Jack & Joker: U Steal My Heart – Episode 1
É assim que se começa uma série!!!
A MELHOR
ESTREIA QUE EU ASSISTI EM MUITO TEMPO! A competência técnica e narrativa da
estreia de “Jack & Joker: U Steal My
Heart” me arrebatou de uma maneira que, nesse momento, eu me encontro
ansiosíssimo pelo desenrolar de uma trama que tem uma introdução perfeita – com uma eventual virada
inteligentíssima. Confesso que minha primeira reação a um episódio de 1h16min
foi de choque, e eu ainda acho que
episódios que passam de uma hora são grandes
demais de modo geral, mas eu fiquei tão envolvido com esse Piloto que eu
provavelmente não tiraria nem um minuto
dele… além disso, eu considero importante chegar até onde chegamos nessa
estreia, com o gancho perfeito e o ponto de virada na relação e identidade dos
personagens.
Que
construção fantástica em um único episódio, não?!
Jack,
interpretado por Yin (Anan Wong), é apresentado de forma doce e responsável,
como um jovem dedicado que treina taekwondo desde a infância e sonha em entrar
para a equipe nacional, porque sabe que tem competência para tal… se ele se
tornar um atleta profissional, Jack poderá deixar o seu emprego de meio-período
em um bar e, quem sabe, terá dinheiro o suficiente para abrir uma escola na
comunidade e ensinar taekwondo a outros jovens. Jack, equivalente ao Valete do
baralho, tem características de sua contraparte, como o fato de ele ser um
trabalhador e, mesmo sendo uma carta de imagem, não ter o mesmo respeito e poder
de outras como a Rainha e o Rei – não é por sua culpa ou por falta de talento
que ele não entra no time.
Em paralelo,
conhecemos Joke, interpretado por War (Wanarat Ratsameerat), e essa
apresentação é debochada, irônica e fantástica. Joke, também conhecido como
“Joker Thief”, é um trapaceiro de mão cheia e um ladrão no melhor estilo Robin
Hood, porque ele só rouba de pessoas más e corruptas. Ainda assim, Joker é
mestre da enganação e do disfarce, e é concebido sobre o conceito do Coringa,
sua carta no baralho: assume diferentes facetas de acordo com o lugar em que
está inserido, desempenha qualquer função e traz vantagens… a concepção dos personagens sobre as cartas do baralho é
uma das coisas que eu mais amei em “Jack
& Joker” – e vai ser interessante ver essas características tão bem
definidas serem reviradas a partir do
próximo episódio!
O episódio
faz um bom trabalho apresentando Jack e Joker separadamente nos primeiros minutos, até que eles finalmente se
encontrem ao fim de um dia igualmente ruim para ambos – Jack perdeu sua última
chance de ser parte da equipe nacional por causa de um babaca riquinho e de um
treinador covarde; Joker, por sua vez, não foi aprovado para a faculdade de
medicina, como a família o pressiona a conseguir, e ele mentiu que tinha
entrado. Agora, Joker está bebendo sozinho e cabisbaixo no mesmo bar em que
Jack trabalha e está sendo obrigado a servir o idiota responsável por ele não
ter entrado no time, e todos os demais atletas que foram aprovados e estão
celebrando… e, de uma maneira ou de outra, um dá força para o outro.
Se eu tinha
gostado dos personagens até então, a primeira interação deles foi o que me fez
ter a CERTEZA de que eu amaria “Jack
& Joker: U Steal My Heart”. A dinâmica entre os dois é simplesmente
perfeita… eu adoro as diferenças complementares entre eles, eu adoro a energia
de Jack, transformando a carinha triste de Joker em um sorriso, e dizendo que
“ele não está mais sozinho nesse mundo de mentira que ele criou, porque agora
ele também está nele”, o que eu achei absolutamente fofo. Antes de Jack
conseguir o telefone ou mesmo o nome
de Joker, no entanto, ele desaparece com a facilidade que suas habilidades o
proporcionam, e Jack se pergunta se um dia os caminhos deles se cruzarão
novamente… e sim, naquele dia mesmo.
A cena depois do bar é, provavelmente, A MINHA
CENA FAVORITA DO EPISÓDIO! Tudo ali funciona com uma perfeição assombrosa, e
tanto Jack quanto Joker brilham à sua maneira, enquanto salvam uma garota que
alguns homens estão tentando sequestrar. Joker tenta dizer-se atleta de
taekwondo para vencer os sequestradores na lábia, e eu não consigo não me apaixonar por ele – tanto porque
ele está lindíssimo suado daquela maneira (!) quanto porque ele está HILÁRIO em
sua confiança forçada, sem contar um timing
de humor preciso em momentos-chave que tornam a cena muito mais especial. Jack,
por sua vez, aparece eventualmente com o seu conhecimento em taekwondo e ele
também está lindo todo heroico daquela maneira…
Vou suspirar tanto por esses dois.
Gostei
demais do inusitado tom de comédia apresentado pela série… sinto que “Jack & Joker: U Steal My Heart” tem
a capacidade de entregar um romance lindo, uma história elaborada, drama quando
necessário e humor. É inteligente a
maneira como, em uma cena não tão longa e com um clima de piada, a série
consegue nos mostrar a conexão
nascendo entre os personagens – Rosé, a mulher salva do sequestro pelos dois,
está falando sem parar sobre por que
as pessoas querem sequestrá-la, e Jack e Joker estão tão envolvidos um com o outro que eles não estão dando
a menor atenção para ela, vivendo totalmente em seu mundinho. Rosé está louca
para dar a Jack seu número de telefone, e a verdade é que o Jack não poderia se
importar menos…
Os dois
voltam a se encontrar em outra situação inusitada: quando Joker está se
passando por gerente para fazer um assalto a um banco corrupto e Jack aparece
para pedir um empréstimo e, é claro, é atendido justamente por ele… não vou
entrar em detalhes sobre a absurda falta de segurança daquele banco (!), e vou
me limitar a dizer que a interação entre
Jack e Joker aqui é, novamente, mágica. Jack tem um magnetismo quase
hipnótico, e podemos ver na expressão
de Joker o quanto ele gosta de ouvi-lo falar sobre os seus sonhos e seus
projetos… há admiração nos seus olhos, um sorriso meio contido nos lábios, é
lindo. Então, na posição de “poder” em que está, Joker decide incluir no seu
assalto a liberação de um empréstimo para Jack.
A alegria
daquele momento, no entanto, não dura muito…
Toda a
alegria que Jack sente enquanto está no banco, expressa naquele abraço
agradecido em Joker, dizendo que “ele é um anjo que caiu do céu”, se esvai
quando ele chega em casa e encontra a polícia falando com a sua avó, porque ele
está sendo acusado do assalto ao banco – e o dinheiro que traz consigo não é um
bom elemento a seu favor. Do outro lado da rua, Joker assiste culpado a esses
desdobramentos de seu assalto, porque sabe
que Jack é uma boa pessoa e que ele não merece isso, então ele toma uma
decisão: e se entrega. A cena em que
ele chega em casa, se curva perante os pais e diz que eles “sempre estiveram certos a seu respeito”, que “ele é só um ladrão” e que ele assaltou
um banco é FORTÍSSIMA… então, ele é levado algemado.
Enquanto
isso, Jack consegue a liberdade, depois da confissão de Joker, mas ele
precisava mesmo daquele dinheiro e, agora, ele não poderá pagar uma dívida
importante – e, sem o pagamento, ele tem que cumprir um acordo e se tornar o
“cobrador de dívidas” de um grupo criminoso, usando as suas habilidades de luta
para algo que ele nunca planejou fazer, porque acreditava no taekwondo como
esporte ou para ajudar pessoas… o fim do episódio traz um paralelo PERFEITO
entre Jack e Joker. De um lado, Joker sendo levado pela polícia, prometendo a
si mesmo que, da próxima vez que encontrar Jack, ele vai compensá-lo por isso
tudo; de outro, Jack sendo levado para a sua nova vida, pensando sobre como
nunca mais quer ver Joker.
Como eu
comentei inicialmente: é a melhor estreia
que eu vejo em muito tempo. Um episódio riquíssimo que faz um belo trabalho
apresentando seus personagens e sua trama, além de nos deixar curiosos para como as coisas serão de
agora em diante… tudo foi muito bem definido apenas para ser desafiado a partir do episódio seguinte.
Cinco anos depois desses primeiros encontros que terminam de forma catastrófica, Jack e Joker voltarão a se
encontrar, transformados pelos eventos que são todos consequências do que
aconteceu aqui, nessa estreia. “Jack
& Joker: U Steal My Heart” tem um começo tão promissor que eu já o
imagino figurando entre os melhores BLs do ano quando eu voltar, no dia 31 de
dezembro, para fazer minha retrospectiva!
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