Spare Me Your Mercy – Episódio 4

“Eu nunca achei que você mentiria pra mim”

Impressionante! Termino empolgadíssimo mais um episódio de “Spare Me Your Mercy”, confiante de que estamos assistindo um excelente BL para encerrar o ano com chave de ouro. A série mistura filosofia e ação em um suspense de tirar o fôlego, repleto de mistérios e, é claro, reviravoltas – e eu preciso confessar que eu adoro essa dúvida. Eu gosto de acreditar em uma conclusão e de ser convencido a deixá-la de lado porque novos elementos estão sendo trazidos à tona, e essa é uma daquelas obras que fazem isso constantemente… eu não sei se eu chegaria a dizer, até o momento, que é um BL “inovador”, porque eu acho que “Manner of Death” tem qualidades muito parecidas, por exemplo, mas eu posso dizer que é um BL BOM, e nem tudo precisa ser inovador…

Mas, de preferência, precisa ser bom.

No episódio anterior, Kan e Wasan tinham marcado uma espécie de “encontro” para celebrar o aniversário do Dr. Kan, e as coisas saem de controle quando ambos são convidados, sem que o outro saiba, para um encontro com o Dr. Somsak, o diretor do hospital de onde está sumindo cloreto de potássio. Somsak promete ter informações importantes… para Wasan, ele diz que pode lhe contar quem está roubando o cloreto de potássio do hospital e, portanto, quem é o assassino; para Kan, que é o primeiro a chegar à sua casa, ele diz que sabe que ele tem matado pacientes em estado terminal, e temos uma pequena reviravolta deliciosa quando descobrimos que “a primeira vítima” do Dr. Kan era o homem por quem o Dr. Somsak foi apaixonado anos antes…

Toda a discussão a respeito de eutanásia suscitada por “Spare Me Your Mercy” é sempre presente, mas nem sempre evidente – e eu gosto de quando ela é trazida à tona, como na discussão acalorada entre Somsak e Kan, na qual Kan diz que não matou o seu mentor, pois ele só tinha 2 meses de vida, vivia dopado de remédio e, quando acordava, sentia uma dor insuportável, enquanto Somsak defende que ele não tem o direito de tirar a vida de ninguém… nem mesmo quando a pessoa só está sofrendo e aguardando a morte, porque não tem chance de sobrevivência. Eu acho, ainda, que esse é um tema que virá mais forte a partir do próximo episódio, quando essa discussão for protagonizada por Kan e Wasan… e tudo indica que isso está prestes a começar.

Gosto de como o episódio brinca com possibilidades, embora ele não nos deixe chegar ao fim desses 48 minutos acreditando em coisas que não são verdades. Esses 48 minutos são uma viagem interessante na qual apontamos dedos, levantamos a sobrancelha, desconfiamos – e eu GOSTO disso num bom suspense. Gosto de não saber em quem confiar. Valorizo o fato de a edição nos deixar acreditar, nem que seja por alguns minutos, que o Dr. Kan estaria disposto a matar Somsak para que ele não revelasse o seu segredo, mesmo que algum tempo depois vejamos a cena por completo e entendamos que Kan foi realmente nocauteado e que alguém entrou na casa do diretor do hospital enquanto ele estava desacordado… e essa pessoa é a assassina.

Não quer dizer, é claro, que Kan esteja sendo sincero com Somsak… a sua história toda de que “caiu no banheiro e bateu a cabeça”, a la Doc Brown, é bem difícil de engolir. Mas, nesse sentido, eu também adoro a maneira como Wasan joga com ele, como o testa e o sonda. Ele vai pessoalmente à casa de Kan depois de reconhecer o seu carro na filmagem do lado de fora da casa de Somsak na noite de sua morte (!), e ele tenta agir com naturalidade, para descobrir o que ele pode conseguir de informação – e eu admiro a capacidade de frieza da qual Wasan precisa, e que ele consegue acessar com tranquilidade… o diálogo é ótimo, a avaliação constante, o jogo sedutor e quase descarado de Kan quando ele limpa a boca de Wasan, por exemplo…

É uma dinâmica que funciona.

Mas tudo vai se agravando, e a morte do Dr. Somsak garante que a tensão seja crescente. A polícia está em busca de um culpado, Dr. Kan é trazido para interrogatório, a Dra. Rin se junta ao caso para fazer uma autópsia, e então um suposto e-mail é encontrado – um e-mail que deveria servir como “carta de suicídio” e que “resolve o caso”… mas, como apenas Wasan está dizendo na polícia, tudo é fácil demais. No e-mail supostamente enviado pelo próprio Dr. Somsak antes de sua morte, ele confessa estar roubando cloreto de potássio e estar injetando em pacientes em estado terminal, e então ele diz que não tem coragem o suficiente para enfrentar as consequências do seu ato e, por isso, escolheu tirar a própria vida. E a polícia aceita isso e encerra o caso.

Fácil demais. Cômodo demais. Conveniente demais.

Wasan resolve continuar investigando… nem que seja por conta própria. E Kan faz o mesmo, porque ele não vê isso tudo que acontecera como uma “benção porque vão sair da sua trilha” nem nada assim. Toda a eletrizante (e emocionante, de algum modo?) sequência final do episódio me lembra muitíssimo “Manner of Death”. Wasan encontra Kan de maneira suspeita na casa de Somsak, e Kan até parece disposto a contar a verdade, embora não saiba se Wasan estará disposto a acreditar nele. Eu acho que Wasan estaria, porque ele está mais caído por Kan do que o contrário, mas toda a questão da queda no banheiro desmentida por impressões digitais não encontrados e uma maçaneta redonda (!) fazem com que Kan perca qualquer crédito com Wasan…

Ele mentiu. E Wasan, emocionado, não achou que ele faria isso.

Posso dizer? Há algo de sensual no Wasan revistando o Kan e depois o algemando. Falei.

 

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Comentários

  1. Moço, pelo amor de Deus, cadê o episódio 5? rs

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    1. Vixe, desculpa! Eu estou arrumando o episódio 5 e 6 pra postar segunda e terça :)

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