Sítio do Picapau Amarelo (2007) – O Anjinho da Asa Quebrada: Parte 1

A turminha encontra o Alê!

Com “O Anjinho da Asa Quebrada”, chegamos à última história da temporada de 2007 do “Sítio do Picapau Amarelo” – e, consequentemente, começamos a entrar em clima de despedida. Com o estilo e algumas ideias de “Viagem ao Céu”, de 1932, a história não é uma adaptação direta dessa história, até porque não é a primeira viagem da turminha à Lua, mas tem todos os elementos que conhecemos: o encontro de Tia Nastácia com o São Jorge, um passeio na cauda de um cometa e um anjinho de asa quebrada que acaba sendo levado para o Sítio do Picapau Amarelo e atrai a atenção de umas crianças malcriadas… e tudo começa enquanto a turminha observa as estrelas durante a noite e comentam que “parece que espalharam pirlimpimpim no céu”.

Confesso que eu fiquei curioso, no início, para saber como a história seria apresentada… afinal de contas, as aventuras da viagem ao céu foram mencionadas em “Quem Quiser Que Conte Outra”, enquanto os personagens contavam a história de Tia Nastácia, e a própria Emília começa essa história falando sobre tudo o que viveram da última vez em que estiveram na lua… mas as coisas começam a caminhar quando, por algum motivo desconhecido, todos os sinais de comunicação parecem cair: a ligação na qual Dona Benta estava, o sinal de televisão no Arraial dos Tucanos, tudo. Naquela noite, também, Emília vê na lua a sombra que acredita ser do São Jorge brigando com o dragão, então ela diz que talvez tenham que ir e “ver o que está acontecendo”.

Afinal de contas, ele não tinha sido domesticado há muito tempo?

Antes de partirem, Visconde tenta usar uma invenção sua para entrar em contato com o São Jorge e saber se ele está mesmo precisando de ajuda, mas ele recebe uma mensagem: “Esse santo está fora da área de cobertura ou está desligado”. Assim, ele resolve que é melhor eles levarem um Megafone Sabugosa para o São Jorge, para que possam se comunicar, e eles aproveitam e veem se está tudo bem… dessa vez, no entanto, Narizinho diz que ela prefere ficar, o que todos acham um pouco estranho, mas aceitam. Dona Benta diz que ficará com a Narizinho, mas incentiva Tia Nastácia a ir novamente e matar a saudade do São Jorge, e é assim que Pedrinho, Visconde, Emília e a Tia Nastácia partem para a lua pela segunda vez, e chegam com o dragão furioso.

Ou é o que parece!

Eventualmente, descobrimos que São Jorge e o dragão não estavam brigando, mas tem, sim, um problema: o dragão começou alguma coisa que agora está entalada, e o São Jorge não sabe como ajudá-lo a desengasgar. O santo também fala sobre o barulho que ouviu antes do “dragão entalar”, e os pedaços de metal (e pena?) espalhados pelo chão da lua fazem com que Visconde entenda rapidamente o que aconteceu: o que caiu ali foram os restos de um satélite, e foi por isso que o Arraial ficou isolado do mundo, sem comunicações. E foi isso o que o dragão comeu e lhe fez mal. Mas ainda resta uma dúvida: “Bolotas! E essas penas? De quem são?” O anjinho, caído desacordado atrás de uma pedra da lua, ainda não é encontrado pela turminha do Sítio do Picapau Amarelo.

Agora, eles ajudam o São Jorge na missão de “desentalar o dragão”, mas uma confusão (na verdade, a voz desafinada do Visconde estragando a música que a Tia Nastácia estava cantando para acalmar o dragão!) acaba fazendo com que o dragão se zangue e devore a cambadinha. E toda essa sequência é um pouquinho de “Pinóquio”, que chega a ser mencionado porque eles usam a mesma ideia do Gepetto para sair de lá de dentro… e, lá dentro, a turminha também conhece um alienígena (com um nome complicado que a Emília substitui por “Crocotó”), com uma aparência a la “O Quinto Elemento”, e que acredita que ali dentro é o mundo real e “não existe nada lá fora”. Quando eles conseguem escapar, eles levam com eles, também, o próprio Crocotó.

Vivos e inteiros, a missão agora é do Visconde: consertar o satélite, colocá-lo em órbita e devolver a comunicação para o Arraial dos Tucanos e região! Para fazer isso, Emília sugere que eles peguem carona numa cauda de cometa, e essa é uma das minhas cenas favoritas da primeira semana de “O Anjinho da Asa Quebrada”. Além de a cena ser fofa, a trilha sonora tocando “Lindo Balão Azul” é EMOCIONANTE e me levou totalmente de volta à infância! Assim, eles passeiam de cometa, com o satélite a reboque para colocá-lo de novo em órbita. E, quando retornam para a lua, tendo cumprido a missão, eles encontram o anjinho, o que deixa a Emília empolgadíssima, falando sobre a galanteza de “um anjinho de verdade”. Amo essa parte da história.

Há muita fofura na inocência do anjinho, que não conhece nada a respeito do mundo deles, porque ele estava no recreio da escola de anjos, apostou corrida com um colega para ver quem voava mais rápido, e daí veio uma coisa de ferro na contramão (!) e o acertou em cheio. Naturalmente, o anjinho foi acertado pelo satélite (“Satélite é uma coisa que serve pra atropelar anjos?”), e agora ele está com a asinha machucada e não consegue continuar voando… Emília diz que eles precisam levá-lo para a Tia Nastácia, porque não há o que ela não conserte, ou para o Tio Barnabé, que sabe cuidar de asas de passarinho. Então, o anjinho, batizado Alelulia ou simplesmente Alê, é levado com eles para o Sítio do Picapau Amarelo… na falta de pirlimpimpim, com um milagre de São Jorge.

Quando o anjinho aparece no quarto da Narizinho, a garota fica emocionada ao ver ao vivo o anjinho com a qual sonhou antes: “a coisa mais linda que ela já viu em toda a sua vida”. Pedrinho e Emília o apresentam para Narizinho, e Emília explica que “ele não sabe nada de nada” e que “tudo tem que ficar explicando”. A cena de Pedrinho, Narizinho, Emília e Alê é uma cena MUITO FOFA, com os quatro fazendo uma guerra de travesseiros que acaba com penas espalhadas por todo o quarto, e depois a Emília acolhe o anjinho como “seu”, andando com ele pelo Sítio do Picapau Amarelo, para apresentá-lo à Vaca Mocha, por exemplo, e explicar tudo o que tem ali… é muito parecido com o que a versão de 1977 a 1986 fez na relação da Emília com o anjinho da asa quebrada.

Enquanto o pessoal estava na lua, Narizinho aproveitou para brincar com o novo videogame do Pedrinho, mesmo sem a autorização do primo… e, então, ela começa a jogar sem parar – mas ela não é muito boa no jogo. Assim, o próprio Popman, o personagem do videogame, interpretado por Mateus Solano, acaba saindo de dentro do videogame, um pouco cansado de apanhar: ele está ali para ensinar à Narizinho alguns golpes, porque “ele só apanha” quando ela está jogando, e ele já não aguenta mais. Assim, ela vai ficar ótima no jogo e, quem sabe, ela também pode dar um show no Pedrinho! A dinâmica do Popman ensinando golpes especiais e botões para a Narizinho acertar é muito boa, mas o problema é que Narizinho acaba quebrando o videogame.

Ela sabe que o Pedrinho vai ficar furioso.

Felizmente, eles têm o Visconde. Ele pode consertar!

 

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