O Malefício (2023) – Enrique e Bael tentam o Padre Cayetano

Um trago pela pulseira.

O Padre Cayetano conseguiu o apoio que esperava no Vaticano em sua luta contra a seita d’Os Filhos de Bael, mas agora a sua missão de recuperar os objetos malditos (o quadro do primeiro portador, a pulseira da serpente e o livro) para a Igreja pode colocá-lo em perigo… enquanto reza em sua igreja, pedindo tanto por força quanto por um sinal, Beatriz aparece para vê-lo depois de tanto tempo e para convidá-lo para a sua casa – e ele não pode deixar de acreditar que isso é, sim, um sinal. A conversa com Beatriz lhe mostra rapidamente que Nuria mentiu para ela e que ela não sabe nada a respeito de Enrique de Martino (sério, Nuria é oficialmente uma vilã? O suficiente para pagar pelas coisas que ela faz?), e inocentemente convida o padre para “benzer a casa”.

Cayetano acredita que essa pode ser uma rara oportunidade de se aproximar de Enrique de Martino e, quem sabe, conseguir de volta os objetos – ao menos a pulseira, que ele sempre carrega no braço. Depois de aceitar o convite inocente de Beatriz, Cayetano confronta Nuria em uma de suas visitas à igreja, perguntando por que ela mentira para a sobrinha, mas tudo o que Nuria faz, descaradamente, é ameaçá-lo e dizer que, se ele está indo lá para “estragar a felicidade que Beatriz conquistou com tanto custo”, ela não vai permitir que ele faça isso. Como às vezes eu tenho dúvidas se o roteiro de “O Malefício” a reconhece como a pessoa ruim que ela é, fiquei feliz em ver o Padre Cayetano dizer que ela se deixou corromper pelo dinheiro e pelo poder de Enrique.

Toda a chegada de Cayetano à casa dos de Martino já é profundamente angustiante. O clima é tenso, as ameaças veladas são constantes, e Nuria aparece sem ter sido convidada, para se certificar de que impedirá o padre de dizer qualquer coisa que não lhe agrade e que possa ameaçar o casamento de Beatriz e de Enrique. O problema é que o padre confia muito em sua missão e acaba se deixando levar no que é uma clara armadilha… primeiro, ele conhece a casa e a benze, acompanhado de Beatriz, como ela pedira que ele fizesse desde o começo – depois, no entanto, ele resolve “conversar sozinho com Enrique”, e é aí que um embate direto e sem máscaras acontece, e é justamente aí que o Cayetano e toda a sua missão mais estão em perigo, porque o demônio sabe tentar.

O padre tenta conversar com Enrique como fizera antes, tenta fazer com que ele procure Deus, achando que a sua alma ainda tem salvação, enquanto Enrique exige que o padre “devolva” o seu filho e “pare de colocá-lo contra ele”, e ri de maneira diabólica de cada provocação do padre… e, então, ele o tenta. Ele coloca a pulseira sobre o balcão, ao alcance do Padre Cayetano, e diz que ele pode ficar com ela se ele tomar com ele. Depois de anos sem beber álcool, o Padre Cayetano está na frente de uma garrafa tentadora, e Enrique o manipula, colocando a pulseira no seu braço, dizendo que ele pode ir embora com ela assim que tiver bebido. E, infelizmente, O CAYETANO ACABA BEBENDO. Depois de anos vencendo o alcoolismo diariamente, ele cai em tentação.

Exatamente como Bael queria.

Exatamente como Bael gosta.

É terrível assistir ao estado em que o Padre Cayetano está naquele momento, a maneira como ele ri quase fora de si, e como percebemos que, naquele momento, Enrique de Martino e Bael estão vencendo essa batalha… Enrique tenta fazê-lo abdicar de tudo, se juntar a eles e aos Filhos de Bael, e Cayetano já está alterado demais para ter força o suficiente para sair dali antes que as coisas piorem – e a pulseira já nem está mais no seu braço. Talvez nunca tenha estado de fato e tudo fosse apenas uma ilusão. De qualquer maneira, os planos de Enrique e de Gerardo não chegaram ao fim, e me espanta que a Beatriz não fique nem um pouco desconfiada do fato de “o Padre Cayetano ter ido embora sem se despedir”. Quer dizer… isso é realmente algo que ele faria?

 

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