I Hear the Sunspot – Episode 10
“Eu tenho tanta sorte de ter conhecido o Taichi”
Um pouco
mais de sofrimento conforme algumas falhas
de comunicação acontecem, mas eu gosto muito de como a trama de “I Hear the Sunspot” evoluiu, e de como
ela foi se construindo episódio a episódio até chegarmos a esse momento em que os caminhos parecem se separar… é
necessário que tudo na série caminhe junto
para construir uma história tão tocante e tão convincente quanto se construiu
aqui, porque a verdade é que não somos pegos de surpresa. Existe, sim, alguma
angústia na conversa em que coisas são entendidas não necessariamente da
maneira como elas foram intencionadas, mas não parece descabida a decisão de
Taichi, tampouco o discurso final de Kohei sobre ele: nós presenciamos todo aquele sentimento tomar forma.
É palpável,
e isso é fruto de uma boa produção!
No episódio
passado, Taichi recebeu uma proposta para trabalhar em uma empresa que é
responsável por acessibilidade através da língua de sinais. Ainda que
inexperiente nesse quesito, Taichi oferece algo de que a empresa estava
necessitando naquele momento: empatia.
Enquanto os demais veem a acessibilidade como um “negócio”, porque eles são,
afinal de contas, uma empresa, Taichi é aquele espírito que está deveras
preocupado em ajudar… ele quer que a
vida não seja tão difícil para as pessoas que têm problemas auditivos, e que
elas não sejam excluídas do mundo por causa disso. É esse entusiasmo e essa
convicção que chamam a atenção do seu mais novo chefe: é o que ele chama de
ideal. É bom trabalhar com pessoas que
lutam por seus ideais.
A novidade
de Taichi trabalhando meio-período nessa empresa e outro meio-período como
entregador, no entanto, faz com que ele esteja cansado demais durante as aulas na faculdade… ele não está mais
dando conta das anotações para Kohei porque está dormindo durante as aulas…
para se ter uma ideia, Taichi está dormindo sobre
a comida que Kohei preparara para o seu almoço, e alguém esfomeado como o
Taichi não estar dando atenção à comida é um sinal claro de exaustão. E, com
tudo isso que está acontecendo – e a proposta que ele eventualmente recebe –,
Taichi começa a pensar em uma possibilidade: e se ele deixasse a faculdade? Ele não vê nenhum futuro ali mesmo,
e ele talvez tenha finalmente encontrado algo que ele quer mesmo fazer.
Então, ele
comenta sobre a possibilidade com Kohei.
Aquela cena
de Taichi e Kohei é, possivelmente, a mais triste do episódio… porque além do
que é dito, há tanto que não é dito. Quando Taichi fala sobre a possibilidade
de deixar a faculdade, Kohei se lembra de Maya dizendo que ele ia embora para
fazer qualquer outra coisa quando algo lhe chamasse a atenção, e então ele diz
que “ficará bem sem ele”. Kohei não está sendo inteiramente sincero, porque é
claro que ele vai sentir falta de Taichi diariamente,
mas ele não quer ter a sensação de que “o está prendendo”, e é só por isso que
ele faz questão de deixar claro que ficará bem… para que ele esteja livre. E porque ele se importa com Taichi o
suficiente para querer que ele seja feliz fazendo o que ele escolher fazer.
Para Taichi, no entanto, parece que ele está dizendo que “não precisa dele”.
A dor de
Taichi quando ele sai chorando.
ELES
PRECISAM CONVERSAR MAIS ABERTAMENTE.
Os dois
foram tão importantes na vida um do
outro… são. “Because I knew you, I have been changed for
good”, já diriam
Elphaba e Glinda. Taichi e Kohei fazem bem um ao outro, e vimos isso durante toda a série. Pensar
em um futuro no qual eles podem não estar juntos é doloroso para ambos. Mas
Taichi precisa tomar uma decisão, e ele precisa pensar no que ele quer e em
quem ele quer ser… o avô tem, novamente, palavras sábias sobre como as pessoas
tomam decisões equivocadas quando estão se sentindo solitárias ou com medo da
solidão, e como Taichi e Kohei se formariam dentro de dois ou três anos e
teriam que dizer adeus, de qualquer maneira… então, Taichi toma uma decisão e
vai à faculdade para oficializá-la: ele
vai desistir mesmo.
Ele tem um
trabalho com o qual ele se importa, que ele realmente
se vê fazendo no futuro!
Kohei, por
sua vez, não pode deixar de se sentir “deixado para trás”. O seu pesar é quase
sufocante, mas a presença de Maya intensifica tudo de uma maneira perturbadora,
porque ela nunca tem nada de bom a dizer a respeito de Taichi… felizmente,
Kohei não é manipulável como ela gostaria que ele fosse. Quando Kohei “defende”
o Taichi e fala a seu respeito, ganhamos talvez a cena mais linda de “I Hear the Sunspot” até aqui: é uma
declaração bonita e sincera, que coloca um sorriso no rosto de Kohei apenas por pensar em Taichi, e ele fala sobre
como teve sorte em o ter conhecido…
foi Taichi quem fez com que ele se sentisse como se sente agora; foi Taichi
quem fez com que ele fosse parte de algo; foi Taichi quem fez com que ele não
odiasse sua condição.
Foi Taichi quem lhe devolveu a alegria de
viver.
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