cometeu um erro ao decidir seu voto baseada apenas na briga entre elas. Quando ela procura Pata para conversar depois da eleição para diretora não é para pedir desculpas mais uma vez, mas para pedir que ela veja o mal que ela fez a todas as meninas por causa de um problema que era só entre elas, e isso talvez deixe a Pata pensativa. Inclusive, Mili também diz mais coisas pesadas, mas talvez verdadeiras à Pata: diz que ela gosta de se olhar no espelho e sentir dó de si mesma, achando que é a única menina que tem problema, mas ela também não está ali porque quer… ela se faz de forte, mas no fundo é uma fraca, e Mili “não quer ser amiga de uma covarde como ela”.

Clima pesou!

 

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