Vale o Piloto? – Dune: Prophecy 1x01 – The Hidden Hand

Origens.

30 anos depois da morte da Madre Raquella. 116 anos depois da guerra contra as máquinas inteligentes. 10.148 anos antes do nascimento de Paul Atreides. “Dune: Prophecy” é a aguardada série que promete lançar um olhar mais aprofundado sobre as intrigantes Bene Gesserit, antes mesmo de elas serem chamadas dessa maneira, e, possivelmente, sobre a profecia do Lisan al Gaib, que é importantíssima no primeiro arco de “Duna”. Baseada no universo criado por Frank Herbert a partir do primeiro livro da série, de 1965, e nos livros escritos por seu filho, Brian Herbert, e Kevin J. Anderson a partir de escritos do próprio Frank Herbert encontrados postumamente, a série serve como uma prequela às novas adaptações cinematográficas de “Duna”, lançadas em 2021 e 2024.

O primeiro episódio ainda não me permite uma opinião clara em relação à série… trata-se de uma produção evidentemente cara e competente, que tem um visual lindíssimo, mas eu sinto que eu gostei mais da aparência da série do que da história de fato. E não é uma reclamação em relação ao roteiro, pois ainda não consigo pontuar nenhum grande problema, mas é que ainda não me senti fisgado. Também sinto que os primeiros minutos são os que trazem o que eu achei que veria na série toda: depois da passagem de tempo, sinto que as Bene Gesserit já estão muito próximas do que as conheceremos 10.000 anos depois, na parte da história de “Duna” que é protagonizada por Paul Atreides, o Lisan al Gaib da profecia. De todo modo: cedo demais para conclusões.

“The Hidden Hand”, o episódio de estreia de “Dune: Prophecy”, se divide entre Wallach IX, a terra natal da Irmandade que virá a ser conhecida como Bene Gesserit, e Salusa Secundus, a terra natal da Casa Imperial, e há todo um jogo político que conta com segredos, planos, manipulações, casamentos arranjados – e Arrakis, os Fremen e a especiaria já figuram como elementos importantes de toda essa equação. Gostei bastante da expansão da mitologia de “Duna”, nos apresentando no audiovisual a uma época e uma trama que desconhecíamos, que é a guerra enfrentada contra “as máquinas inteligentes” – algo que é distante demais da época de “Duna”, mas não tão distante assim da de “Dune: Prophecy”, e portanto a influência é muito maior.

Valya Harkonnen assume o papel de protagonista dessa história – com todas as nuances de uma personagem imperfeita e que desperta a curiosidade. Acompanhamos Valya desde a sua juventude, quando ela assume a liderança da Irmandade após a morte da Madre Superiora Raquella, e faz as coisas à sua maneira, mesmo quando elas não são devidamente aprovadas pela irmandade como um todo… a cena de Valya com Dorotea, nos primeiros minutos de episódio, é facilmente uma das melhores cenas de todo o episódio, porque é a exemplificação de como Valya Harkonnen fará de tudo para fazer as coisas à sua maneira… é essa Valya que reencontramos 30 anos depois, incapaz de ouvir os conselhos de sua irmã Tula ou os alertas de Kasha.

Salusa Secundus nos apresenta a outras figuras importantes de “Dune: Prophecy”, como a Princesa Ynez: uma das Irmãs, filha do Imperador Javicco Corrino, que Madre Valya pretende casar com Pruwet Richese e garantir a linhagem da Irmandade, bem como o controle sobre Arrakis e a especiaria, ainda que Kasha, a verdavidente mais próxima de Ynez, tente advertir a Irmandade sobre visões terríveis que teve em relação ao casamento… além de Ynez, também conhecemos Constantine e o lindíssimo Keiran Atreides, com quem a princesa se encontra em um bar em uma cena quente e deliciosa que não deve ser aleatória… será esse o momento, há mais de 10.000 anos, em que a linhagem da Irmandade se encontra com a linhagem da Casa Atreides?

De todo modo, o primeiro episódio deixa algo muito claro: as visões da Madre Raquella, no passado, e as da Irmã Kasha, no presente, não são infundadas… e talvez Valya Harkonnen precise recalcular a rota. Toda a determinação e a teimosia da Madre Superiora Valya são questionadas já no primeiro episódio de “Dune: Prophecy”, quando o casamento entre a Princesa Ynez e Pruwet Richese não pode se concretizar porque Pruwet é assassinado pelo misterioso (e poderoso) Desmond Hart, alguém que esteve em Arrakis e que detém um poder que, até então, me parece desconhecido… é forte e surpreendente a cena em que Desmond mata Pruwet e Kasha simultaneamente. O que isso significa e, principalmente, quais serão as implicações disso ficam para o futuro da série!

 

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