Dune: Prophecy 1x02 – Two Wolves
O inimigo.
As peças
estão sendo distribuídas no tabuleiro e ainda estamos compreendendo quais são
suas intenções, suas jogadas, seus poderes e, é claro, seus objetivos. “Two Wolves” é o segundo episódio de “Dune: Prophecy” – a série que expande o
universo criado por Frank Herbert e que ganhou duas adaptações cinematográficas
nos últimos anos: “Duna: Parte I” em
2021 e “Duna: Parte II” em 2024 – e
acompanha as consequências dos eventos da estriea da série, em especial o assassinato
de Pruwet Richese, o garoto que se casaria com a Princesa Ynez, selando a união
do Imperium e da Irmandade, e da verdavidente Kasha Jinjo. “Dune: Prophecy” define o seu tom com maestria nesse segundo
episódio, mesclando ação, sensualidade e muita política!
Desmond é o
responsável pelo assassinato de Pruwet e de Kasha, empregando um poder ainda
desconhecido que ele supostamente ganhou em Arrakis, depois de ser engolido por
um verme da areia… e eu acho interessante termos um personagem tão enigmático dentre os protagonistas de “Dune: Prophecy”, porque ainda que
vejamos um pouco mais dele nesse
segundo episódio (e ele seja um dos protagonistas da minha cena favorita no
episódio!), a quantidade de coisas que não
sabemos a seu respeito é muito maior. Há um quê de despreocupação quase
desaforada quando ele confessa ao Imperador Javicco Corrino que ele matou
Pruwet e que “o fez por ele”. Agora, vemos Javicco entre o punir e usar os seus
poderes a seu favor.
Keiran
Atreides, por sua vez, embora não seja o destaque do segundo episódio, também
ganha alguma camada a mais quando
descobrimos que ele é um rebelde contra o Imperium, e o vemos levar toda a
planta do palácio, que ele conseguira enquanto todos estavam “distraídos
demais” por causa dos recentes eventos… acho
fácil ter uma queda por um rebelde, sabe? Nos perguntamos até que ponto
chegará o envolvimento de Keiran com Inez e o quanto as coisas mudaram agora que ela não está mais
prestes a se casar, e nos perguntamos a participação da Irmandade nisso tudo – afinal
de contas, a Irmandade que futuramente será conhecida como Bene Gesserit está
espalhando seu domínio sobre diferentes lugares. Seu interesse é puramente
próprio.
Os Richese,
por sua vez, estão tentando conseguir um culpado pela morte de Pruwet, e é assim
que Shannon Richese, a irmã de Pruwet, se aproxima de Constantine Corrino em
busca de informações, e ela sabe como manipulá-lo até que ele revele que
Desmond, o soldado preso no palácio, esteve envolvido – preciso abrir
parênteses e dizer que a cena de Constantine e Shannon foi quentíssima e Josh Heuston estava um verdadeiro espetáculo… belíssimo! É com a
informação conseguida por Shannon que o Duque Ferdinand Richese confronta o
Imperador Corrino, e essa é uma das melhores cenas desse início de “Dune: Prophecy” no sentido de mostrar
os interesses e a briga por poder… as exigências do Imperador, o Desmond
transformado em arma ao seu lado…
Mas a série
pretende, primordialmente, nos colocar dentro da Irmandade/Bene Gesserit, e “Two Wolves” é um EXCELENTE episódio
nesse sentido a partir do momento em que nos permite presenciar um ritual
marcante da Irmandade: a Agonia, pela qual uma Bene Gesserit precisa passar
para acessar a “Outra Memória”. Assim, Tula coloca Lila, sua protegida e
tataraneta da Madre Raquella, para passar pela Agonia em uma sequência de tirar o fôlego, para que ela possa
descobrir mais sobre a visão que Raquella teve no momento de sua morte e o
“inimigo” que a Irmandade enfrentaria – tudo o que Lila consegue descobrir, no
entanto, é que Valya Harkonnen foi quem assassinou Dorotea, sua avó, e talvez
ela mesma não sobreviva a esse ritual…
Mas será que
nos despediríamos de Lila assim tão cedo?
Eu não
tomaria isso como certo ainda.
Por fim,
temos uma sequência fortíssima de Valya Harkonnen indo pessoalmente a Salusa
Secundus para informar os Corrino sobre a morte da verdavidente Kasha e
conversar com a Princesa Ynez e, depois, indo conversar com o prisioneiro
responsável pela morte de Pruwet Richese e, consequentemente, de Kasha – e, em
duas ocasiões diferentes, Valya encontra Desmond Hart em condições bastante
distintas. Na primeira, de fato um prisioneiro; na segunda, não mais. Ansiando
por se livrar de Desmond, Valya usa a Voz para fazer com que ele corte o
próprio pescoço, mas Desmond resiste à Voz e, aparentemente, sem precisar se
esforçar demais para isso… parece que Valya finalmente encontrou um inimigo que
está à sua altura…
Talvez aquele de quem Madre Raquella tentou
alertá-las.
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