Primeiro Capítulo de “Amigas e Rivais” (26 de fevereiro de 2001)
“Mamá,
¡soñar es lo único que me queda!”
QUE COMEÇO
DE NOVELA PODEROSO! “Amigas e Rivais”
é, definitivamente, uma das melhores novelas mexicanas de todos os tempos… com
quatro protagonistas diferentes entre si, nós temos uma história fortíssima de
sonhos, amizades e problemas seriíssimos, que compõem uma narrativa
impressionante! O primeiro capítulo, com seus 43 minutos, parece passar extremamente depressa, enquanto
apresenta Nayeli, Jimena, Ofelia e Laura, e eu adoro o ritmo do primeiro capítulo, que pouco faz os seus caminhos se
cruzarem ainda, enquanto foca na dicotomia entre as vidas levadas por cada uma,
e os abismos que separam um mundo de
outro, enquanto percebemos que, de uma maneira ou de outra, nenhuma das quatro é realmente feliz.
Nayeli tem seus problemas com a pobreza, Laura com a família, Jimena com a
morte da mãe…
A primeira
personagem que conhecemos é a NAYELI,
e a vemos dando entrevista em Hollywood,
depois de estrelar um grande filme, sendo um sucesso em sua carreira como atriz
e cantora. Compra roupas, gasta dinheiro desenfreadamente, até que o seu relógio desperte e ela precise voltar para a sua
realidade deprimente: Nayeli é a mais pobre das quatro amigas, e a
interpretação carismática de Angélica Vale faz com que nós gostemos dela desde o primeiro momento –ela tem um quê
de inocência que nos faz pensar nas Marias de Thalía, e isso é algo notável! Na
sua vida real, Nayeli tem a casa
alagada e parcialmente destruída durante a noite… fotos estão boiando na água,
arruinadas por ela, seu violão está todo molhado, e ela chora ao olhar para
tudo aquilo, mas logo se repreende, percebendo
que não adianta de nada chorar por isso.
Então, ela
TRABALHA, e essa é a característica de Nayeli: trabalhadora e sonhadora, ela
não baixa a cabeça – seca toda a casa, liga a TV, onde vê um grupo de pessoas
tentando passar clandestinamente para os Estados Unidos e sendo pegas, enquanto
sonha em poder fazer a travessia ela mesma… é
seu sonho fugir para os Estados Unidos e tentar a vida como artista. A mãe
não lhe dá nenhum tipo de força para realizar os seus sonhos, e eu gosto de
como a outrora inocente e fofa Nayeli se torna uma fera ao confrontar a mãe dizendo que “sonhar é o único que lhe
resta”, e que ela já perdeu a sua infância trabalhando, não quer também perder
a juventude, pagando pelo fracasso do pai.
Ela sabe de todos os riscos que atravessar ilegalmente a fronteira do México
para os Estados Unidos implica, mas
talvez seja isso o que ela precisa fazer para ser feliz.
Talvez seja isso o que ela TENHA que fazer
depois dos acontecimentos do capítulo!
As próximas
apresentadas, na mesma cena, são JIMENA
e OFELIA, mas Ofelia ainda parece
uma mera coadjuvante, que está ali ao
lado de Jimena enquanto a história se dedica a ela. Jimena é rica, leva uma
vida totalmente diferente da vida de Nayeli – ela está em uma piscina imensa,
em uma casa poderosa, no meio de uma festa, com um “namorado” gostoso. Tudo
parece quase perfeito para Jimena,
até que o seu irmão Roberto apareça para “causar confusão”, e eu gosto de como
o capítulo conduz isso tudo, não nos sabendo, inicialmente, de que lado estar…
Roberto empurra o “namorado” de Jimena constantemente para dentro da piscina,
enquanto discute com a irmã, que insiste em dizer que “a virgindade já saiu de
moda”, mas a questão não é tão simples.
Tudo vira uma confusão generalizada,
um verdadeiro barraco na casa grande.
Roberto
encerra a festa, manda todos embora, e Jimena se enfurece: “Você não é meu pai! Tenho o direito de fazer o que quiser!” Então
entendemos a natureza da relação e dos problemas entre eles: Roberto diz que
sabe que ela está muito mal desde que a mãe morreu, e que lamenta que o pai não
lhes dê atenção e se preocupe mais com os negócios que com eles, mas Roberto a ama e só quer protegê-la. No
fim, então, ele mostra verdadeira
preocupação com a irmã, preocupado com a maneira como ela anda bebendo
demasiado, e planejando ajudá-la enquanto
ainda pode. Mesmo assim, Jimena é rebelde
e adora contrariar o irmão, e acaba saindo com o carinha que acabou de conhecer
e transando com ele, independente de qualquer conselho de Roberto… de todo
modo, ela acaba no banheiro, chorando pela morte da mãe, acreditando que tudo seria mais fácil se ela estivesse com ela.
Por fim,
conhecemos LAURA, que acorda cedo
para preparar o café-da-manhã para o pai, e que chama a sua atenção pelo fato
de a mãe o tratar tão mal, e gastar todo o dinheiro em coisas fúteis para
“ficar bonita”. Laura se preocupa com a maneira como a mãe trate ela e o pai, e
lamenta que ela tenha roubado mais do que o seu dinheiro, mas a sua alegria e
vontade de viver… agora, ele parece
deprimido e infeliz, como se não se importasse se morresse. E como é TRISTE
ouvi-la falar com o pai. Em um momento de exaustão já, Laura é bem dura com ele, dizendo que a mãe só o
trata dessa maneira porque ele é conformado,
e ao mesmo tempo em que pede perdão por fazê-lo, o chama de “medíocre”… então, ela diz que isso não quer dizer que
ela não o ame – ela o ama e o ama muito, e é justamente por isso que se
preocupa tanto com ele.
Laura sente
falta do pai feliz que tinha antes, aquele que o ensinou a andar de bicicleta e
que a fazia rir… sente falta do “senhor alegre e otimista de antes”. A mãe,
quando a conhecemos, realmente parece uma pessoa desprezível… temos uma pequena cena no capítulo em que Laura
enfrenta a mãe, dizendo que não se importa com como ela a trate, mas não goste
que ela trate o pai daquela maneira, e diz que “ele se mata de tanto trabalhar
para ela comprar suas porcarias inúteis”. É uma cena fortíssima! A mãe, idiota,
diz que “quer que ela encontre um marido milionário”, mas esses não são os
planos de Laura para o seu próprio futuro – ela quer ir para a faculdade, onde
tem uma bolsa, quer estudar e fazer programas de computador, ser bem-sucedida por si só. Uma mulher
de atitude. Por fim, ela diz à mãe que um
dia ela vai ficar sozinha.
A mãe, misteriosa, comenta sobre “a verdade
sobre seu pai”.
Seja ela qual for.
Alguns
caminhos se cruzam na VOLTA À FACULDADE – Jimena está conversando com Ofelia
sobre como pensa em “conseguir um relacionamento de verdade” agora, e Laura
causa a maior confusão ao escorregar em um pedaço de bolo no chão e derrubar
bolo e café sobre Jimena… foi uma situação desconfortável,
de fato, mas Jimena não precisava agir daquela maneira tão grosseira com Laura, fazendo um escândalo e a menosprezando só
porque ela era uma “bolsista”. Felizmente, Laura nunca abaixa a cabeça, e eu gosto de como ela também responde
Jimena à altura, e isso faz com que eu ADMIRE a personagem! Infelizmente, as
duas acabam saindo na porrada no meio
do refeitório da faculdade, e esse pode ser um problema sério para Laura, tendo
em vista que ela tem uma bolsa e não pode ser vista no meio de confusões como
essa!
Por fim,
retornemos a Nayeli, que tem provavelmente a história mais forte desse primeiro capítulo. Quando ela está de uniforme e
sacolas plásticas nos pés para sair para trabalhar, ela acaba abordada na rua
por dois homens visivelmente perigosos em um carro, que “lhe oferecem carona”.
Por algum motivo estúpido, Nayeli
acaba entrando no carro, e então ela sofre uma tentativa de estupro que é
DIFICÍLIMA de se assistir – detesto essas
cenas, porque são muito fortes e sofridas. Ela grita, o empurra, chora, mas
fica quieta quando ele a ameaça com uma faca, dizendo que se ela resistir, ele
vai esfaqueá-la… eventualmente, no entanto, Nayeli morde o braço de seu
agressor para se salvar, e de algum modo o cara burro acaba acertando o próprio pescoço com a faca que
empunhava, possivelmente morrendo no processo… Nayeli sai correndo da cena.
É
ANGUSTIANTE, mas tenho algumas coisas que comentar aqui: Nayeli agiu em
autodefesa e, de todo modo, não foi ela
que esfaqueou o cara – ela não tem culpa se ele acertou a ele mesmo. Por
isso, eu não queria que ela ficasse com
isso na cabeça, sentindo-se culpada, mas ela acaba ficando – Carlota a
encontra chorando no trabalho, e é super legal com ela, a abraçando e a
acalmando… Nayeli só fica mais calma por um momento, quando conhece Roberto e
comenta que “o filho dos patrões é um galã de novela”. Como uma adolescente apaixonada, Nayeli está toda encantada
pelo garoto rico que já tem namorada e
está prestes a se casar. Na sua mente, ele já é citado como “Roberto, mi amor”. Infelizmente, no
entanto, ela não vai ter cabeça para pensar demais sobre isso agora… Nayeli é avisada de que a polícia está atrás
dela.
Ela foi denunciada por tentativa de homicídio!
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