Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice (Beetlejuice Beetlejuice, 2024)
“Really
more nightmare material, but thanks”
36 anos
depois do lançamento do original, “Os
Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice” nos leva de volta a
esse universo cômico e macabro de interação entre vivos e mortos, com direito a
pessoas mediúnicas, fantasmas nem sempre com boas intenções, um demônio
traiçoeiro e, agora, uma ex-esposa sugadora de almas com partes do corpo
grampeadas buscando vingança… dirigido por Tim Burton, bem como o filme de
1988, e com o retorno de grandes nomes do elenco – como Michael Keaton, Winona
Ryder e Catherine O’Hara –, eu achei uma sequência deliciosa! Quiçá, melhor do
que o filme original em alguns pontos. Tenho críticas, especialmente em relação
a alguns fechamentos, mas é um bom filme que cumpre sua função.
Muitos anos
se passaram desde “Os Fantasmas se
Divertem”. Adam e Barbara Maitland encontraram uma brecha que os levaram
para o pós-vida, e Lydia Deetz seguiu uma carreira na televisão com um programa
no qual ela visita “casas mal-assombradas” e conversa com fantasmas… Lydia tem
uma relação consertada com Delia, sua
madrasta, uma relação problemática com a filha adolescente, Astrid, desde a
morte de seu marido, Richard, e agora ela acaba de perder o pai – além disso,
ela tem um empresário/namorado que parece disposto a transformar o funeral de
seu pai em um pedido de noivado para um casamento no Halloween, à meia-noite. O
filme tem aquele visual estranho e
aquele texto bizarro que acaba por
fascinar e divertir.
O que
impulsiona a trama do filme é justamente a morte de Charles Deetz, que leva
Lydia de volta à “casa mal-assombrada original”, e o filme brinca com a
nostalgia ao nos levar de volta a cenários conhecidos e ao fazer referências ao
filme de 1988. Vemos a ponte da qual o carro dos Maitland caiu no início de “Os Fantasmas se Divertem”, bem como a
maquete que Adam estava construindo no sótão, e temos até uma sequência na qual
Lydia e Rory são levados para dentro da maquete depois de Rory dizer
“Beetlejuice! Beetlejuice! Beetlejuice!”, o que nos remete diretamente a uma
cena do filme original… e a possibilidade de um retorno de Beetlejuice, que
Lydia acredita estar vendo de uns
tempos para cá (!), faz com que ela decida ir embora dali o mais rápido
possível.
Astrid, por
sua vez, não quer partir… Astrid é uma adolescente típica: ela tem problemas
com a mãe, ela sente falta do pai que morreu e com quem Lydia parece não
conseguir ou não querer se comunicar, e ela não gosta de Rory, o cara com quem
a mãe parece disposta a se casar depois daquele pedido de casamento ridículo,
inapropriado e fora do tempo. Então, enquanto pedala pela cidade e quase sofre
uma série de acidentes, Lydia acaba batendo em uma árvore em cima da qual um
garoto está “escondido na casa da árvore”: Jeremy Frazier. Quando a mãe fala
sobre elas irem embora, então, ela diz que não quer ir, porque tem “um encontro
marcado com Jeremy no dia seguinte” ou qualquer coisa assim, já que eles combinaram
de entregar doces para as crianças que passarem pedindo…
Na verdade,
tudo é uma armação de Jeremy, e eu gosto das viradas que o roteiro dá aqui,
ainda que não sejam realmente grandes surpresas
– mas é bem construído e bem amarrado. Descobrimos que Jeremy é, na verdade, um
fantasma, e ele tem uma proposta a Astrid para eles irem juntos ao pós-vida,
porque ela poderá ver seu pai e ele encontrou uma maneira de voltar à vida…
pelo menos é o que ele diz a ela. Na verdade, como Lydia descobre com uma corretora
de imóveis (!), Jeremy Frazier matou os pais há 23 anos e foi encontrado
escondido na casa da árvore, e, quando ele tentou fugir, ele caiu, quebrou o
pescoço e morreu… agora, ele planeja trocar a vida de Lydia pela sua, e parece
estar conseguindo fazer isso, a não ser que Lydia faça algo rápido.
E Lydia só
tem uma opção: Beetlejuice.
Lydia passou
anos tentando fugir de Beetlejuice e de sua presença, e agora precisa dizer seu
nome três vezes e aceitar se casar com
ele, que é o que ele sempre quis, para poder conseguir ajuda para resgatar
a filha e a salvar de Jeremy Frazier e seus planos maquiavélicos. Isso nos
rende uma sequência muito interessante e cheia de bizarrices e encontros no
submundo – Delia também está por lá, já que morreu picada por duas cobras que
não deveriam ser venenosas, e Lydia e Astrid reencontram Richard, em uma cena
breve, mas bonita, na qual a relação de mãe e filha começa a se consertar…
afinal de contas, Lydia fez tudo para salvar a Astrid, e a jovem precisa
reconhecer os esforços da mãe! De volta ao mundo dos vivos, no entanto, eles
ainda têm coisas a se resolver…
Afinal de
contas, Beetlejuice tem um acordo com Lydia Deetz, de que eles se casariam, e
toda essa sequência lembra demais a da tentativa de casamento de “Os Fantasmas se Divertem”, que é o
grande clímax do filme… dessa vez, além do Beetlejuice tentando se casar com
Lydia (com direito a uma sequência musical bizarríssima e, portanto,
INCRÍVEL!), também temos o retorno de Delores, a ex-esposa de Beetlejuice, que
foi, em vida e na morte, uma sugadora de almas que está aterrorizando até mesmo
fantasmas, e que agora está buscando vingança porque foi Beetlejuice quem a
matou – embora os dois tenham se matado mutuamente,
lá na época da Peste Negra. A conclusão conta com uma porta aberta com batom,
um verme de areia, um contrato anulado e o nome de Beetlejuice dito três vezes…
E alguns
pesadelos posteriormente.
Eu me
diverti bastante! Em muitos momentos, eu acho que o filme é mais complexo e
consegue abordar mais temas e relações do que o filme original de 1988, sem
perder o quê de nonsense e de
bizarrice que “Os Fantasmas se Divertem”
tinha; por outro lado, eu também acho que algumas resoluções foram demasiadamente rápidas e simples, como a
de Jeremy Frazier, que é jogado por um alçapão ao inferno (eu presumo), e a da
Delores, que era para ser extremamente poderosa e assustadora, mas é
“derrotada” ao ser devorada por um verme da areia sem causar grandes problemas
no clímax do filme… ainda assim, “Os
Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice” funciona dentro de
usa proposta e rende um bom entretenimento em seus 104 minutos. Gostei!
Para a
review de “Os Fantasmas se Divertem
(1988)”, clique
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