As Muitas Aventuras do Ursinho Pooh (The Many Adventures of Winnie the Pooh, 1977)
Uma amizade para toda a vida!
Absolutamente
encantador! Lançado em 1977, “As Muitas
Aventuras do Ursinho Pooh” é uma junção de diferentes curtas que a Walt
Disney havia produzido em anos anteriores baseados no personagem criado por A.
A. Milne no seu livro de 1926 sobre o Ursinho Pooh, e é uma aventura deliciosa
pelo Bosque dos Cem Acres, um lugar mágico habitado pelos ursinhos de pelúcia
de um garoto chamado Christopher Robin. São personagens encantadores como o
guloso e divertido Ursinho Pooh, apaixonado por mel; o doce e educado Leitão; o
sábio e falante Corujão; o rabugento coelho Abel; o triste burrinho Bisonho; o
excessivamente animado e saltador Tigrão; e a Sra. Can e o seu filho Guru. Eu
gosto do clima leve e mágico do filme, que nos leva de volta à infância!
A animação é
lindíssima, e eu sou apaixonado pela maneira como a ideia do “livro” é trazida
para a tela. Com direito a um narrador que participa da história continuamente,
o filme todo se passa dentro do livro no
quarto de Christopher Robin, e é isso o que dá o tom dos cenários com os quais
os personagens interagem. Gosto de detalhes como o saltinho dos personagens de
uma página para a outra, por exemplo, ou de como o Pooh interage com o narrador
perguntando se o próximo capítulo é sobre ele ou como o Tigrão pede “Ai, pelo amor de Deus, narre a minha
descida daqui”, quando fica preso em cima de uma árvore. Também gosto de
como as “páginas” são incorporadas ao texto: o Corujão falando por mais de 10
páginas, a tempestade nas páginas 71 e 73, e assim por diante…
“Um pouco mais tarde, lá pelo fim da página
123…”
A primeira
pequena aventura do querido Ursinho Pooh é, naturalmente, em busca de mel… o seu alimento favorito. Pooh tem alguns
planos mirabolantes para subir até uma colmeia em uma árvore alta (planos que
envolvem “se fantasiar de uma nuvem pesada de chuva”) e que não dão
necessariamente muito certo, mas que são adoráveis! Em sua busca incessante por
mel e mais mel, o Ursinho Pooh termina na toca do Coelho Abel, e ele devora
todo o estoque de mel que o Abel tinha guardado para sabe-se lá quanto tempo!
E, tendo comido demais, o Pooh acaba ficando entalado na “porta de entrada” da
casa do Abel, e passa dias por lá, porque a única solução que parece possível é
“esperar que ele emagreça novamente e consiga sair”.
Outra trama
curiosa e interessante do filme é aquela do “dia ventoso”. O Ursinho Pooh
caminha pelo Bosque dos Cem Acres desejando um “Bom dia ventoso!” para todos os
seus amigos, mas o dia ventoso acaba trazendo algumas consequências, como
quando a casa do Corujão sucumbe ao vento (amo a cena do Pooh e do Leitão
visitando o Corujão no “dia ventoso”) e ele precisa encontrar um novo lugar
para morar… e é o Bisonho quem se coloca determinado na missão de conseguir uma
nova casa para o Corujão, embora ele acabe “encontrando” uma casa que já está
habitada… pelo Leitão. O dia chuvoso eventualmente se transforma em uma noite tempestuosa, o que rende um
aguaceiro que inunda algumas casas do Bosque dos Cem Acres…
E, é claro,
nós temos o MARAVILHOSO Tigrão, que é um dos personagens mais divertidos e mais
queridos da turminha do Ursinho Pooh. Ele faz uma entrada triunfal no filme
antes da noite tempestuosa, ainda, e ele coloca na mente de Pooh algo que o
atormenta durante toda aquela madrugada: “Efalantes
e dinonhas roubam mel!”. Ora, não há nada mais assustador para o Ursinho
Pooh do que criaturas que roubam mel, não é? Então, naquela noite de
tempestade, Pooh tem pesadelos depois de tentar manter-se acordado e em guarda
para proteger o seu mel, mas acaba que ninguém aparece para roubá-lo… e Tigrão
se une à turma com toda a sua agitação quase exagerada, o que acaba deixando o Abel um pouco irritado com o tigre.
Afinal de
contas, o Tigrão está sempre pulando por aí… pior: ele está sempre pulando em cima dos outros. Então, ele convoca
uma “Reunião de Protesto” para dizer que o Tigrão está “pulando demais” e que
eles precisam fazer alguma coisa a esse respeito – ele planeja “perder” o
Tigrão na mata, para “dar um susto nele”, mas quem acaba se perdendo no
nevoeiro é ele mesmo (!), e o que acontece é que o Tigrão, brincando com o
Guru, termina preso no topo de uma árvore, descobre que tem medo de altura e
não consegue mais sair… Abel tenta, então, aproveitar a oportunidade para
fazê-lo prometer que, se o ajudarem a descer de lá, ele “nunca mais vai dar nem
um pulo sequer”. Mas como impedir o Tigrão de pular?
É tão tristonho
vê-lo cabisbaixo que até o Abel prefere “o Tigrão pulador”.
A conclusão
do filme beira algo melancólico, porque é uma espécie de despedida… Christopher
Robin está prestes a retornar para a escola, o que quer dizer que ele não terá
tanto tempo assim para ficar brincando com o Ursinho Pooh e os demais no Bosque
dos Cem Acres, e os dois conversam sobre o que viveram, com o Christopher Robin
pedindo que o Ursinho Pooh nunca se esqueça dele… mas como poderia? É uma
relação deles é muito bonita, daquelas que marca uma pessoa para sempre. O Ursinho Pooh jamais poderia esquecer. “As
Muitas Aventuras do Ursinho Pooh” é um filme lindo, leve e doce… daqueles
que assistimos com um sorriso no coração e que nos deixa com uma sensação
gostosa de coração quentinho quando chega ao fim!
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