I Hear the Sunspot – Episode 11

“Eu te amo”

Fascinante… sempre fascinante. Adoro como “I Hear the Sunspot” consegue encontrar beleza mesmo em momentos mais tristes, e isso se deve ao fato de Taichi e Kohei serem tão bons personagens – além de seus atores darem vida a eles com sensibilidade e verdade. O décimo primeiro episódio da série concretiza a decisão tomada por Taichi no episódio anterior, de que ele abandonaria a faculdade, com enfoque em uma despedida dele e de Kohei, rendendo as cenas mais emotivas da série até então… e é, na verdade, uma prévia do que sentiremos ao nos despedirmos dos personagens no episódio seguinte. Uma série poderosa e necessária que conquistou o seu lugar dentre os melhores BLs de 2024, e que certamente deixará saudade após o 12º episódio.

Eu entendo a decisão de Taichi… e, como eu já comentei antes, eu adoro a sua certeza e a sua convicção. Quando ele entrou na faculdade, Taichi pretendia descobrir o que ele queria fazer da vida – e, agora, ele tem essa resposta graças à proposta de emprego que recebera, então ele não vê sentido em continuar ali… ele sente que não é ali que está o seu futuro. Ele compartilha a decisão com os amigos, que inicialmente têm dificuldade em entender, mas eles também sabem o quanto Taichi é uma pessoa decidida. O que eles perguntam, no entanto, é se ele já contou ao Kohei. A faculdade é o lugar onde ele e Kohei se conheceram, se conectaram e se apaixonaram, quer falem sobre isso ou não, e será uma partida dolorosa quando ele for embora.

Antes de conseguir ir falar com Kohei, depois de eles marcarem de conversar naquela noite, depois das aulas, Taichi faz um desvio em seu caminho para ajudar Maya, que ganha toda uma sequência importante para a construção da personagem – continua sendo alguém de quem eu não gosto muito, mas é interessante a série lhe dar um background, justificando ou não as suas atitudes. Na verdade, Maya está sempre na defensiva… ela passou por maus bocados no seu Ensino Médio, e isso meio que vem à tona novamente quando ela reencontra uma antiga colega e um cara com atitudes escrotas… entendemos que, para Maya, conhecer Kohei foi o que lhe deu a sensação de pertencimento pela primeira vez, foi quando ela conheceu alguém que a entendia por completo

E ela não quer perder isso.

Com o roteiro sempre muito bem conduzido, “I Hear the Sunspot” evidencia a importância de toda essa sequência de Maya ou de Maya com Taichi mais tarde, no diálogo de Taichi e Kohei. Se Maya ficou feliz em conhecer Kohei porque ele era como ela e, portanto, a entendia como ninguém mais o fazia, Taichi é essa pessoa com uma “habilidade especial” para entender as pessoas… é sobre isso que Kohei fala quando Taichi conta sobre seu breve encontro com Maya e como a fez chorar. É muito bonito como Taichi é, como o Kohei diz, capaz de entender as outras pessoas e como elas se sentem sem precisar necessariamente estar em seu lugar, mas também é lindíssimo como Kohei entende Taichi melhor do que ninguém… melhor do que ele mesmo, provavelmente.

A sensibilidade impressionante de ambos, cada um à sua maneira!

Todo o diálogo de Taichi e Kohei é tocante… e ressalto novamente: QUE ATUAÇÕES! Além de um texto exemplar, a cena é construída através de olhares, de lágrimas e de um abraço emocionante repleto de coisas não ditas, e é isso o que torna a cena tão impactante. Kohei promete a Taichi que ele vai dar o seu melhor na faculdade e pede que ele faça o mesmo, no seu novo emprego… e a expressão de Taichi é de um pesar imenso: ele tomou sua decisão e está certo dela, mas a sensação de estar se despedindo de Kohei acaba com ele, e isso está expresso perfeitamente ali, nos seus olhos. Outra grande cena do episódio, sem a necessidade de diálogos sobre isso, é a de Kohei cozinhando com a mãe naquela noite e chorando ao cortar cebola…

Mas ele usa isso para chorar de verdade. E tem TANTO ali naquelas lágrimas!

SÉRIO, QUE CENA PERFEITA!

A emoção, que condiz perfeitamente com um penúltimo episódio, também está presente naquela sequência em que Kohei está relembrando e revivendo coisas que vivera com Taichi em sala de aula… e que vai muito além do conteúdo da aula ou da relação entre um estudante e seu tomador de notas. A maneira como Taichi encontrava uma maneira de fazer com que Kohei se sentisse incluído nas piadas dos professores; a maneira destemida como Taichi levantou a mão e falou em alto e bom som que era para o professor falar mais devagar, para ele ter tempo de anotar; a maneira como ele ficou orgulhoso de suas próprias anotações ou de seus desenhos; e, é claro, a maneira como Taichi falava seu nome… porque isso já era motivo de alegria.

No fim, Taichi e Kohei se despedem oficialmente. Não sei quando nem como eles vão se reencontrar, mas sei que eles se reencontrarão, porque a prévia do próximo episódio já nos adiantou isso… o eventual reencontro não torna, no entanto, a despedida menos real ou menos dolorosa. Eles caminham juntos, com muita coisa pairando entre eles, até o momento em que seus caminhos se separam – literal e metaforicamente. Impressionante como aquele “Se cuida” tem o peso de um “Eu te amo” e de um “Vou sentir sua falta”, e eu acho que ambos entendem isso. Quando Taichi para e olha para Kohei, à distância, Kohei está lá em cima, olhando para ele também e fazendo sinais… o primeiro é o seu nome, e ele entende; o segundo ele não sabe o que significa.

É um “Eu te amo”. Na narração, Taichi fala sobre como “queria ter entendido isso na época”.

PODEROSÍSSIMO! Que episódio! Que série!

 

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