The Hidden Moon – Episode 4
William
Shakespeare.
Que Khen e
os amigos estão mortos desde o acidente do primeiro episódio, já é praticamente
certo e nos habituamos a essa hipótese. Mas se nos dois episódios anteriores eu
desconfiei de uma inversão da expectativa original desde o anúncio da série,
agora eu tenho 90% de certeza de que se trata de uma brincadeira com a premissa
mesmo: acredito que Khen está morto e é o
único fantasma da relação, porque Mas me parece estar vivo… como e por que
Khen está “assombrando” uma pessoa que viveu aproximadamente 100 anos antes
dele ainda é algo a ser explorado, mas sinto que os diálogos entre Khen e Mas
são propositalmente dúbios, e as
reações de Mas me parecem confirmar o que desconfio. De todo modo, acho essa
proposta interessante!
Desde o
episódio anterior, Khen e Mas estão muito mais amenos um com o outro… as coisas mudaram quando Mas salvou a sua
vida e quando Khen contou o que sabia sobre o seu pai. Na primeira parte do
episódio, Khen e Mas encontram uma maneira de se conectar (e de flertar!)
usando citações de Shakespeare – e como alguém que fez Estudos Shakespearianos
como optativa na época de faculdade, essa é uma sequência que me deixou bem
feliz… é gostoso ir conhecendo uma nova faceta de Mas, enquanto nos permitimos
apaixonar-nos por Mas, e eu me dei conta de algo assistindo a esse quarto
episódio: o Mas tem um sorriso muito
charmoso. Gosto, também, da escolha de Shakespeare para a sequência: um clássico que é comum a ambos.
O tom do
episódio é transformado quando Khen “volta para casa” e então ele precisa
enfrentar realidades mais angustiantes
na ausência de Mas… Nam-Wha segue sendo atormentada por um dos fantasmas da
casa, por exemplo, o que gera uma boa sequência de suspense – ainda que eu ache
que tudo ali tenha sido meio longo demais.
Toda a trama de Nam-Wha atormentada mais do que qualquer outro, no entanto,
culmina na aparente saída dela e de Tan da série, e nós não sabemos o que
aconteceu com eles… eles conseguiram “escapar” desse loop? Supondo que estejam
todos mortos, eles conseguiram “seguir em frente”? Não acho que a história
deles ficará por isso mesmo, mas acho que demoraremos a retornar a eles.
De todo
modo, com o sumiço de Tan e de Nam-Wha, os remanescentes querem encontrar uma
maneira de salvar os amigos… é assim que Bing é designado para “cuidar do sono”
de Khen e Toh, enquanto os dois tentam falar com Mas e descobrir o paradeiro de
Tan e Nam-Wha. Khen e Toh, no entanto, não compartilham o mesmo “sonho”. Toh
vive a ilusão de uma vida feliz na qual ele retornou para Bangkok, e está
sorrindo enquanto dorme… Khen, por sua vez, faz uma nova visita a Mas, e ele
chega o acusando e perguntando “onde estão os seus amigos”, até o momento em
que ele percebe e se convence de que Mas
realmente não sabe nada sobre eles. Então, se ele realmente não está
envolvido, Khen ao menos quer a sua ajuda
para encontrá-los.
Novamente, o
diálogo flui muito bem… é na interação de Khen e Mas e nos mistérios em torno
dela que eu vou me envolver mais com “The
Hidden Moon”. Gosto muitíssimo da cena em que Khen fala algo sobre eles
“serem amigos”, especialmente pela reação
de Mas… Khen imagina que o “problema” visto por Mas tem a ver com o gênero
ou com a diferença de nacionalidade, mas, se eu estiver correto, a reação de
quase incredulidade de Mas tem a ver com o fato de que um deles está vivo e o outro não – e Mas acha quase fofa a maneira como Khen não sabe do fato de estar morto. Se
você não acredita na minha teoria, reveja essa única cena com isso em mente: a reação de Mas casa perfeitamente com o que
digo. E, novamente, o diálogo é propositalmente vago e/ou dúbio.
Nós estamos
sendo convidados a preencher as lacunas…
A reta final
do episódio traz alguns mistérios, algumas possibilidades e algumas surpresas… aquela
cena em que Khen sente a dor do acidente
e sua cabeça começa a sangrar profusamente, como deve ter acontecido no momento
em que o carro bateu, me parece
confirmação suficiente de sua morte – até pelos flashes que foram escolhidos e como eles foram apresentados. E a
última interação entre Khen e Mas é um passo importante, e a sensação estranha
de que tudo foi meio “abrupto” me parece uma escolha consciente do roteiro para
causar desconforto e confusão. E, com isso, ganhamos o primeiro beijo entre Khen e Mas, que funciona muito bem depois de
toda a conversa que eles tiveram durante esse episódio…
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