Sítio do Picapau Amarelo (2007) – Quem Quiser Que Conte Outra: Parte 1

Revolução no Mundo Encantado!

Chegamos à quinta e à mais longa história da temporada de 2007 do “Sítio do Picapau Amarelo”. Inspirado por “O Picapau Amarelo”, livro de 1939, “Quem Quiser Que Conte Outra” é uma história CHEIA DE PERSONAGENS FANTÁSTICOS. Afinal de contas, os personagens dos contos de fadas estão cansados de “viver sempre a mesma história” e, é claro, dos desmandos da Dona Carochinha, então eles pedem “exílio político” no Sítio do Picapau Amarelo, e Dona Benta resolve acolhê-los… é colorida, divertida, um tanto sem noção às vezes e, por isso tudo, é uma história da qual eu gosto bastante! A história talvez também tenha um quê de um dos meus livros favoritos da literatura brasileira: “O Fantástico Mistério de Feiurinha”, de Pedro Bandeira, publicado em 1986.

Tudo começa quando a Dona Benta está lendo a história da Branca de Neve para as crianças nos seus serões, e então ela chega à parte na qual os anões a colocam em um caixão de vidro “até o dia em que o Pequeno Polegar a encontra no alto de uma colina”. Parece estranho, mas é isso mesmo o que está escrito, para a surpresa de Dona Benta… enquanto isso, a Dona Carochinha, no Mundo Encantado, fica furiosa com o som dos sinos que indicam que alguma confusão está acontecendo, e o seu espelho mágico, emprestado pela Rainha Má, mostra o Pequeno Polegar na história da Branca de Neve, exatamente como a Dona Benta acabou de ler no Sítio do Picapau Amarelo… e, então, começa essa “revolução” dos personagens encantados, iniciada sempre pelo Pequeno Polegar.

No Arraial dos Tucanos, uma leitura de “Chapeuzinho Vermelho” na nova biblioteca também mostra algumas mudanças, porque fala sobre “o dia em que a menina foi levar doces para a vovó e encontrou, na floresta, o Gato de Botas”. Não é apenas o Pequeno Polegar… todos os personagens querem viver novas aventuras, e Dona Carochinha vai fazer de tudo para conter “os personagens rebeldes”. Furiosa e ditadora, como responsável autoproclamada pelas histórias infantis, Dona Carochinha anuncia que quem se recusar a seguir as regras e manter as histórias como sempre foram vai se arrepender, porque ela pretende mandá-los para o Beleléu! E o Pequeno Polegar seria o primeiro a ser enviado para lá, mas ele consegue escapar e chegar ao Sítio…

Ali, ele sabe que terá ajuda.

Afinal de contas, eles se conhecem da época do Reino das Águas Claras!

O Capitão Gancho e um ogro são enviados para o Sítio de Dona Benta em busca do Pequeno Polegar (“Pare, em nome dos foras da lei!”), mas o Pequeno Polegar é rápido demais para eles… e o ogro meio que fica fascinado pelos bolinhos de chuva da Tia Nastácia e deixa de ser mau. Em uma conversa com Dona Benta, o Pequeno Polegar explica tudo o que está acontecendo e pede a sua ajuda, e embora Dona Benta queira muito ajudar, para acomodar todos os personagens do Mundo Encantado, ela precisaria comprar as terras ao redor… no livro “O Picapau Amarelo”, Dona Benta tem um dinheiro que ganhou em “O Poço do Visconde”; na adaptação, o dinheiro é justificado por “algumas economias” que, embora ela diz “não ser muito”, deve ser muito sim… afinal de contas, ela compra várias terras.

O pessoal do Sítio não poderia estar mais empolgado, e Emília já está fazendo planos de como “misturar” as histórias… quer casar o Pequeno Polegar com a Sininho, por exemplo, ou o Soneca com a Bela Adormecida! Quando Dona Benta confirma que pode comprar as terras vizinhas (embora ela não espere que esse plano seja atrasado por mais uma tentativa de golpe do falso Barão de Tremembé e a Minerva), Emília trata logo de mandar um boboletograma para o Mundo Encantado, porque os personagens estão foragidos e precisam de notícias… personagens como a Branca de Neve, o Peter Pan, o Gato de Botas, a Cinderela, a Chapeuzinho Vermelho, o Aladim, o Barão de Münchhausen… todos personagens que acabam sendo encontrados pelo Capitão Gancho e pelo Barba Azul.

O Barão de Münchhausen é o primeiro que é capturado pela Dona Carochinha, é interrogado (embora ele mantenha-se firme e não conte nada), e a baratona resolve enviá-lo para o Beleléu, como uma forma de “alertar” os demais: esse será o destino de todos que ousarem desafiá-la. Curiosamente, o Barão de Münchhausen é, por isso, também o primeiro a chegar ao Sítio do Picapau Amarelo! Quando Emília fica sabendo que Dona Carochinha mando o Barão para o Beleléu, ela e as crianças correm para a biblioteca para verificar o seu livro, que agora está com as páginas em branco – Pedrinho, então, sugere que eles contem de novo a sua história, porque, se ele for lembrado, então ele sairá do Beleléu… o que é, basicamente, a premissa de “O Fantástico Mistério de Feiurinha".

Todos se reúnem para contar a história do Barão de Münchhausen e Visconde a escreve, e isso faz com que o personagem deixe o Beleléu e apareça no Sítio do Picapau Amarelo! Agora, Dona Benta só tem que resolver a história das terras ao redor do Sítio, e como “Savana Jones”, o disfarce de Minerva, desaparece sem fechar negócio com os sitiantes ao redor porque Dona Benta não vai comprar dela as terras por um preço absurdo (!), tudo está pronto: Dona Benta pode comprar as terras com os donos originais, por um preço justo. O que quer dizer que os personagens encantados podem vir morar no Sítio e na sua extensão. E eles CHEGAM EM PESO, para a emoção e o deleite de Pedrinho, Narizinho, Emília e Visconde, que não podiam estar mais empolgados…

Mas, é claro, quanta confusão isso pode gerar?!

 

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