Último Capítulo de “O Malefício” (03 de março de 2024)

A batalha final (?) contra Bael.

QUE. ÚLTIMO CAPÍTULO. PERFEITO! Exibido no dia 03 de março de 2024, um domingo, com 1h22min de duração (que será dividido em dois na versão internacional), o último capítulo de “O Malefício” é tudo o que eu esperava que ele fosse: eletrizante, assustador, com detalhes inesperados… a novela, que é um remake da novela original homônima de 1983, faz parte do projeto “Fábrica de Sonhos”, sendo a mais longa das novelas do projeto, com 81 capítulos, e é uma das minhas favoritas. Infinitamente melhor do que o remake de “A Madrasta”, que acabou sendo bem inexpressivo, “O Malefício” entregou um roteiro interessante guiado por uma galeria de personagens que ou eram muito carismáticos, ou nos causavam uma revolta imensa em cada cena.

Mas não tinha como passar pela novela sem sentir algo.

Acho “O Malefício” ousada. Sempre me perguntei como a novela fez tanto sucesso em 1983 e 1984, chegando à incrível marca de 325 capítulos (!), mas o remake me ajuda a entender isso: ela é mesmo envolvente. Com tons de mistério e de suspense, a novela brinca com elementos macabros com destreza, e chega a um clímax grandioso nesse último capítulo, que tem consequências pelas quais talvez eu não esperava, e eu gosto da sensação de ser surpreendido, porque aprendemos a esperar, com anos de telenovelas, por determinados finais para os protagonistas, por exemplo, e “O Malefício” faz algo com Enrique de Martino que eu passei muito tempo achando que eles não teriam coragem de fazer… além daquela última cena a la “Cuna de Lobos”.

Depois de descobrir toda a verdade sobre Enrique de Martino e a origem de seu poder e dinheiro, Beatriz passou por todo um processo de terror absoluto, até resolver permanecer ao lado de Enrique, porque acredita que o amor é maior que o ódio e que a fé é maior do que o medo – então, ela decide que eles podem lutar juntos contra Bael, e o amor deles vai dar forças para que eles possam vencer esse demônio. Enquanto isso, a organização está ruindo e os seus membros estão enfrentando consequências, tudo porque Enrique deixou de lado seus juramentos pelo amor que tem por Beatriz. Enrique, outrora líder da seita, anuncia que já não vai mais seguir com as reuniões, e que não adianta lutar: eles já sabem seus nomes e vão caçá-los para sempre…

A organização acabou.

Gerardo não pretende desistir tão facilmente, é claro… ele manda Enrique cumprir com a sua parte do pacto e entregar o menino que Bael quer como seu novo portador, mas Enrique está tão determinado a lutar contra o mal que causou durante tanto tempo que aceita ir até a igreja com Beatriz, conversar com o Padre Cayetano e ajudá-lo na recuperação dos objetos obscuros – mas ele diz que não pode entregá-lo a pulseira ou o quadro, por isso ele pretende entregar o pergaminho e o livro primeiro… são pequenas coisas que podem enfraquecer Bael, até que ele possa ser vencido. Gerardo, por sua vez, pretende “enganar” Jorge e “dar a Bael uma opção melhor” de sucessão, porque ele ainda quer ser o sucessor, o que já se tornou patético há algum tempo.

Juanito, por sua vez, está transformado. Com a escola subitamente fechada, ele reage de maneira estranha, e assusta Vicky quando diz à irmã que “ela não entende nada”, que “ele não pode perder nem um dia”, que “ele está a ponto de ter tudo” e que “agora que tem o poder, tudo vai ser diferente”. Quando o próprio Enrique tenta conversar com Juanito e dizer que Bael é perigoso e que ele não quer que ele o machuque também, Juanito se volta até contra Enrique, quem ele sempre idolatrou, e diz que “ele vai mudar o mundo e está pronto para cumprir seu destino”. Naquele momento, quando Juanito diz que “está pronto para sua cerimônia”, Enrique percebe o quanto sua alma já está corrompida… e o quanto isso é assustador. Será que há como salvá-lo?

Enquanto Dolores e outras duas professoras vão pessoalmente à casa dos de Martino em busca de Juan (e Nuria tenta proteger o sobrinho, dizendo que “só vão levá-lo por cima do seu cadáver”, mas as Filhas de Bael não cumprem a promessa de matá-la, no fim das contas), Gerardo procura Beatriz para tentar jogá-la contra Enrique uma última vez… e o pior é que ele joga bem dessa vez! Gerardo diz a Beatriz que Enrique não a ama e que só insistiu tanto com ela porque “Bael escolheu Juan como seu sucessor”, e que todos eles a manipularam justamente para chegar a esse ponto a que chegaram agora: que ela acredite nele incondicionalmente. A cena é profundamente tensa e gera resultado, porque as coisas que Gerardo está dizendo fazem sentido.

E ele é convincente.

Desesperada e com o seu medo renovado, Beatriz diz a Vicky que Enrique as estava enganando e a manda encontrar o Juan e o levar para o mais longe dali possível, mas enquanto Vicky e Raúl buscam por Juan, ele não parece estar em nenhum lugar. Beatriz, por sua vez, quer falar uma última vez com Enrique, e temos uma reprise do que passara anteriormente: ela diz que ele é incapaz de amar, que ele é um demônio e que a enganou esse tempo todo, e é por isso que Juan mudou tanto… Enrique tenta conversar com ela, pedir que ela acredite nele, mas é tarde demais, e o surto de Beatriz é perfeitamente compreensível e real, dizendo que o odeia e que nunca mais vai acreditar nele. E, então, Bael se manifesta e Enrique tenta contê-lo como pode, para proteger Beatriz.

A cena é perversa… as vozes se alternando, Bael no corpo de Enrique, Beatriz assustada…

Cayetano, Vicky e Raúl encontram Juanito enquanto ele está com Dolores e as outras duas professoras, e então vira um verdadeiro duelo entre ambos os trios, os dois tentando convencer Juan para que vá embora com eles – no momento em que Cayetano saca seus objetos sagrados, assusta Dolores e as demais e elas assumem suas formas demoníacas, até mesmo Juan parece se assustar… enquanto o padre briga com as três, ele manda Raúl levar Vicky e Juan para longe dali, mas Raúl eventualmente resolve voltar, porque não pode deixar o padre sozinho. A cena de Raúl se despedindo de Vicky é LINDÍSSIMA, com a promessa de que vai voltar e um beijo carinhoso e romântico quase na boca, mas é um problema, eventualmente… o padre não precisava de sua ajuda, ele vence as três sozinho…

Mas Vicky e Juan precisavam.

Vicky e Juan são levados por Jorge e outros membros para dentro da organização, onde eles pretendem fazer o ritual da sucessão – e, assim, O SUSPENSE ESCALA! E os Filhos de Bael vão caindo, um a um… a começar por Jorge. Preciso dizer que ele teve um final merecido depois de tudo o que ele fez durante a novela, e foi um momento meio patético que combina com essa arrogância deslumbrada que tomou conta dele… Jorge está disposto a sacrificar o Raúl, quando pede a Gerardo a Adaga de Bael, e Gerardo a usa para matá-lo e para dizer que ele nunca esteve pronto. Raúl, que tem o coração bom de sempre, acolhe Jorge nos braços em seu leito de morte, e lhe dá a chance de se arrepender – Jorge morre pedindo perdão ao irmão e dizendo que o ama.

O espírito de Nora aparece para buscá-lo.

Enrique chega à organização aparentemente com um plano… ele aparece carregando Beatriz nos braços como se ela fosse um sacrifício a Bael, mas aprendemos a acreditar que ele não faria isso – então, o capítulo nos deixa curiosos pelo que está ou não por acontecer. A cena é tensa, com Enrique reagindo à morte de Jorge, se voltando contra Gerardo e, então, Gerardo diz que a presença de Bael está ali e ele vai se manifestar… Juanito fica animado, dizendo que “se preparou para isso”, o que assusta Vicky mais uma vez, e Gerardo manda Enrique matar Beatriz e completar a sucessão, dando o poder a Juan. Com a adaga nas mãos, no entanto, Enrique se volta contra Gerardo finalmente, e então o mata. Finalmente, todo o reino de terror de Gerardo chegou ao fim!

Depois da morte de Gerardo, Enrique desperta Beatriz e Bael se manifesta de forma física na organização, gerando a sequência mais macabra do episódio… Enrique manda Raúl levar Beatriz e os filhos para fora, enquanto Beatriz tenta fazer com que ele vá com eles, mas ele não vai, porque precisa enfrentar Bael de uma vez por todas – ele só pede, ao se despedir dela, que aconteça o que acontecer, ela nunca se esqueça que ele a ama. Conforme a organização rui, com coisas pegando fogo e despencando do teto, matando membros (dentre eles o Mondragón), o Padre Cayetano aparece. No fim das contas, no entanto, É UMA BATALHA PESSOAL ENTRE ENRIQUE DE MARTINO E BAEL. Não existe mais ninguém lá dentro para ver o que aconteceu…

Raúl consegue sair, depois de se perder, com a ajuda do fantasma de Nora, em uma cena bem bonita… é bonito ouvi-lo dizer em voz alta que a mãe sempre esteve ali para cuidar deles, não para ameaçá-los, e o Padre Cayetano reza por sua alma, pedindo que Deus lhe conceda paz, então ela finalmente consegue partir – e também temos a cena linda da Vicky dizendo a Raúl que está aliviado que ele esteja bem, e então os dois se beijam pela primeira vez, e é algo pelo que torcemos muito! Então, de maneira dramática, as coisas explodem, o fogo toma conta do lugar e ninguém mais sai lá de dentro… entre lágrimas e gritos, nos damos conta da morte de Enrique de Martino, e eu confesso que não achei que “O Malefício” teria coragem de matar Enrique.

(Inclusive, me incomodava a perspectiva de ele ter um “final feliz”)

A novela encontrou uma excelente maneira de encerrar esse arco!

Pouco tempo depois, nos deparamos com Cayetano entregando aos Templários os objetos obscuros que foram recuperados da seita d’Os Filhos de Bael, finalmente, em um diálogo sugestivo interessante, quando se fala sobre como eles não conseguiram recuperar o quadro… eles acreditam que “o quadro deve ter virado cinzas no incêndio”, mas, naquele momento, sabíamos que teria alguma reviravolta – e esse é um dos meus momentos FAVORITOS do capítulo, quando vemos alguém andar pelos escombros da organização, com uma pulseira de serpente de prata, pegando o quadro nas mãos e chamando Bael de “senhor” e dizendo que “vai protegê-lo”. É brilhantemente perverso como esse seguidor de Bael, em específico, era o Dario!

Então ele sabia de tudo. Sempre soube. Sempre trabalhou para Bael!

E nós já tínhamos até aprendido a não desconfiar dele. SENSACIONAL!

A cena seguinte é curiosa, e uma “brincadeira” bacana do roteiro. Como não chegamos a ver a morte de Enrique, mas a tomamos como certa, há certa confusão quando vemos Enrique andando ao lado de Beatriz e conversando com ela, falando sobre como ele está finalmente livre e que Deus o salvou, permitindo que ele a conhecesse, e Beatriz “responde” dizendo que gostaria de ter feito mais. A confusão dura apenas (deliciosos) segundos, porque começamos a ver como Enrique parece estar falando sem ser, de fato, ouvido, e como Beatriz não reage diretamente a ele, e então entendemos porque ela diz que “gostaria de ter feito mais”: ela está no cemitério, indo visitar um túmulo cuja inscrição diz: “ENRIQUE DE MARTINO. 1974 – 2024”. É de tirar o fôlego!

Acho que foi a melhor escolha possível para essa conclusão de “O Malefício”, porque a morte de Enrique de Martino mostra que ele não saiu impune de todas as suas maldades como portador de Bael, mas também mostra que havia salvação para a sua alma, apesar de tudo, desde que ele se arrependesse de verdade… a cena é linda e emocional. Beatriz se senta ao lado do túmulo de Enrique de Martino, coloca uma flor sobre ele, e enquanto ela “conversa” com ele, vemos o seu espírito em paz parado bem atrás dela, respondendo a cada coisa que ela diz. Quando ela finalmente diz que o ama, ele responde, sem qualquer problema para dizer as palavras, que também a ama, e então ele desaparece. Eu não esperava que fosse tão emocionante e tão incrível!

Por fim, temos um quase “epílogo”, no qual vemos Beatriz e a família de volta à sua antiga casa, jantando felizes e em paz – com a companhia de Raúl, que está namorando Vicky e dizendo aos quatro ventos que a ama, da maneira mais linda e mais sincera possível (eu AMO o Raúl, então eu fico muito feliz em vê-lo bem!). E o capítulo termina com uma cena digna do “Yo no soy Braulio. Soy el pequeño Edgar”, da versão original de “Cuna de Lobos”: Nuria manda o Juanito para o quarto para “descansar” e, ao chegar no quarto, em parte parecendo o Juan de antes, Juanito desliga a luz do abajur dizendo que “já aprendeu a dominar o medo”, e então percebemos que seus olhos estão pretos, o que quer dizer que ele se tornou, de fato, portador de Bael

Que gancho perverso, mas genial!

CAPÍTULO ESPETACULAR! De arrepiar! Amei do início ao fim!

 

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