Jack & Joker: U Steal My Heart – Episode 12 (Finale)

A troca de anéis.

Cheguei ao fim de “Jack & Joker: U Steal My Heart”, e eu gostaria de destacar dois pontos: em primeiro lugar, eu gosto muito da série, acho que ela tem vários acertos, e Yin e War estão ótimos em seus papeis; em segundo, eu continuo achando que eu gostaria mais da série se ela não se estendesse em episódios desnecessariamente longos. É uma série boa, mas ocasionalmente cansativa por nos dar a clara sensação de que não era necessário tanto tempo para contar essa história. Isso não vale para todos os episódios: o episódio de estreia, por exemplo, justifica sua 1h26 com perfeição; o seu episódio final, no entanto, não precisava realmente de 1h30, ou então poderia ter aproveitado melhor o seu tempo para desenvolver outros detalhes.

De todo modo, “Jack & Joker: U Steal My Heart” é, sim, uma série que marcará o ano de 2024. No fim do episódio anterior, o Boss capturara algumas pessoas que eram “instrumento de sua vingança” ou qualquer coisa assim – Rosé, Save e Joke –, e os colocou presos e com coleiras explosivas, em algo que me lembrou “Alice in Borderland”… pelo menos no fim do episódio anterior é claro; “Alice in Borderland” jamais me entregaria um joguinho da forca tão mequetrefe, com regras tão sem definição e aleatoriedades como foi o caso aqui. O episódio se prolonga excessivamente no jogo, conduz a uma “punição” ao Boss, mas eventualmente eu percebo que não havia mais muito que era necessário fechar além do que o episódio apresentou.

Em parte, é um episódio bastante voltado à ação… ainda que, sim, nessas sequências de ação tenhamos ganhado uma cena que eu associo imediatamente a “Chaves” (aqueles dois seguranças levando um choque me fez rir, mas especificamente porque eu me lembrei da cena de “Chaves”). Com o Joke capturado e com o Hope tendo uma ideia de para onde o Boss levou seus mais recentes prisioneiros, o grupo se reúne para uma invasão, que conta, inclusive, com a presença e com a ajuda de Arun, que questionou recentemente o fato de ele estar agindo contra o seu pai… curiosa a escolha de deixar justamente o Arun para liberar as pessoas que foram presas pelo Boss, e sinto que o episódio tinha algum objetivo com isso, mas não fica claro o suficiente.

Hope, por sua vez, tem um objetivo claro em mente, uma prioridade que não é segredo para ninguém: ele está ali para salvar o Save. Então, quando o Boss convida o Jack para um jogo e um dos três prisioneiros vai “sobrar”, ele decide matar o Save, e é aí que Hope corre contra o tempo para hackear a coleira explosiva em seu pescoço e salvar a vida do homem que ele ama… Hope até poderia ficar mais tempo e ajudar a soltar Rosé e Joke, e talvez ele até fizesse isso, se Save não estivesse correndo perigo – mas com os homens do Boss o seguindo quando ele sai correndo da “arena”, Save é a prioridade de Hope… os dois protagonizam uma sequência bacana de ação, e eu fico com a sensação de que eu gostaria de ter visto mais dos personagens.

Jack e o Boss, enquanto isso, lidam com um Jogo da Forca que, como eu já comentei, eu achei bem ruinzinho. Além de ser desnecessariamente longo, me incomodou profundamente aquela arbitrariedade na maneira como um cede a vez ao outro, isso sem entrar no mérito de que Joke escreveu a palavra “SORRY” propositalmente errada (“ZORRY”) e o sistema não viu nenhum problema nisso… além do jogo, o sistema do Boss também é bem mequetrefe. Fico na dúvida se isso é genial, porque tem muito a ver com o Joker, ou se é um deus ex-machina terrível. De todo modo, Jack consegue ganhar o jogo da forca com a palavra que Rosé tinha escolhido, enquanto o Joke tem a chance de reforçar o seu pedido de desculpas durante a partida.

A reconciliação de Jack e Joke é algo de que gostei bastante, sim. Eu gosto de como algumas coisas fizeram com que o Jack se incomodasse com o Joke anteriormente, mas quando sua vida esteve em perigo, ele não pensou duas vezes antes de ir salvá-lo, por mais arriscado que fosse… é o homem que ele ama e ele não quer que nada de ruim lhe aconteça. Eu amo toda a sequência ali, eu amo o Jack abraçando o Joke porque, se ele explodir, ele vai explodir com ele… amo toda a sequência do abraço, do pedido de perdão, do perdão do Jack, do beijo apaixonado dos dois… e isso é brilhantemente intensificado pelo fato de que os dois estão se beijando, despreocupados com o mundo ao seu redor, quando o Boss aperta o botão para matar os dois…

Mas nada acontece.

Não pretendo me prolongar demais aqui, mas deixo registrado que eu achei essa conclusão toda do Anel bastante fraca – é anticlimática, é preguiçosa, não é clara o suficiente… no fim, o Boss estava sendo feito de idiota pelos Quatro Cavaleiros, e agora ele está sendo punido por sua traição, perdendo tudo o que ele tinha conquistado. Em seu fim, em uma situação completamente diferente daquela em que nos habituamos a vê-lo durante a série, o Boss tenta cometer suicídio, mas ele é “visitado” pelo espírito de Morakot, sua falecida esposa, que lhe diz que morrer não vai consertar as coisas que ele fizera e o péssimo pai que ele foi para o Arun… ele precisa estar vivo para consertar esses erros. Se ele vai conseguir fazer isso já é outra história.

Que não precisa ser contada.

Com a queda do Boss, um novo Boss assume o seu lugar: SAVE. Não me pergunte como, não me pergunte por quê, não me pergunte nem mesmo o que isso significa de fato. O que importa é que o Save é nomeado o novo Boss e faz um discurso que deixa a desejar na reinauguração do centro de Jack e de Joke para dar aulas na comunidade – finalmente, o sonho de Jack se tornando realidade, em um momento fofo, com o Joke ao seu lado… e mais do que isso: Joke também tem a família ao seu lado. Gosto do fato de o pai de Joke ter finalmente voltado atrás e entendido que o filho não é a pessoa terrível que ele sempre julgou que ele fosse, e podemos ver na expressão de Joke como a presença do pai ali faz toda a diferença.

Por fim, “Jack & Joker: U Steal My Heart” chega ao fim com uma cena bonita dos dois, em que o foco está no futuro, e não mais no passado… Joke compartilha com Jack o novo livro que produzira, com 100 maneiras de lhe agradecer por tudo o que ele fizera, mas Jack tira o livro de suas mãos antes que ele consiga ir muito longe, e diz que se ele quer lhe agradecer, estar ao seu lado basta. Para selar esse compromisso, para selar esse relacionamento que finalmente poderá seguir em frente, eles trocam anéis – mas não qualquer anel: Jack dá a Joke o anel verdadeiro que era de sua família e fica com a réplica desse mesmo anel para si, e um o coloca na mão do outro…

Um momento lindo, íntimo, romântico, bonito.

E nos despedimos de “Jack & Joker: U Steal My Heart” assim.

 

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