Doctor Who (4ª Temporada, 1967) – Arco 034: The Macra Terror

“We want something gay and cheerful!”

Escrito por Ian Stuart Black e dirigido por John Davies, “The Macra Terror” é o sétimo arco da quarta temporada de “Doctor Who”, e foi exibido originalmente entre 11 de março e 01 de abril de 1967, em quatro partes – embora todas tenham sido perdidas, elas ganharam uma animação. Esse é o último roteiro de Ian Stuart Black para “Doctor Who”, tendo o roteirista sido responsável também por “The Savages” (um arco do qual eu gosto bastante!) e “The War Machines” na temporada anterior, ainda com o Primeiro Doctor. Aqui, o Segundo Doctor, Ben, Polly e Jamie chegam a uma colônia que não sabe que está sendo tomada pelos Macra – vilões que reapareceriam na série em “Gridlock”, em 2007, em um episódio com o Décimo Doctor e Martha Jones.

Já no fim do arco anterior, a TARDIS mostrara o que os esperava no futuro próximo: uma garra gigante e assustadora. Por isso, quando os viajantes deixam a cabine de polícia, eles estão atentos a tudo o que está acontecendo ao redor… mas não se deparam com nenhum “caranguejo gigante”, apenas com uma colônia aparentemente perfeita – e todos nós sabemos que quanto mais perfeito parece um lugar, mais problemático e perigoso ele tende a ser. Curiosamente, o episódio não tenta nos vender a ideia de “utopia” nem mesmo nos seus primeiros minutos, porque a maneira como Medok, a única pessoa que está falando sobre “o perigo que eles correm”, é silenciado pelas autoridades da colônia já nos deixa claro algo: problemas.

Ninguém na colônia parece acreditar nas histórias de Medok sobre uma criatura que ele vê zanzando à noite… ninguém a não ser o próprio Doctor, que está interessado em ouvir o que Medok tem a dizer – conseguir sua confiança, no entanto, não é simples, mesmo quando ele ajuda Medok a escapar, antes que a colônia faça com ele o que quer que eles façam com pessoas que se atrevem a pensar por conta própria… afinal de contas, a colônia é aquele tipo de lugar em que tudo parece mecânico e engessado, e as pessoas acreditam em coisas como “o Controle sabe o que é melhor para todo mundo” e “não existe perigo nenhum”. E, para manter essa “ideia” na mente das pessoas, uma voz conversa com os moradores da colônia toda noite, reforçando essas mentiras…

E Ben acaba sendo afetado.

Gosto muitíssimo de como o Jamie é independente, e de como ele não precisa da interferência do Doctor, por exemplo, para resistir à manipulação da colônia – mesmo que isso signifique uma noite de sono mal dormido para ele, ao menos ele não desperta como um “zumbi”, como o Ben, que passa a reproduzir todas as falas dos demais moradores… quando o Doctor chega a tempo de salvar Polly e satisfeito de ver que está tudo bem com Jamie, ele começa a desconectar os aparelhos da parede que transmitem a voz durante a noite, e Ben se volta contra ele, dizendo que “o que ele está fazendo é contra a lei da colônia”. Então, Ben acaba ficando contra o Doctor, Polly e Jamie, enquanto os outros três tentam alertar a colônia do perigo iminente que eles enfrentam.

A ação do episódio é bem conduzida, tem momentos de diversão como o Jamie dançando “algo feliz e animado” para tentar passar despercebido e chegar aonde quer, e um confronto direto com os perigosos Macra, enquanto Ben lida com o controle que foi imposto sobre ele, mas a sua fidelidade ao Doctor e aos seus amigos faz com que, lentamente, ele comece a duvidar… quando os Macra percebem que o poder que eles tinham conquistado sobre Ben já não está mais funcionando é tarde demais, e Ben já está do lado do Doctor, Polly e Jamie, prontos para acabar com o controle dos parasitas que infestaram a colônia e chegaram, finalmente, até o controle – e o Doctor acredita que a única maneira de fazer algo é provando ao Piloto da colônia que estão dizendo a verdade.

Gosto muito da conclusão do arco… gosto de como o Doctor consegue provar para o Piloto que está dizendo a verdade e que os Macra dominaram a colônia, e de como eles conseguem se livrar dos Macra juntos, libertando a colônia de um controle assustador e perigosíssimo. Também me diverti com a celebração que vem depois de todo o caso ter sido resolvido, com o Doctor todo festeiro, animado em se divertir um pouquinho, até que ele descobre que estão pensando em nomeá-lo o próximo Piloto da colônia – então, ele diz que “eles não podem fazer isso com ele” (MUITO BOM!) e decide que é hora de ir embora… afinal de contas, a TARDIS os espera em algum lugar do lado de fora da colônia, pronta para levá-los para o seu próximo destino.

 

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