Doctor Who (4ª Temporada, 1967) – Arco 032: The Underwater Menace

A Cidade Perdida de Atlântida!

A PRIMEIRA VEZ QUE VEMOS O SEGUNDO DOCTOR EM VÍDEO! Escrito por Geoffrey Orme e dirigido por Julia Smith, “The Underwater Menace” é o quinto arco da quarta temporada de “Doctor Who”, e foi exibido originalmente entre 14 de janeiro e 04 de fevereiro de 1967, em quatro partes – dessas, duas foram perdidas e as outras duas seguem existindo. É, por enquanto, o melhor arco protagonizado pelo Segundo Doctor: tem aventura em um cenário promissor, e o Doctor está solto, com pitadas de deboche e uma aparente fascinação por disfarces. Dessa vez, a TARDIS se materializa em uma praia aparentemente deserta, mas então o Doctor, Ben, Polly e Jamie são capturados por pessoas que os levam até A CIDADE PERDIDA DE ATLÂNTIDA, e esse já é um motivo para eu amar a história!

Toda a história de uma cidade inteira submersa sempre gerou grande fascínio sobre mim, e eu gosto de ver “Doctor Who” explorar as possibilidades de uma sociedade que se desenvolveu sob o oceano, sobrevivendo ao alagamento graças a bolsões de ar, e então eles se reconstruíram, e encontraram uma maneira de viver lá embaixo – o que não quer dizer, é claro, que eles não tenham vontade de retornar à superfície… se possível, de levar toda a cidade de Atlântida até a superfície. Acredita-se que esse é o plano de Zaroff, um cientista respeitado em Atlântida e que está responsável por estudos e testes para “levar a cidade de volta à superfície”; ou pelo menos é nisso que se acredita, mas o Doctor acaba descobrindo que os planos de Zaroff são um pouco diferentes.

E muitos arriscados.

Como é de costume, os passageiros da TARDIS enfrentam diferentes perigos a partir do momento em que ela se materializa em um novo lugar e uma nova aventura. Polly quase é transformada em uma pessoa-peixe ou qualquer coisa assim, enquanto Ben e Jamie são levados para trabalhar nas minas… e enquanto isso tudo acontece, o Segundo Doctor se aproxima de Zaroff para entender como ele pretende levar a cidade inteira de volta à superfície, e ele descobre qual é o verdadeiro plano do cientista: ele pretende “escoar” a água do oceano até um nível abaixo da cidade – diminuindo o nível do mar, ao invés de levantar a cidade. E o Doctor sabe que escoar a água do oceano para o núcleo quente da Terra pode ser catastrófico e custar a vida de todos.

Por isso, ele precisa encontrar uma maneira de impedi-lo.

Mas como fazer com que acreditem nele?!

Gosto muitíssimo de como “Doctor Who” vai estabelecendo uma tradição que nos diz que nem sempre é o Doctor quem tem que salvar todo mundo… Ben e Jamie escapam das minas, por exemplo, e Polly recebe a ajuda de Ara, uma garota de Atlântida, para não ser “transformada em peixe”, e eles precisam ajudar o Doctor e Ramo – que foi o único que acreditou nele quando ele falou sobre os planos apocalípticos de Zaroff, até porque ele mesmo já desconfiava de Zaroff há algum tempo – que foram sentenciados à morte e estão esperando o seu sacrifício para a deusa Amdo, no Templo de Atlântida. É muito boa toda a sequência de fuga do Templo, com um truque ao estilo “O Mágico de Oz”, que funciona porque as pessoas em Atlântida acreditam em milagres…

Resgatar o Doctor, no entanto, é apenas o primeiro passo do plano para deter Zaroff e impedi-lo de colocá-lo não apenas Atlântida em perigo, mas possivelmente o planeta todo! E o Doctor não se importa de confrontá-lo pessoalmente. Quando alguém com autoridade dentro de Atlântida finalmente percebe quem é Zaroff e que “o Doctor estava certo a seu respeito”, no entanto, talvez já seja tarde demais… e o Doctor tem uma ideia de como eles podem salvar Atlântida, e eu gosto de como essa parte do roteiro foi construída ironicamente: a melhor maneira de salvar a Cidade Perdida e submergindo-a… pelo menos uma parte dela, deixando que as pessoas refaçam as suas vidas apenas na parte mais elevada da cidade – um novo começo.

O Doctor e os demais viajantes que chegaram ali com a TARDIS certamente fazem a diferença naquela sociedade, e deixam a sua marca… não haverá mais templos, deuses ou milagres de agora em diante, porque eles não podem correr o risco de estarem à beira da extinção novamente, como estiveram com o plano de Zaroff. E enquanto Atlântida fica para trás, o grupo parte rumo a um destino incerto, porque “é sempre assim”, mesmo que o Doctor diga que ele sabe, sim, como controlar a TARDIS, e uma das minhas partes favoritas dessa conclusão foi ouvir o Jamie dizendo que “se sentia seguro ali dentro”. Acho que essa é a sensação que a TARDIS passa, especialmente nesse “início” de Série Clássica, em que retornar para a TARDIS significava que os perigos tinham acabado

Mas será que acabaram mesmo?

 

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