Spare Me Your Mercy – Episódio 6

“Eu estou pronto”

A maneira como a cada episódio eu pareço gostar mais dessa série… com ¾ de “Spare Me Your Mercy” concluída, a série consegue manter o seu frescor, o seu ritmo e todo esse clima gostoso de mistério e suspense, no qual não sabemos em quem confiar – e, basicamente, desconfiamos de todo mundo, sabendo que muitos podem ter culpas e intenções diferentes. O Dr. Kan continua sendo um suspeito importante para a polícia, e Tew Wasan encontra uma maneira curiosa de investigá-lo (!), aproveitando-se da proximidade que eles vêm construindo, enquanto outras peças estão também em movimento; e enquanto Boss cresce como um possível “vilão” de “Spare Me Your Mercy”, eu sigo acreditando que a série não vai se contentar com explicações básicas.

Temos mais 2 episódios que prometem reviravoltas.

No episódio passado, a caneta que Tew havia dado de presente ao Dr. Kan apareceu no quarto da mais recente morte sendo investigada, e, naturalmente, ele é levado para interrogatório – enquanto On apela a Wasan e diga que Kan é inocente e alguém está tentando incriminá-lo. O interrogatório traz algumas conclusões, e de fato é muito fácil alguém ter pego a caneta de Kan em sua sala para incriminá-lo, e ele tem várias testemunhas que podem atestar que ele estava procurando por essa caneta desde a hora do almoço, mais ou menos… assim, Kan é liberado pela polícia – o que não quer dizer que ele deixe de ser um suspeito em observação, mas ao menos ele pode ir embora. E Wasan deve estar novamente dividido entre desconfiar e querer acreditar nele.

Mas Kan tem um suspeito em mente: Boss. Como ele pode estar por trás das mortes – ele trabalha no hospital, tem acesso a cloreto de potássio, sabe como fazer uma injeção e poderia ter pego a caneta sem levantar suspeitas –, Kan e On resolvem investigá-lo, e a enfermeira usa o seu dia de folga para entrar na casa de Boss em busca de qualquer evidência de seu envolvimento com as mortes… e ela de fato encontra um vidro de cloreto de potássio escondido dentro de sua geladeira. Ela até consegue avisar ao Kan, é verdade, mas Boss chega em casa antes que ela consiga escapar, e ele está atento ao movimento da polícia do lado de fora, então ele consegue encontrá-la escondida dentro do armário e torná-la sua refém… ele não vai deixar que ela o entregue.

Enquanto isso, Wasan está em busca de Som… afinal de contas, Som é a única pessoa que Wasan sabe que viu o rosto do assassino e, portanto, pode reconhecê-lo. Quando a polícia o busca, no entanto, eles encontram o lugar onde ele mora vazio, e parece que ele não aparece por ali há dias. Pouco depois, Som é levado para o hospital por causa de uma overdose, e a pessoa interessada em manter a própria identidade em segredo vai fazer de tudo para que isso continue sendo um segredo. Em uma cena quase chocante, Boss entra naquela ala hospitalar durante a noite sem levantar suspeitas, porque trabalha ali, e mata Som com uma frieza que vai evidenciando quem é esse personagem… e, agora, Wasan perdeu uma peça importante para a investigação.

Wasan tem seus próprios planos, e ele faz uma proposta a Kan, aceitando o seu convite para morar com ele (!), dizendo que “ele finalmente está pronto”. É um tanto descabido, se você me perguntar… Tew ainda não parece estar pronto para beijar Kan, para assumir um relacionamento ou outras coisas, mas ele quer morar com ele? Não é difícil perceber que essa é uma estratégia para tê-lo sempre em observação e, quem sabe, para poder investigar mais a seu respeito (a cena em que ele vasculha o guarda-roupa em busca de uma roupa preta como a descrita por Som… embora, aqui, eu estivesse mais interessado no Tew e agradecido por ganharmos uma cena inteira com ele sem camisa), e o Dr. Kan sabe disso… mas é como se ele não se importasse…

Em um momento, ele agradece Tew por estar ali, independente dos seus motivos.

Toda essa coisa de eles “morarem juntos” combina perfeitamente com tudo o que vem sendo construído entre eles, e segue o mesmo caminho daquelas interações e aproximações com motivos ocultos, mas que inevitavelmente fazem com que eles se conectem de verdade. O abraço quando Kan o agradece por estar ali é muito bonito; a tensão quando eles se sentam para ver um filme juntos e Kan pensa em tocar a mão de Tew, mas não é rápido o suficiente é palpável; e aquela sequência ao despertar é, talvez, a mais bonita que a série nos entregou. A maneira como Kan olha para Tew, como toca seu braço, como desperta um Tew ainda sonolento que não consegue se impedir de sorrir… aquele momento de quase fantasia, mas que no fundo ambos desejam que pudesse ser verdade… pudesse ser para sempre.

As novas expressões quando eles se abraçam e não podem ver o rosto um do outro!

QUE CENA PODEROSA!

O episódio caminha, então, para uma conclusão repleta de tensão… On supostamente marca um encontro com Kan para contar o que descobrira na casa de Boss, mas Kan se depara com o próprio Boss quando vai falar com ela, e então algumas coisas começam a se desvelar – Boss conta como foi ele quem matou o Dr. Somsak, e como o fizera para “proteger o Dr. Kan”. É interessante a construção e a “revelação” de um personagem desequilibrado e equivocado como o Boss, e como isso é perigoso, como toda a sequência final deixa bastante claro quando a conversa quase obsessiva se torna um desafio e uma ameaça, e quando Wasan se aproxima para tentar descobrir o que está acontecendo, tudo o que ouvimos é um tiro… e tememos pela vida de Kan.

Um final de tirar o fôlego, um gancho perfeito!

 

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