Justiça 2 – Carolina Teixeira: Último Capítulo
Justiça com as próprias mãos.
Antes de
mais nada: ALICE WEGMANN E LEANDRA LEAL ARTISTAS DEMAIS! Que show de atuação
que essas duas deram no último capítulo e, na verdade, durante toda “Justiça 2”. Em um último capítulo
debochado, com um tom de melancolia, mas também possibilidade de recomeço, a
história de Carolina Teixeira chega ao fim sendo um contraponto interessante à
de Balthazar, no capítulo anterior: se a história de Balthazar é uma história
que termina com a justiça sendo feita de
maneira legal, com o Estado o indenizando pelos 7 anos que ele passara
preso injustamente e tudo o mais, a história de Carolina termina com ela
precisando fazer justiça com as próprias
mãos, já que aparentemente não existia outra maneira de viver uma vida
livre de Jayme.
Depois do
acidente em um túnel quando Carolina aceitou a carona de Jayme de volta para
casa, ela agiu de maneira calculada tirando a Bete da sua caixinha no banco de
trás do carro, a escondendo na sua própria casa e fazendo o Darlan acreditar
que Jayme tinha ficado com a cachorra…
bem, Darlan é completamente apaixonado pela sua cachorra influencer, e Carolina aposta friamente nesse amor incondicional
para se livrar de seu tio abusivo de uma vez por todas. Ironicamente, muitas
das cenas acabam se tornando cômicas, tanto do Darlan enlouquecido com o
desaparecimento da Bete, quanto com as reações potencialmente insensíveis de
Kellen e a cara-de-pau inigualável de Carolina, por perto para colocar mais lenha na fogueira.
Enquanto
Carolina mantém a Bete escondida e manda fotos da cachorra supostamente “suja
de sangue” para acentuar a fúria de Darlan contra Jayme, ela recebe a visita
surpresa de Gabriel, o seu ex-marido que resolveu aparecer pessoalmente em Ceilândia
para convencê-la de que ele não é o “boy lixo” que ela está pensando que ele é,
e então ele fala sobre os anos que eles passaram juntos, inclusive depois da
prisão de Jayme, e é uma das cenas mais emotivas e tristes do capítulo… a
maneira como Carolina reage às palavras, como há pesar e quase desesperança na
maneira como ela se despede dele, dizendo que a sua visita fez bem, com um
beijo. Mais tarde, quando ela acredita que ele já foi embora, ele reaparece
contando que finalmente saiu o dinheiro da
indenização.
E eles
passam uma noite quente juntos.
Carolina
tinha mais do que o dinheiro da indenização saindo para comemorar naquela noite
em que ela e Gabriel se entregam a um “flashback” do seu tempo de casados… mais
cedo naquele dia, ela apareceu no pet shop de Jayme para “se despedir”, mas o
que ela realmente queria fazer era plantar a Bete desacordada no banheiro da
loja, para depois poder dizer ao Darlan que “acha que sabe onde a Bete está”, e
então a coisa é feita: Darlan aparece selvagem no pet shop, escuta os latidos
de Bete e confirma o que suspeitara desde sempre… que a Bete estava com o Jayme. Então, enquanto a Carolina assiste a
tudo do carro, do lado de fora, Darlan discute com Jayme, tira a arma e o mata…
então, ele e Kellen fogem dali o mais depressa possível, deixando Carolina para
trás.
Mas Carolina
precisava ficar para trás naquele
momento… ela precisava entrar no pet shop e assistir
enquanto o Jayme morria, para poder dizer alguma coisa para ele pela última
vez, e para que ele morresse tendo a certeza de que foi ela quem colocou aquela cachorra lá no banheiro e fizera Darlan
acreditar que tinha sido ele que a sequestrara. Quando ele pergunta se ela
“não tem pena” (ATÉ PARECE!), ela nem se presta a responder a um absurdo
daquele, e sai em silêncio do pet shop, sabendo que finalmente ela está
vingada… ela passa a noite com Gabriel e vai embora de Ceilândia, FINALMENTE,
no dia seguinte, enquanto Kellen ajuda Darlan a escapar (com a Bete), e ele
joga fora a arma com a qual matou Jayme – e eu torço para que ele nunca seja
pego.
Afinal de contas, eu gosto do Darlan.
Kellen só
descobre que foi “enganada” tarde demais. Ela leva uma nova garota para morar
no apartamento em que Carolina estava vivendo, e então ela “sente cheiro de
cachorro” – e descobre roupinhas da Bete no lixo, porque a Carolina não se
livrou das evidências, como deveria ter feito… de qualquer maneira, Carolina já
está em um ônibus rumo a um futuro diferente, e ela atende a um telefonema de
Kellen pela última vez, fingindo que
não a está ouvindo bem. Ninguém em Ceilândia nunca mais vai ouvir falar de
Carolina. Gostei muito de ver mais
paralelos com as outras histórias traçados ali: Geiza e Abílio
compartilhando o ônibus com Carolina; Balthazar e Larissa recém-casados
passando de moto e buzinando; Jordana e Milena parando na beira da estrada para
algo…
Um bom final
para essa história!
Bom ver a
Carolina no mar no final… um estranho sentimento de liberdade. E recomeço.
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