Doctor Who (4ª Temporada, 1967) – Arco 035: The Faceless Ones, Parte 2

20 de julho de 1966.

Eu acho que “The Faceless Ones” ainda não vai roubar a posição de “The Moonbase” como “meu arco favorito do Segundo Doctor até agora”, até porque eu tendo a gostar mais dos arcos que são contados em quatro episódios, mas certamente é um arco muito bom e um dos meus favoritos! Tem uma vibe maravilhosa de ficção científica, vilões com um plano interessante, boa técnica do Doctor para resolver conflitos, o Jamie sendo um companion maravilhoso (gosto cada vez mais dele!), e uma importante despedida no fim da história, quando Ben e Polly tomam a decisão de ficar para trás, porque “estão de volta em casa”. Sentirei falta do trio Ben, Polly e Jamie a bordo da TARDIS, e quase achei que Samantha Briggs se juntaria, mas estou feliz por Jamie seguir.

Por muitas mais histórias ainda, inclusive.

Depois de a TARDIS se materializar no meio da pista do Aeroporto de Gatwick, o Segundo Doctor e os demais se depararam com uma trama comandada pela Chameleon Tours para sequestrar jovens da Terra – “originais” cuja face e identidade alienígenas que tiveram seu planeta destruído em uma explosão planejam roubar. O tipo de confusão para a qual a TARDIS parece sempre levar o Doctor e seus companions… nessa segunda parte de “The Faceless Ones”, os planos da Chameleon Tours já estão bem evidentes, Jamie assume um papel de intenso protagonismo (e que é maravilhoso de se assistir), e Ben e Polly estão completamente ausentes, até serem “resgatados” no fim do último episódio e retornarem apenas para uma despedida formal.

Enquanto o Doctor está tentando fazer com que as autoridades do aeroporto lhe deem ouvidos sobre o que está acontecendo (ele até consegue fazer com que o próximo avião da Chameleon Tours seja rastreado, por exemplo, mas quando o avião parece “parado” no radar, todos assumem que ele caiu e se recusam a aceitar a outra possibilidade proposta pelo Doctor: de que o avião foi para cima), Jamie segue próximo de Samantha Briggs, a moça que está tentando localizar o irmão desaparecido, que devia ter ido para Roma com um voo da Chameleon Tours… e, então, ele resolve roubar a passagem dela para embarcar no voo em seu lugar, conseguindo duas coisas ao mesmo tempo: ele evita que Sam corra algum perigo; e ainda tem a chance de investigar.

Gosto muito das atitudes de Jamie, e de como ele é inclinado à ação. Eu acho fascinante que ele confie tão plenamente no Doctor e fale abertamente sobre como “ele é a pessoa mais inteligente que ele conheceu” e coisas assim, mas nem por isso ele fica sentado esperando ordens e apenas isso… toda a arriscada decisão de embarcar no voo da Chameleon Tours é totalmente dele, e ele consegue se manter protegido enquanto todos os demais jovens que estão no avião são miniaturizados para serem levados até os demais alienígenas que “precisam” deles como “originais” – o plano da Chameleon Tours é sequestrar 50 mil jovens humanos durante essa operação. Tudo bem que, sim, o Jamie acaba sendo descoberto e sua identidade é roubada…

Ainda assim, parabenizo sua proatividade!

Com toda a teoria de que o avião foi para cima, com o sumiço também de Jamie e com a eminência da partida dos alienígenas, o Doctor percebe que alguma coisa precisa ser feita urgentemente… então, ele e uma enfermeira se passam por alienígenas para poderem se infiltrar no último voo da Chameleon Tours rumo ao satélite em órbita, e o Doctor faz o que pode fazer: tenta ganhar tempo enquanto seus aliados na Terra buscam os originais que estão escondidos em algum lugar do aeroporto… enquanto isso, ele blefa, sabota máquinas e blefa novamente, até que as coisas começam a acontecer à sua maneira. Adoro ver o Segundo Doctor negociando, e acho que ele chegou a uma conclusão bastante diplomática para a história, no fim das contas…

Felizmente, os jovens sequestrados seguiam vivos, porque eles precisavam estar vivos para ter suas identidades roubadas, o que quer dizer que Jamie, Ben e Polly estão bem… e enquanto eles vagam pelo aeroporto em busca da TARDIS, onde quer que ela esteja, Jamie está louco para sair daquele lugar o mais rápido possível, mas Ben e Polly pensam na possibilidade de ficar: afinal de contas, eles estão de volta na sua cidade e no seu tempo – mais especificamente, exatamente no dia em que eles partiram, em 20 de julho de 1966, como se nenhum tempo tivesse passado. É um momento breve, bonito e emocionante quando eles se despedem, quando Ben diz que “eles não ficarão se o Doctor precisar deles”, e o Doctor diz que eles podem ficar, desejando que eles sejam felizes…

Então, ele e Jamie partem em busca da TARDIS…

E rumo a novas aventuras.

 

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