O Malefício (2023) – O desespero de Beatriz e a culpa de Nuria

Próxima à verdade!

Bael acaba com a vida de todos que, de uma maneira ou de outra, se aproximam dele… era apenas uma questão de tempo para que a aparente “vida perfeita” que Beatriz acreditava estar vivendo com Enrique de Martino começasse a se transformar em um inferno. Para Vicky, as coisas foram traumatizantes quando, depois de ela acreditar em Jorge, ele a levou até a organização e abusou sexualmente dela, oferecendo a sua virgindade e o seu sofrimento ao demônio, e agora o seu espírito e a sua alma estão partidos – como se ela estivesse morta em vida. É terrivelmente perturbador ver como a dor tirou tudo de Vicky, e eventualmente Beatriz fica sabendo sobre o que aconteceu, porque Enrique vai pessoalmente contar a ela depois de expulsar Jorge de casa.

As cenas de Beatriz são fortíssimas. O desespero que toma conta dela e transborda em lágrimas soluçantes quando ele conta são de partir o coração, com Marlene Favela entregando toda a angústia da personagem de maneira pungente. Também é fortíssima a cena em que Beatriz vai, finalmente, em busca da filha e, a abraçando e chorando, ela pede perdão – perdão por não ter se dado conta, perdão por não ter insistido mais para saber o que tinha acontecido, perdão por trazê-la para aquela casa e, consequentemente, para perto daquele infeliz. Também destruída, Vicky diz à mãe que a culpa não é de Beatriz, mas dela mesma, por ter acreditado em Jorge, e as duas tentam tirar a culpa e o sofrimento uma da outra enquanto, abraçadas, elas choram desesperadamente.

Depois, Beatriz tem outra cena fortíssima quando procura Jorge no escritório no dia seguinte, e ela está completamente transformada pela raiva e pela força que uma mãe ganha para proteger uma filha, e ela não está ali para conversar – ela está ali para dar um aviso a Jorge, e a maneira como ela bate em Jorge é catártica. Mas Jorge também diz algumas coisas que podem levar Beatriz a descobrir verdades… ele fala sobre como Beatriz não sabe quem é Enrique de Martino, pergunta se ele “já contou sobre o pacto que fez”, e quando Enrique chega, interrompe a “conversa” e expulsa Jorge também da empresa (!), no meio dos gritos e das brigas, Jorge diz que “o único que eles têm que respeitar é Bael”, e é a primeira vez que Beatriz escuta aquele nome.

Naturalmente, Beatriz quer saber quem é Bael, mas toda a história acaba não dando em nada, pelo menos por enquanto, porque Enrique meio que desconversa, dizendo que ela não precisa dar importância a isso, porque isso era algo que Nora dizia e que o Jorge usou nesse momento “apenas para machucá-lo”. Ainda assim, é importante que Beatriz conheça o nome, porque as peças começarão a se encaixar em breve… afinal de contas, Jorge também falara brevemente sobre o “pacto” de Enrique, o que talvez seja importante, e Raúl contara a Beatriz, mesmo que ela não tenha acreditado inicialmente, que a mãe “foi enlouquecida por um demônio”, e agora Gerardo e Julia planejam entregar para Beatriz as fitas das sessões de Nora… ela está bem perto da verdade.

Sobre Nuria, eu preciso dizer que eu jamais gostei dela. E ela consegue me fazer passar raiva mesmo nessa história toda. Quando Vicky conta para a tia o que acontecera, Nuria tenta resistir em assumir a própria culpa e se volta brevemente contra Beatriz, gritando com ela e perguntando “por que ela não protegeu a filha”, o que eu achei de um absurdo e de uma hipocrisia sem tamanho! Felizmente, ela vai lentamente reconhecendo a sua própria culpa nessa história toda, mas nada que seja o suficiente para redimi-la, na minha opinião, porque ela foi avisada dos perigos, e escolheu não fazer nada a respeito. Ela diz a si mesma que “se soubesse que isso aconteceria, não teria se calado”, e então diz a Vicky e a Beatriz que foi avisada sobre Enrique antes do casamento…

Agora, pela primeira vez, Nuria se volta contra Enrique de Martino, diz a Beatriz que “os filhos são reflexos dos pais”, e quando Beatriz segue querendo acreditar que Enrique é um homem bom, diferente de Jorge, Nuria diz que “o amor cega as pessoas” – o que eu acho que seria um argumento bem bom e pertinente, SE ELE NÃO FOSSE DITO POR NURIA. Saído da boca dela, parece apenas uma grande piada cara-de-pau, sinceramente. Chorando copiosamente, sabendo que poderia ter evitado isso tudo, Nuria vai até a igreja para rezar e para pedir perdão, mas eu sinceramente não tenho paciência para o sofrimento de Nuria… sei que teremos aí uma trama de arrependimento e de redenção, mas o que eu queria mesmo era ver a Nuria pagar por tudo o que fez.

Grande parte da culpa de eles terem entrado para essa família é dela sim!

 

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