Spare Me Your Mercy – Episódio 1
Eutanásia.
Adaptado de
uma novel da mesma autora de “Manner of Death”, a estreia de “Spare Me Your Mercy” era, com certeza,
uma das mais aguardadas de 2024 – E QUE EPISÓDIO DE TIRAR O FÔLEGO! Com um
interessante clima de suspense e mistério, a nova série introduz bem os seus
personagens e apresenta uma trama com um tema que sempre levanta uma boa
discussão: eutanásia. E a aparente
genialidade do roteiro se apresenta já na primeira cena, quando vemos Wasan
vendo um animal agonizando no meio da estrada e tira a sua vida para que ele
deixe de sofrer… é uma cena razoavelmente simples que imediatamente faz um
paralelo com a trama de “Spare Me Your
Mercy” e nos faz pensar sobre questões como dor, perda e livre arbítrio.
A ideia de “Spare Me Your Mercy” é a de que
pacientes com câncer em estado terminal começam a morrer misteriosamente, chamando a atenção de Wasan Khambunrueang (Thiu),
um policial que acaba de pedir transferência para uma cidade pequena, onde sua
mãe doente morava… e essas mortes parecem todas estar conectadas a Kantaphat
Akkharamethi, o Dr. Kan, que era o médico que cuidava desses pacientes. Thiu e Kan
têm dois “primeiros encontros”. Primeiro, quando Kan está por perto no momento
em que Thiu tira a vida do animal que estava agonizando na estrada; depois,
quando Thiu vai ao hospital por causa do pequeno acidente que sofrera por isso
e o Dr. Kan está lá. E os caminhos deles
voltarão a se cruzar.
Muito
rapidamente, na verdade… a mãe de Wasan é uma das pacientes em estado terminal
que morre “misteriosamente” – e antes do que se esperava, de acordo com a
última previsão médica. No entanto, o que o Dr. Kan tem a dizer a respeito é
que esses pacientes são instáveis, e que, com a imunidade baixa, qualquer
infecção pode levar à morte… não é possível prever tão precisamente quando eles
vão nos deixar. Há um quê de inegavelmente misterioso e secreto em Kan, mas eu fico
me perguntando se temos em mãos algo realmente tão óbvio quanto o Kan estar fazendo eutanásia nos pacientes que
assim desejam… quer dizer, é o que esse episódio nos leva a acreditar, mas
imagino que teremos muito mais camadas nisso tudo, não?
De todo modo,
Kan é daquele tipo de pessoa que suspeitamente se faz presente… depois da morte da mãe, Wasan retorna para casa e
descobre que o médico está lá – e que, ao que tudo indica, ele já esteve ali
outras vezes e conhece bem o lugar. As primeiras interações entre Wasan e Kan
me deixam profundamente curioso… e é uma dinâmica promissora, com Kan
claramente guardando segredos e Wasan
claramente desconfiando dele. Há
notavelmente aquela coisa de cautela em tudo o que ambos falam, e eu fico
curioso para saber como isso vai se
desenvolver… como eles podem se aproximar e se apaixonar, e fico muito feliz em
poder assistir um BL que está disposto a fugir do óbvio e do básico – como “Manner of Death” também fugira.
As mortes
não param, no entanto… um outro paciente com câncer em estado terminal morre, e
a família desconfia que ele pode ter sido assassinado… e, como policial e com
algum interesse pessoal no caso, Wasan começa a investigar – e o fato de essa
segunda morte também ser de um
paciente de Kan naturalmente levanta dúvidas e questões. Toda a desconfiança em
relação à causa da morte faz com que
uma autópsia seja encomendada, e embora todos os estudos sejam feitos, nada de
suspeito é descoberto, no fim… aparentemente, não foi um assassinato. Ainda
assim, uma terceira morte não deixa dúvidas da intenção criminosa, quando um
paciente é morto INCINERADO e uma seringa é encontrada próxima a ele.
Toda a
sequência final do episódio nos traz alguns momentos muito interessantes para a história que ainda está sendo construída.
Wasan parece muito próximo de descobrir alguma
coisa quando ele é chamado para outro lugar completamente diferente para
capturar um suspeito, e fica parecendo que ele foi propositalmente tirado de perto de respostas e
despistado… e então, quando Som parece prestes a contar alguma coisa que pode
ser útil aos policiais, Kan chega, com uma historinha qualquer de que “estava
passando por ali, viu a viatura da polícia e resolveu parar”, e a presença de
Kan faz com que Som mude o seu comportamento por inteiro… ele age como se
estivesse com medo, e decide não
falar mais nada.
Como eu
disse, parece muito óbvio que Kan está por trás dessas mortes: ele é próximo o
suficiente das pessoas, porque são seus pacientes, e ele tem acesso fácil a
substâncias para a eutanásia, se essa fosse a vontade dessas pessoas que, como
a mãe de Wasan, falam sobre como não
aguentam mais… exatamente como aquele animal do início do episódio,
agonizando de dor, sem qualquer chance de sobrevivência, apenas esperando a
morte. Mas ainda que algumas coisas possam parecer “óbvias”, eu sou um grande
fã de “Manner of Death” e, portanto,
eu sei que esse roteiro TENDE A SER REPLETO DE REVIRAVOLTAS. Além disso, eu
preciso comentar: todo o clima de “Spare
Me Your Mercy” me lembrou demais “Manner of Death”, e EU AMO ISSO.
Estreia
promissora!
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