Kidnap – Ep. 08: Decision to Leave
Idas e vindas.
“Decision to Leave”, o oitavo episódio
de “Kidnap”, causa uma sensação
esquisita de repetição, porque
estamos bastante focados, ainda, no que acontecera no episódio anterior, mas
não de uma maneira que o roteiro realmente avance
ou que os dilemas ganhem profundidade – é mais algo cíclico que tira o impacto
de tudo. No episódio anterior, Min e Q terminaram, quiçá meio abruptamente,
algo que eles mal estavam começando… depois de a vida de Q e de Mhen correr
perigo porque a casa de Min é invadida na sua ausência, Min toma a decisão de
que o melhor que eles têm a fazer é se separar: ele não nega os seus
sentimentos por Q, necessariamente, mas ele não quer colocar a vida do seu
irmão em perigo, nem a vida do próprio Q, que tem a chance de ir em segurança
para Vancouver.
Eu já
comentei algumas vezes sobre como “Kidnap”
não explora com seriedade a premissa que apresentou e como ela não se beneficia
dos dramas que poderia gerar, então as coisas parecem um pouco exageradas e
estranhamente superficiais. Todo o drama da separação, que foi uma decisão
exclusivamente de Min, é infelizmente apresentado primordialmente do ponto de
vista de Q, e embora eu goste do personagem e da química que ele compartilha
com Min, é impossível não notar que existem
limitações na atuação de Leng – nada irremediável, nada que a experiência
não vá melhorá-lo, mas aqui ele falha em entregar a emoção que algumas cenas
pediam… ele chorando na câmera que Min assistia me causou uma mistura de
divertimento e irritação.
Todo o drama
gigantesco de eles se separarem e, depois, de Min ter vendido a casa e ido
embora “para um lugar que Q não sabia onde era”, que era para ter um ar de que
“eles nunca mais iam se encontrar” ou algo assim, dura aproximadamente 11
minutos do episódio – e, como eu já comentei, o impacto é prejudicado por isso.
Q consegue a localização de Min com o pai (ironicamente, mas o roteiro quis
assim), e então ele aparece no portão de sua nova casa, para voltar a fazer parte de sua vida…
enquanto Min pensa em mandá-lo de volta embora, Q pensa em estratégias para
continuar por ali, pelo menos um pouco, como quando finge que o seu carro está
estragado para que ele não tenha como voltar para casa e o Min o convide para
passar a noite ali.
Aquela noite
traz algumas cenas interessantes… gostei da dinâmica de Min, Q e Mhen dormindo
todos no chão, um do lado do outro. Eu acho divertida a maneira como o Mhen
parece ser o maior apoiador do casal
formado por Min e Q, então ele provoca
o irmão se aproximando do Q, e o Min é terrível
em esconder os ciúmes (se é que ele queria esconder os seus ciúmes). De todo
modo, Min levanta de madrugada para ir discretamente passar pomada em um
machucado que Q tem no ombro (supostamente
tem no ombro, porque quando o Min vai passar a pomada não tem nada ali!),
depois ele cuida de Q quando acha que ele está tendo uma crise de sonambulismo,
assim como cuidava quando ele estava em sua casa… dessa vez, no entanto, Q só está fingindo…
E ele finalmente entende tudo o que Min
fazia por ele.
A verdade é
que Min não quer que Q vá embora, e quanto mais tempo eles passam juntos, menos
certeza ele tem da decisão que tomara antes. E é assim que eles vão
compartilhando pequenos e grandes momentos, como quando Mhen incentiva Min a
levar o Q com ele para o trabalho (ele está ensinando surf na praia) e o Q
termina com um machucado no pé e uma conversa sincera com Min, ou quando o
próprio Min planeja uma surpresa para Q e o leva para o aquário, e então os
dois falam sobre as palavras “Eu te amo”
oficialmente pela primeira vez, ou quando os dois e Mhen estão se divertindo
juntos na praia, como a família que eles se tornaram… por uma situação
inusitadíssima, é claro, mas eles se tornaram, e aquele momento mostra isso.
Pelo menos
até os barulhos de fogos de artifício mudarem tudo, porque eles parecem
barulhos de tiro… Q tem a reação que ele sempre tem: enquanto ele está tendo
uma crise de pânico e cobrindo os ouvidos, Min corre para ajudá-lo e não
percebe que algo muito similar está acontecendo com Mhen. Só quando Q se acalma
é que tanto ele quanto o Min percebem que, naquele momento, o Mhen também está precisando de ajuda… e
aquela é a dica para Q decidir, dessa vez, que eles têm mesmo que se separar: toda essa história está afetando também o
Mhen, e o Min tinha razão no final… ele não pode colocar a vida do irmão em
risco. Então, Q decide ir embora para Vancouver, dizendo a Min que ele e
Mhen estão felizes e bem ali, longe dele e de tudo.
Essa cena dá
a sensação de “repetição” da qual falei inicialmente, porque embora agora seja
o Q tomando essa decisão, e não o Min, parece algo que já foi dito
anteriormente – e não existem motivos novos, na verdade. Q parte, e Min demora um pouco demais para perceber que ele
não quer que o Min vá embora e que ele precisa correr atrás dele, então ele pega a moto para ir atrás de Q, pra
fazê-lo parar o carro e para conversar com ele, para dizer que o ama, que ele
não pode ir embora, e que o que eles tiverem que enfrentar, eles devem
enfrentar juntos. Então, os dois fazem as pazes, e Min o leva para casa para
eles terminarem o que eles começaram há alguns episódios lá na gravadora… e então eles se entregam um ao outro, como ansiam
por fazer a tanto tempo.
É uma cena
rápida e simples, mas bonita, sensual e romântica!
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