Álbum: “CHIQUITITAS” (1997)

“Tudo, tudo, tudo é teu é só querer”

QUE ÁLBUM ESPETACULAR! O primeiro álbum de “Chiquititas” é até hoje um dos meus álbuns favoritos na novela! Extremamente nostálgico, ele talvez seja o álbum que mais nos leva de volta no tempo ao escutá-lo, com músicas marcantes como “Remexe” e “Mentirinhas” sendo parte dele, e não tem uma única música da qual eu não goste aqui… elas podem ser alegres, felizes e divertidas, como é o caso de “Berlinda”, “Sinais” e “Até Dez”, por exemplo, ou elas podem ser bastante sentimentais, com letras lindíssimas e fortes, como é o caso de “Por que, Deus?” e “Igual Aos Demais”, ou elas são emocionantes sem serem necessariamente tristes, como “Era Uma Vez”. É um álbum maravilhoso, uma ótima maneira de começar a discografia de “Chiquititas”.

O álbum foi lançado pela Sony Music ainda em 1997, e foi um verdadeiro sucesso, assim como a novela, totalizando 1.2 milhão de cópias vendidas e, por isso, o certificado de disco de platina triplo. As músicas foram todas compostas, em seu original em espanhol, por María Cristina de Giácomi e Carlos Zulisber Nilson, e quase todas vêm do primeiro álbum argentino, de 1995, com exceção de “Berlinda”, que só foi lançada em “La Música de Chiquititas, Vol. 2”, na Argentina (houve, então, uma inversão dessa música com “Blue Jean Baby Tatuá”, que está no primeiro álbum argentino, mas no segundo brasileiro). As versões brasileiras são todas de Caion Gadia, e particularmente eu acho que foram feitas traduções melhores nesse álbum do que em algumas músicas dos outros…

Como todos sabem (ou descobriram com o tempo), as nossas Chiquititas de 1997 não cantavam suas próprias músicas (Flávia Monteiro passa a ser a voz de Carolina também nas músicas a partir do segundo álbum), e as vozes originais são creditadas no encarte do álbum. E, falando sobre o encarte, o primeiro álbum de “Chiquititas” tem um encarte muito bonito. Razoavelmente simples, a foto de capa traz as meninas em seu primeiro uniforme usado na novela, e eu acho que isso é tão importante, porque ajudou a marcar, em nossa memória, um uniforme que, se paramos para pensar, não foi usado assim por tanto tempo, em comparação ao tamanho da novela e os demais uniformes. O encarte é bonito, colorido e traz fotos individuais de todas as meninas e a Carol!

E falemos um pouquinho das músicas! Segundo os créditos no encarte, as vozes que ouvimos no CD pertencem a Yasmim, Angela Márcia, Thais, Caio Flávio, Carol, Maria Diniz, Ringo, Fernando Augusto, Letícia, Leandro e Leo. E eu acho que foi feito, aqui, um trabalho sublime: O ÁLBUM É MÁGICO E MARCANTE! Acho que ele funcionava muito bem para o meu eu criança, que era apaixonado por “Até Dez” mais do que por qualquer outra música do álbum (!), e continua funcionando para o meu eu adulto, que pode entender a complexidade e a força de algumas letras porque, assim como a novela, sinto que esse álbum de “Chiquititas” consegue tocar em alguns assuntos sérios… dá para fazer uma baita leitura sobre os temas que são cantados aqui!

 

ABERTURA

 

Como não podia ser diferente, o álbum começa com “REMEXE”, que é a música que nos acompanhou na abertura durante toda a primeira temporada da novela – e, como toda abertura de novela que amamos, nos leva de volta àqueles momentos em que nos sentávamos na frente do sofá para assistir a um capítulo novo! Acho que “REMEXE” tem aquela magia da infância, aquele poder da imaginação em que “tudo se transforma com magia”, e desperta aquela vontade de sorrir, de dançar… e gosto de destacar o fato de que, na versão de 1997 da música, o refrão conta com “Chiquititas” traduzido para “Pequeninas”, e eu acho isso tão legal por algum motivo! Não tem uma vez que eu ouça essa música e não me divirta e não saia cantando junto com ela!

 

Mexe, mexe, mexe com as mãos (pequeninas)
Mexe, mexe, mexe com os pés (pequeninas)
Mexe, mexe, mexe a cabeça
Dança comigo
Remexe bem (pequeninas)

 

CORO

 

Acho que a ideia de um coro de crianças cantando uma música juntos tem muito a ver com “Chiquititas”, e funciona muito bem nesse primeiro álbum, com o coro entregando as músicas mais animadas – músicas alegres, divertidas, pra cima e que o público infantil adora! Temos “BERLINDA”, que é uma grande brincadeira e meio que conversa com a minha criança interior; temos “TUDO, TUDO”, que para mim tem muito a cara da primeira temporada, e eu adoro – “Tudo, tudo, tudo é teu é só querer / Você quer?”; “SINAIS”, a música mais curta do álbum, com pouco mais de 1 minuto, e que também é uma brincadeira divertida; por fim, nesse grupo, “ATÉ DEZ”, que eu já comentei tantas vezes que era a minha música favorita da temporada quando eu era criança.

Amo muito, muito, muito!

 

Um, dois, três, tem que limpar
Quatro, cinco, seis, organizar
Sete, oito, nove, não aguentamos mais
Se contamos até dez
Tudo vai mudar…

 

“MENTIRINHAS” e “IGUAL AOS DEMAIS”

 

Essas são, para mim, as músicas mais tristes da primeira temporada, e elas têm letras que julgo ESPETACULARES! Há tanta força nessas palavras!!! “MENTIRINHAS” é uma música da personagem Tati, que sofre a ausência dos pais, o sentimento de abandono, e quando Mili conta histórias fantásticas sobre as pessoas incríveis que eles supostamente eram, Tati pede que ela “não diga mentirinhas”, porque “dói demais”. A maneira como ela diz que “sabe que está sozinha” e que eles “esqueceram que ela nasceu”. Nossa! “IGUAL AOS DEMAIS” é uma música da Pata, e traz aquele sentimento de deslocamento, de que ela só queria “ser normal” e poder fazer coisas que outras crianças fazem… ela queria “um carinho”, ela queria “não ter mais que chorar”.

Essas músicas são arrebatadoras!

 

Não me diga mentirinhas, dói demais
Eu já sei que estou sozinha sem meus pais
Eles foram pra bem longe, esqueceram que nasci
Me deixaram sem carinho por aqui

 

MÚSICAS DA CAROL

 

A personagem da Carolina tem duas músicas muito diferentes uma da outra nesse álbum. A primeira delas, “TE ENCONTREI”, é uma balada romântica bastante bonita dela e do Júnior, marcada por um solo de saxofone, muito romance e declarações de amor emocionadas. “Em um mundo que dá voltas e voltas / Em um mundo onde nada se encontra / Eu te encontrei”. “POR QUE, DEUS?” é, para mim, uma das músicas mais fortes do álbum, e talvez a letra mais ousada da temporada, ao falar sobre “injustiça, solidão, guerras e fome” e lançar a pergunta “Onde está Deus?”. Esse questionamento é a base do conceito da canção, que explora a dualidade de sua resposta: “Está nos olhos de quem sofre, de quem chora, de quem espera” ou “nos olhos de quem nasce, de quem ri e de quem ora”?

Talvez no de ambos.

 

Onde está Deus?
Está nos olhos de quem sofre?
Está nos olhos de quem chora?
Está nos olhos de quem espera?

Onde está Deus?
Está nos olhos de quem nasce?
De quem ri e de quem ora?
Onde está Deus?

 

“ERA UMA VEZ”

 

Encerro o meu texto falando sobre uma das minhas músicas favoritas desse primeiro álbum: “ERA UMA VEZ”. Uma música que tem tudo a ver com a Mili, que, como a menina mais velha do Orfanato Raio de Luz, se sente na obrigação de cuidar das outras crianças, e uma maneira que ela encontra de fazer isso é contando histórias antes de dormir – um tempo durante o qual, como o Rafa chega a dizer em um momento, “eles se esquecem de todos os seus problemas”. A música é lindíssima porque consegue traduzir a sensação de cuidado e ainda trazer à tona a fantasia, o lúdico. Uma daquelas músicas que realmente nos faz bem, deixa o coração mais leve… amo como música é intensificadora de sentimentos: foi a música de “Chiquititas” que a ajudou a ser o sucesso que ela foi!

E foi a música que ajudou a eternizar esse legado. Músicas que nos fazem sorrir, chorar…

Que nos levam de volta no tempo!

 

Eu creio que o sol, também é meu
E tudo o que existir
Eu creio que um dia, não muito longe
Vou sentir esse beijo que eu tanto esperei

E penso em você, fecho meus olhos
E sei que tudo vai mudar
E este mundo, na verdade
Na minha vida, será realidade

 

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