Chiquititas Brasil (1ª Temporada, 1997) – A nova diretora do orfanato

Eleições democráticas?

Desde a demissão de Emília (e de ela ter ido para Portugal antes que Júnior e Carol tivessem a oportunidade de falar com ela e levá-la de volta), o Orfanato Raio de Luz segue sem uma diretora… e Cíntia vai fazer de tudo para conseguir o cargo. Quer dizer, ela já garantiu a demissão de Emília, não é? Agora, ela só precisa convencer o Dr. José Ricardo a nomeá-la, e a sua última jogada de mestre, para tentar contornar a resistência de Carmem que não a quer como diretora do seu orfanato sob nenhuma circunstância, é “renunciar ao cargo”. Afinal de contas, ela já conquistou uma parte das meninas e vai manipulá-las para que elas implorem para o José Ricardo que a deixe como diretora – e Cris, Bia e Ana de fato fazem exatamente o que ela planejou.

Curiosamente, Júnior tem uma outra ideia. Como Carmem está inconformada com a sugestão do irmão de nomear a Cíntia, e ela mesma quer ser diretora, ele convence a tia de que ela é a fundadora, madrinha e a alma do orfanato, enquanto diretoras “vêm e vão”… portanto, talvez seja melhor contratar alguém de fora, que entenda sobre o assunto, e ele já tem alguém em mente: Carolina Correia. Antes de dar seu nome à Carmem, no entanto, ele conversa com a Carol sobre isso, e diz que suas companheiras na fábrica são adultas, mas as crianças do orfanato precisam dela… e ela está se formando em Serviço Social, é uma área de trabalho que tem tudo a ver com a sua formação. Com a autorização de Carolina, Júnior volta a conversar com Carmem sobre isso.

Enquanto isso, também acompanhamos um pouquinho do desenvolvimento confuso da relação de Carol e Júnior… eles já tiveram aquela história da Carol mentir que eles estavam namorando para acabar com um boato sobre o Júnior e a Maria Cecília, que o Tobias estava “investigando”, e eles já brigaram várias vezes por causa de acordos na fábrica, mas quando o Júnior sofre um acidente, cai de uma escada e bate a cabeça, Carol o acompanha até o hospital e fica em casa com ele, para poder fazer companhia e não deixá-lo dormir, por recomendação médica… e aquele é um momento muito importante para ambos, porque ela acaba perguntando a respeito da mãe dele, só para distraí-lo e fazê-lo falar, e ele se abre de maneira honesta e sensível pela primeira vez.

Sobre o cargo de diretora, inicialmente, Carmem desaprova o nome de Carolina… segundo ela, Carolina é muito jovem e muito liberal para esse cargo, além de ser “rebelde, revolucionária e comunista” (como não amar a Carol?), mas eventualmente ela mesma muda de ideia… afinal de contas, antes a Carol do que a Cíntia, não? O próprio Dr. José Ricardo fica dividido com a sugestão, porque veio de Júnior e ele está fazendo de tudo para “reconquistar” o filho. Então, Carmem sugere “uma eleição democrática entre Cíntia e Carol”, e assim que ela anuncia isso às meninas, elas começam a debater sobre o assunto, sobre os votos e se dividem claramente… e Cíntia joga baixo, indo atrás uma a uma daquelas meninas que estão em dúvida para que votem nela.

Primeiro, a indecisa da Cris… Cíntia diz a ela que ela pode votar na Carolina e que não vai deixar de ser sua favorita por isso (!), e então a chama de “a criança mais linda, mais doce e com um grande futuro como modelo”, e é muito fácil manipular a Cris, porque ela é uma criança carente e tudo o que ela quer é essa atenção. Depois, Cíntia vai atrás de Tati, se voluntariando para levá-la ao dentista, a enchendo de doces depois, e contando sobre como ela também é órfã, e quando Tati fala sobre o seu pai que desapareceu há cinco anos, e sobre o qual a Vivi não fala, Cíntia promete que, se for diretora, “ela vai fazer de tudo para encontrar o seu pai”. É um jogo muito baixo, e Carol se recusa a fazer o mesmo jogo, mesmo com a sugestão de Carmem, porque ela tem caráter.

Amo ouvir a Carol dando uma aula de ética à Carmem.

Também amo que a Carol não fica ouvindo os absurdos que a Carmem tem a dizer, quando ela quer “lhe dar um dinheirinho para comprar presentes para as meninas”, dizendo que “isso é uma ordem”: Carol se levanta, diz que não costuma aceitar ordens, e muito menos se for diretora… se ela não vai ocupar um cargo com liberdade o suficiente, não a interessa. COMO A CAROLINA É MARAVILHOSA! Infelizmente, embora a Carol seja extremamente consciente e claramente a melhor pessoa para ocupar o cargo de diretora do Orfanato Raio de Luz, as crianças são crianças – e, portanto, pode ser fácil manipulá-las. Tati está deslumbrada com a ideia de a Cíntia colocar um detetive para encontrar o seu pai, mesmo que a Vivi diga que a Cíntia mentiu e que “o papai não existe”.

Uma pontinha de esperança surge quando Tati tem um pesadelo no qual a Cíntia é a bruxa da história que a Mili está contando, e ela ri de sua cara, dizendo que mentiu e que não vai procurar o pai de ninguém, e quando o Chico fala sobre “sonhos premonitórios”, Tati fica impressionada demais e resolve que não vai mais votar nela – o que faz a Cíntia dar uma surtada, é verdade. Então, as meninas votam e, durante a contagem de votos, CÍNTIA É ELEITA A NOVA DIRETORA. O que é um absurdo e nos deixa revoltados, especialmente porque o voto da Tati parecia decisivo, e ela disse que votaria na Carol… e, como descobrimos depois, ela de fato votou. Quando Mili, Vivi e Tati confrontam a Pata para saber se foi ela quem votou na Cíntia, ela diz que sim.

Só porque a Carolina é amiguinha da Mili.

E a Pata está muito brava com a Mili.

Então, Cíntia assume oficialmente o cargo de diretora do Orfanato Raio de Luz, e é claro que ela vai fazer uma cena antes… no seu primeiro dia, ela chega acordando cada uma das meninas com um ursinho de pelúcia de presente, em uma das cenas mais bregas possível, e depois ela encomenda um café-da-manhã especial para o Chico. Cíntia também diz à Tati que vai procurar o seu pai, mesmo ela não tendo votado nela, e tira dinheiro do seu próprio salário para contratar Clarita oficialmente como professora de dança das meninas… mas as proibições de Carmem são, talvez, a desculpa perfeita para ela diminuir esse seu teatrinho: ela diz às meninas que, no futuro, terá que ser mais dura com elas, ou então “ela vai ser demitida e a Carmem vai virar diretora”.

Que conveniente, não?

 

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