4 Minutes – Episódio 7
“Você pode me perdoar, Great?”
Eu gosto de
retas finais de séries misteriosas como “4
Minutes”… eu gosto muito de fazer teorias, mas eu também gosto de ver as
peças se encaixando – e é mais ou menos o que o sétimo episódio nos
proporciona. Com uma mudança de ritmo significativa nos últimos episódios, “4 Minutes” nos trouxe um sexto episódio
que nos permitia acompanhar alguns momentos da vida recente de Great sem o
“poder” de mudar as coisas… e, então, conhecemos Great como ele realmente é, e vemos as coisas como realmente aconteceram. Com novos
desenrolares sombrios na “vida real”, aquela versão mais aprazível dos
acontecimentos, em que as atitudes de Great salvaram vidas e ele e Tyme viveram
um romance breve, mas intenso, fica para trás… como uma mera projeção.
Uma projeção
à qual Great talvez não possa se agarrar para sempre.
No fim do
episódio anterior, ganhamos uma das melhores e mais surpreendentes cenas da
série, quando a pessoa que atira em Great no elevador de casa se revela como o
Ton Kla, e esse sétimo episódio é uma ótima oportunidade para o Ton Kla
brilhar. Ton Kla, um personagem complexo, imperfeito e com a frieza necessária
para “fazer justiça com as próprias mãos” – e sentir prazer nisso. O episódio
abre com um flashback impactante no
qual o pai de Ton Kla, bêbado e violento, espanca o seu gato até a morte… o
evento traumático é “respondido” quando o Ton Kla empurra o pai escada abaixo
e, friamente, diz que “ele estava bêbado e caiu”. O brilho no olhar de Ton Kla
é quase perverso, mas é, também, muito real… nós sentimos aquela mescla de
raiva, dor e prazer…
Win, por sua
vez, segue investigando a morte de Dome e tentando chegar ao seu assassino,
como prometeu a Ton Kla que chegaria, mas tem gente poderosa demais fazendo de
tudo para encobrir esse crime… e isso o coloca em perigo. Quando ele descobre
uma gravação adulterada de uma câmera de segurança, ele também descobre um
vídeo de Title batendo em Dome – um vídeo que ele pede em um pen-drive, mas que
acaba sendo roubado dele antes de ele ter a chance de fazer um backup. Quando ele diz isso a Ton Kla,
Ton Kla resolve investigar por conta própria…
e é assim que ele acaba indo ao local do crime, fazendo perguntas e falando com
as pessoas que encontraram o vídeo do carro de Title, que mostrava ele e Great
jogando o corpo de Dome no rio…
E, então, as
peças se encaixam: sabemos por que Ton
Kla foi atrás de Great.
Great está
entre a vida e a morte… e quando Tyme descobre que ele está no hospital, ele
não consegue não se sentir culpado.
Na verdade, o romance só existiu de
verdade entre Great e Tyme em uma realidade projetada, mas ainda houve algo entre eles na vida real – e Tyme
acha que as coisas podiam ter sido diferentes se ele não tivesse falado com
Great como ele falou… afinal de contas, ele disse coisas pesadas (não
necessariamente inverdades, note-se). Naquele momento, olhando para um Great
desacordado em uma cama de hospital, Tyme segura a sua mão e pergunta se ele
pode perdoá-lo (como a mensagem que aparecera no copo de Great em outro
episódio, o que quer dizer que de alguma maneira ele está ouvindo!), e o chama
para sair comer algo quando ele acordar…
Se acordar.
O episódio
ainda traz algumas surpresas interessantes… e é irônico como tudo desmorona e
vidas inteiras são arruinadas por algo que não foi entendido corretamente, ou
por conclusões que foram tiradas precipitadamente. Tyme passou a vida
acreditando que os pais de Great tinham culpa na morte de seus pais – mas e se
as coisas não foram realmente assim? Depois de a sua avó levar um tiro enquanto
ele a assiste por uma chamada de vídeo (!), Tyme se depara com quem realmente é o culpado pela morte dos
pais, e as coisas começam a mudar dentro dele… com a mente a mil, Tyme também
recebe “uma visita”, e então ele é baleado, de maneira dramática, e agora tanto
ele quanto Great estão entre a vida e a
morte – será que eles se encontrarão em “outro plano”?
Vai ser
curioso acompanhar o Finale de “4
Minutes” e entender o que isso tudo significa, para onde essa trama está
caminhando, no fim das contas… enquanto os “quatro minutos” de Great estão
chegando ao fim naquela cama de hospital e os médicos tentam ressuscitá-lo,
sabe-se lá se com sucesso ou não, Tyme leva um tiro, tenta escapar e então leva
um outro tiro – e quando ele está morrendo, ele “desperta” em um outro lugar:
um lugar onde a sua avó ainda está “viva” e no qual ele encontra um diário que
pertencera à mãe… um lugar que pode lhe trazer respostas… é uma trama
inusitada, curiosíssima, e eu não sei bem o que esperar da sua conclusão, mas
quer saber? ESSA É UMA SENSAÇÃO MARAVILHOSA. Qualquer coisa pode ser uma
surpresa!
Também é
preciso comentar aquele flashback que
confere ao episódio uma nova carga emocional: quando Great e Tyme se conheceram, ainda crianças. É uma sequência
fofa, inesperada e da qual eu não tenho certeza se as versões adultas dos
personagens ainda se lembram… é simples, mas é pura: vemos Great se aproximar
de Tyme oferecendo um doce e querendo ver o jogo que ele está jogando, e vemos
Tyme sendo legal com ele, o chamando para se sentar ao seu lado para que ele
possa ver melhor ou, mais tarde, o “protegendo” de um cachorro, porque Great
tem medo… uma época em que a vida dos dois parecia mais simples, em que todos
os problemas causados pelos pais ainda não pareciam afetá-los tanto… uma época distante e inalcançável.
Estariam
Great e Tyme chegando ao fim de suas vidas?
Se não, aqueles 4 minutos podem mudá-los para
sempre?
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