O Malefício (2023) – Jorge entrega Ruth a Bael
“Estoy
listo para ser tu portador”
Na sua ânsia
por poder e dinheiro e na tentativa desesperada de ser “como o pai”, Jorge está
trilhando um caminho possivelmente sem volta… eu sinto muito pelo personagem,
na verdade, porque em algum momento da novela eu cheguei a pensar que ele não
era tão ruim assim – no início de “O
Malefício”, por exemplo, ele se importava de verdade com Raúl, e ficou muito mal quando achou que o irmão
pudesse ter morrido naquela fatídica noite depois do confronto com Bael. As
coisas começaram a mudar drasticamente, no entanto, quando Jorge fez o seu
pacto, e então toda a maldade que existia dentro dele foi despertada e
exacerbada pela proximidade com o demônio… se ao menos o Raúl tivesse
conseguido fazer alguma coisa para
impedir que o irmão se tornasse como o pai.
Ele tenta, o
Raúl realmente tenta. Quando Jorge
vai atrás dele na igreja novamente, Raúl conta tudo sobre como o pai sacrificou
a mãe para ter o poder que tem, e os olhos de Jorge enchem de lágrimas, embora
ele finja que não quer acreditar e fique em negação, dizendo que “os dois são
muito diferentes e eleja fez o seu pacto com Bael”. Aquela noite, no entanto,
Raúl passa sozinho no apartamento em que eles viveram com Nora quando eram
crianças, mostrando que há algo nessa história que está, sim, mexendo com ele. Mais
tarde, Enrique de Martino confirma a história de Raúl, e conta que Bael pediu
que ele entregasse um dos seus filhos, mas ele se recusou e entregou Nora no
lugar, porque “era uma alma pura que o amava” – e eu acho que é aí que ele tem
a ideia.
Jorge marca
um jantar com Ruth e o pai dela na casa dos de Martino, porque ele tem algo a
fazer antes do jantar: ele se
ajoelha, na frente de todo mundo, e pede Ruth em casamento – o que ele não sabe
é que Carlos, seu “amigo”, roubou uma boa quantia de dinheiro da empresa,
transferiu para uma conta sua no exterior, e ele pretende fugir com Ruth antes
que esse casamento seja oficializado… no dia em que eles planejam fazer isso,
no entanto, Jorge tem outros planos, e vai à casa de Ruth para buscá-la e para
levá-la até a organização… até o local onde, em frente ao quadro de Bael, ele
coloca o mesmo colar de pérolas que Enrique dera a Nora no pescoço de Ruth, e
depois a faz dizer, frente ao quadro, que ela o ama e que confia nele.
Então, ele a
mata.
É perverso e
Jorge está totalmente transformado. Ele está tão desesperado com a
possibilidade de não ser o portador
de Bael e querendo tanto seguir os passos de Enrique que ele faz esse
“sacrifício” sem plateia, sem a ajuda de ninguém e espera que funcione – mas
não funciona. Até porque Jorge não ama a Ruth, e Ruth tampouco o amava, já que
estava com Carlos e pretendia fugir com ele. Gerardo, por sua vez, fica bravo,
grita com Jorge, diz que “não é assim que se faz” ou qualquer coisa assim, mas
nada se compara a Enrique, que fica em choque com até onde o filho chegou
quando é chamado à organização, e Jorge, desesperado, diz que “só queria seguir
seus passos e que ele ficasse orgulhoso”, porque “que ele fique orgulhoso é o
que ele quis a sua vida toda”.
De certa
maneira, parte de Enrique quer salvar
o filho de ter o seu mesmo destino, mas parece tarde para isso e ele se sente
um fracasso como pai por isso… Enrique tira a pulseira de Jorge à força e o
manda embora, mas Gerardo se volta contra Enrique, diz que ele não pode fazer
isso e “tirar de Jorge essa honra pela qual ele lutou”, e chega a dizer que o
que Jorge fez foi “uma grata surpresa”, porque agora ele consegue ver mais o
potencial de um futuro portador de Bael em Jorge de Martino… a maldade escancarada. Aqui é o momento
em que Enrique se volta contra Gerardo para dizer que não é a mesma coisa
porque ele foi enganado e não sabia que ele teria que entregar a Nora quando
ele fez o seu pacto com Bael – e jamais o teria feito se soubesse.
Isso é o
suficiente para “inocentar” o Enrique? Para mim, não.
De todo
modo, a morte de Ruth vai ser noticiada, e os Filhos de Bael encontrarão uma
maneira de proteger Jorge – e a resposta aparece quando Fernando fala sobre o
plano de Carlos e Ruth de fugirem juntos… então, Carlos é facilmente incriminado
pela morte de Ruth, porque eles ficam sabendo do dinheiro roubado, do plano de
fuga e a narrativa de que “Carlos ficou revoltado quando descobriu que Ruth ia
se casar com Jorge, enlouqueceu e a matou” é convincente. Infelizmente, o fato
de eu nunca ter gostado do Carlos não
fez com que eu sentisse raiva de toda a armação nem nada assim… pouco me
importo com o Carlos sendo preso injustamente enquanto grita dizendo que é
inocente. Talvez não fosse mesmo para sentirmos nada por ele.
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