The Lord of the Rings: The Rings of Power (Os Anéis de Poder) 2x02 – Where the Stars are Strange

“I’m afraid, Durin. I’m afraid”

É gostoso ver a história caminhar… mas, se eu vou ser inteiramente sincero, eu ainda acho que “The Rings of Power” tem um problema de ritmo. “Where the Stars are Strange”, o segundo episódio da nova temporada, nos leva de volta a Khazad-dûm, quando a cidade está enfrentando o maior problema que já enfrentaram – as luzes estão se apagando, a comunicação com a montanha é quase impossível… é o equivalente, para os Anãos, do que aconteceu antes com os Elfos. E é justamente por isso que é uma trama tão importante para “The Lord of the Rings: The Rings of Power”: JÁ ESTAMOS CHEGANDO NA FORJA DOS PRÓXIMOS ANÉIS! É interessante ver a maneira como os eventos se desdobram, nos encaminhando até o convite que será feito por Celebrimbor a Durin.

Reencontramos os Anãos, que estiveram ausentes do retorno da série, e Durin e o pai seguem naquele desentendimento ferrenho – e eu preciso dizer que eu adorei assistir à maneira como a Disa, no meio de toda essa confusão de dois teimosos, está preparadíssima para chamar a atenção de qualquer um deles igualmente! Khazad-dûm enfrenta um terremoto que gera problemas nas hortas e na luz que vem de fora, e nem mesmo a música é capaz de se comunicar com a montanha… existe muita dor expressa não só nas palavras, mas no tom de Disa, quando ela fala sobre como não consegue “ouvir” a montanha e como “está com medo”. E é justamente em momentos de muito medo que forças como Sauron encontram uma brecha para se infiltrar e avançar…

Sauron, ainda na forma de “Halbrand”, faz de tudo para falar com Celebrimbor – que, por sua vez, não é avisado sobre a real identidade do forasteiro que o espera… Gil-galad, depois de ser avisado por Elrond, até envia uma mensagem a Celebrimbor, mas ele não chega a recebê-la. E, sem saber que tem o próprio Sauron à sua frente, Celebrimbor resiste por dias, mas enfim o deixa entrar… e o mais fascinante – perverso, mas nem por isso menos fascinante, eu diria – é que Sauron tem um charme e uma facilidade para manipular as pessoas, porque ele sabe o que precisa ser dito para que ele seja ouvido. E é assim que ele conquista a atenção de Celebrimbor, mencionando os anéis e como eles estão sendo usados… e isso lhe rende um convite para dentro.

Era tudo o que ele precisava.

Sabemos, então, que Celebrimbor “está nas mãos de Sauron” – e, assim, o Senhor das Trevas vai encontrando seu caminho para manipular a forja de todos os Anéis de Poder… todos aqueles que vieram antes do Um Anel. A mentira de Sauron é poderosa, e ele parece seduzir Celebrimbor de uma maneira que é quase discreta, mas presente. Há algo de muito dramático ali, os efeitos são lindíssimos, e Halbrand/Sauron assume uma nova forma, que ele chama de “Annatar”. É na forma de Annatar que Celebrimbor passa a confiar em Sauron integralmente… essa forma e a maneira como ele é chamado de “Senhor dos Anéis”. É uma posição que ele nunca pensou possuir, um “cargo” que não existia até muito pouco tempo, mas que é forte o suficiente para colocar Celebrimbor nas mãos de Sauron.

Ou de Annatar.

Enquanto isso, Elrond se mostra um dos melhores personagens de “The Rings of Power” – eu, particularmente, fiquei empolgadíssimo em todas as suas cenas. Quando Galadriel tenta conseguir o seu apoio e a sua companhia em sua próxima jornada, Elrond fala sobre como ele e os demais portadores dos Anéis se tornaram colaboradores de Sauron ao escolher usar esses anéis, que podem estar corrompidos por ele… e ele não planeja ser parte disso. Ele fala com uma certeza, uma segurança e eu acho bonito ele ser tão honesto com aquilo em que ele acredita. Não é nem uma questão de concordar com ele ou não (embora eu entenda o seu receio), mas mais uma questão de convicção… e é o tipo de coisa que me faz admirar um personagem.

Em paralelo à cena de Elrond com Galadriel – que é a minha sequência favorita do episódio, por sinal –, Elrond tem uma conversa interessante com Círdan, também sobre os Anéis de Poder… e é uma cena particularmente interessante porque ela serve como um contraponto perfeito. Aquele é o momento em que Elrond é convidado a repensar sua irredutibilidade. Os seus receios são plausíveis, e os Anéis são perigosos o suficiente para representar uma destruição imensa se em mãos erradas… mas Elrond vai deixar que isso o cegue para tudo o que os Anéis podem fazer se usados para o bem? No fim, Elrond é escolhido para acompanhar Galadriel… não, muito mais do que isso: ele é escolhido para LIDERAR a próxima jornada de “The Rings of Power”. E isso promete!

Por fim, tivemos um pouco mais do Estranho caminhando pela Terra-Média com as Pés-Peludos, e essa é uma trama que me divide. Eu acho que toda a questão de caminhada tem muito a ver com J.R.R. Tolkien, e eu gosto de todo o mistério em torno do personagem do Estranho (o Istar), mas eu também acho que falta algo nessa parte da narrativa… talvez falte alguma clareza ou algum sentimento de avanço que eu, particularmente, não estou sentindo. Acho que essa parte avança pouco demais e acaba sendo, episódio a episódio, a minha parte menos favorita. Ainda assim, ressalto os efeitos visuais dessas sequências… toda a cena do poço e do cajado é algo de tirar o fôlego – aquele momento em que o Estranho, mais uma vez, parece “perder o controle”. Uau!

 

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